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CRUZEIRO

Quase 6 mil testemunhas de um empate sofrido

No jogo de menor público do remodelado Mineirão, Cruzeiro marca apenas aos 41min do segundo tempo e fica no 1 a 1 com o Mamoré. Mesmo assim, assegura a ponta do Mineiro

postado em 26/03/2015 08:33 / atualizado em 26/03/2015 08:37

RODRIGO CLEMENTE / EM DA PRESS
O Mineirão nunca esteve tão vazio – e isso não é mera força de expressão. O empate por 1 a 1 entre Cruzeiro e Mamoré, pela oitava rodada do Campeonato Mineiro, ontem à noite, ficará marcado não apenas pelo resultado, muito aquém da expectativa celeste, como também pelo fato de ser o jogo de menor público do novo Gigante da Pampulha. Com 5.978 pagantes, deixou para trás o Cruzeiro 2 x 0 Guarani, pelo Estadual do ano passado, que teve 6.304 torcedores pagando ingressos. Um detalhe curioso: o portão destinado aos visitantes registrou a entrada de apenas uma pessoa.

Mesmo ficando no 1 a 1, a Raposa assegurou a liderança da competição. Como atenuante, o fato de os donos da casa terem jogado sem cinco titulares e ainda ter perdido muitas chances – o Sapo saiu na frente no início do segundo tempo, com Juliano, e segurou a vitória até os 41min, quando o time celeste empatou, com Leandro Damião, artilheiro da competição, com oito gols.

Agora, o Cruzeiro tentará voltar a vencer fora de casa. Domingo, às 16h, visita a URT, em Patos de Minas, pela 10ª rodada do Mineiro. Nesse compromisso, além de continuar sem o lateral-esquerdo Mena e os armadores Alisson e De Arrascaeta, todos servindo seleções, o técnico Marcelo Oliveira não terá o atacante Marquinhos, poupado, e o volante Willians, contundido. O comandante ainda estuda poupar outros jogadores que estiverem mais desgastados.

“Vamos observa a reação dos atletas. O Paulo André havia reclamado um pouquinho depois do jogo com o América, mas afirmou que estava bem e acabou tendo de sair, nos tirando uma substituição. O certo é que vamos com um time forte”, afirmou Marcelo, que não gostou do gol sofrido, mas elogiou o espírito de luta de seus comandos.

Leandro Damião, inclusive, chamou para si a responsabilidade do gol marcado pelo Mamoré: “Eu que deveria estar na marcação do jogador, e o deixei escapar”. Ele comemorou pouco o fato de ter balançado a rede, destacando o resultado ruim da equipe: “Não adianta eu fazer gol e o time empatar. A vitória é que era importante”.

PRESSÃO
Vontade não faltou ao Cruzeiro. Desde o início, o time tentou pressionar o adversário, atacando principalmente pelo lado direito. Logo aos 4min, Riascos, no reflexo, acertou o travessão, apesar de estar quase debaixo do gol. A partir daí a equipe continuou criando chances, e desperdiçando todas. Assim, seguindo a máxima do futebol, os visitantes não perdoaram. Em escanteio da direita, aos 9min, Juliano subiu sozinho e cabeceou sem chance para Fábio.

Vendo a equipe com dificuldades de criar, Marcelo Oliveira tirou um volante, Willian Farias, para colocar o armador Marcos Vinícius. Em sua primeira partida com a camisa celeste, o ex-jogador do Náutico mostrou qualidade. Logo depois de entrar, fez boa jogada pela direita e cruzou para Neílton empurrar para a rede, mas foi marcado impedimento.

Quando o jogo caminhava para a primeira derrota do Cruzeiro em um jogo oficial da temporada, veio o empate. Aos 41min, Marcos Vinícius arrancou e bateu da meia-lua. A bola desviou na zaga e sobrou para Leandro Damião, que tocou por cima do goleiro. O time celeste tentou, então, uma blitz na área adversária, sem efeito.

Cruzeiro 1 X Mamoré 1

Fábio; Mayke, Leo, Paulo André (Manoel, intervalo) e Gílson; Willian Farias (Marcos Vinícius 18 do 2º), Henrique, Judivan, Joel e Riascos (Neílton, intervalo); Leandro Damião
Técnico:Marcelo Oliveira

Mamoré

Gilberto; Pablo, Thales e Juliano; Bruno Limão (Radar 43 do 2º), Erick (Denílson 35 do 2º), Charles (Diego Sales 22 do 2º), Luizinho e Ernani; Maxsuel e Jonatan Reis
Técnico:Pael

Estádio: Mineirão
Gol: Juliano 9 e Leandro Damião 41 do 2º
Árbitro: Jerferson Antônio da Costa
Assistentes: Marcus Vinícius Gomes e Felipe Alan Costa de Oliveira
Pagantes: 5.978
Renda: R$ 170.080

Estreladas...

Tranquilidade
O zagueiro Paulo André deixou o jogo de ontem no intervalo, reclamando de dor na coxa esquerda, o que preocupou a torcida, afinal, ele vem sendo um dos melhores do sistema defensivo. Porém, o próprio técnico Marcelo Oliveira fez questão de tranquilizar todos. “Ele havia reclamado um incômodo depois do jogo contra o América e teve de sair. Felizmente não sofreu contusão”, disse o treinador, que deve poupar o defensor do jogo contra a URT, domingo.

Torcedor solitário do Mamoré vira atração
O Mamoré não estava sozinho no empate com o Cruzeiro, mas foi quase isso. O médico Marcos Henrique, de 30 anos, foi o único torcedor do Sapo a se aventurar no setor de torcida visitante do Gigante da Pampulha. Mesmo solitário, ele vibrou muito no gol do Mamoré. “Fiquei surpreso, cheguei e pensei que encontraria uns 30 ou 40 torcedores do Mamoré”, disse Marcos, natural de Patos de Minas, mas que mora em BH e acredita que os conterrâneos foram afugentados pelo alto preço do ingresso: R$ 120. Curiosamente, o médico é cruzeirense, sócio do futebol inclusive, mas quando o Mamoré joga, as raízes falam mais alto. (Gilmar Laignier)

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