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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

O adeus de Osvaldo Brandão

postado em 31/07/2014 08:28 / atualizado em 09/12/2015 16:32

Eugênio Moreira /Estado de Minas

ARQUIVO / EM DA RPESS
O técnico Osvaldo Brandão construiu grande parte de sua carreira no futebol paulista. É um dos poucos profissionais a conseguir agradar corintianos e palmeirenses – foi o treinador que mais vezes comandou ambas as equipes. No Parque São Jorge, ele esteve na conquista do título paulista de 1977, quando quebrou jejum de 22 anos, que durava desde 1954 (quando também era o treinador). No Parque Antártica, foi campeão brasileiro de 1960, 1973 e 1974, nas duas fases da chamada Academia de Futebol.

Além disso, Osvaldo Brandão teve passagens vitoriosas pela Seleção Brasileira, como nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, e de 1978, na Argentina. Nas duas ocasiões, não conseguiu se manter no cargo até o Mundial. Também foi campeão argentino com o Independiente e vice da Copa Libertadores com o Peñarol, do Uruguai.

O penúltimo trabalho de sua carreira foi no Cruzeiro, em 1984 – dois anos depois dirigiria rapidamente o Vila Nova de Goiás. Em sua saída da Toca da Raposa, já demonstrava estar cansado do futebol e pensava na aposentadoria definitiva. Após um jogo contra o Bahia, pelo Torneio Heleno Nunes (com equipes eliminadas do Campeonato Brasileiro), em Salvador, em 15 de maio, quando não deixou que o adversário cobrasse um pênalti mal marcado pela arbitragem, Osvaldo Brandão entregou o cargo. Mas foi demovido da ideia pelos jogadores.

Em 3 de julho, no entanto, não teve jeito. O treinador chegou à Toca disposto a se demitir e nem sequer comandou o treino. Pediu uma reunião com os dirigentes e não quis falar com a imprensa. Aos 67 anos, ele demonstrava muito nervosismo e alegava problemas de saúde. Estava no futebol desde 1930, quando, com 14 anos, fundou um clube amador em Porto Alegre.

CANSAÇO
“Estou muito cansado e está na hora de viver somente para a família, conforme havia prometido à minha mulher. Estou velho e realmente o ritmo de trabalho, as viagens constantes a São Paulo, para ver os familiares, tudo isso me desgastou muito”, justificou Osvaldo, que, na despedida dos jogadores no CT, no dia seguinte, distribuiu doces e chocolates.

Contratado para substituir Ílton Chaves, ainda no Brasileiro, Osvaldo Brandão havia dirigido a Raposa nos primeiros cinco jogos da campanha do título mineiro de 1984, o último de sua carreira – foi substituído por João Francisco. Em 1988, o treinador teve diagnosticado câncer linfático e morreu em 29 de julho do ano seguinte, em seu apartamento em São Paulo, aos 72 anos.

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