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Sonho que virou realidade: jovens da base do Cruzeiro falam da ascensão ao profissional

Trio de jovens promessas conta com orgulho a árdua caminhada até a Toca II

postado em 19/08/2017 13:38 / atualizado em 19/08/2017 14:51

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press.

Com o Cruzeiro em meio a duas decisões – a luta pelo G-6 do Campeonato Brasileiro e a busca pela vaga na final da Copa do Brasil –, três jovens jogadores têm chamado a atenção: o zagueiro Murilo, o volante Nonoca e o atacante Raniel. Eles são apostas do técnico Mano Menezes, que em janeiro os tirou do time de juniores e os integrou ao profissional, mesmo com os dois primeiros ainda em idade da categoria inferior.

Existem coincidências na trajetória dos três. O sofrimento e a incerteza fizeram parte de suas vidas, muito antes de chegarem ao clube estrelado. Estar no time principal era um sonho que parecia distante e se tornou realidade muito antes do que esperavam.

Nonoca é o mais novo deles, com apenas 19 anos. Nascido em Leopoldina, na Zona da Mata, jogava na equipe da cidade, o Ribeiro Junqueira. “Sabia que seria mais difícil ser jogador se ficasse na minha cidade, que é longe dos grandes centros. Não tinha visibilidade alguma.” Mas quis o destino que o Cruzeiro cruzasse seu caminho: “Fiz um jogo contra o Cruzeiro, quando ainda tinha 14 anos, era infantil. Joguei bem e aí veio o convite para fazer o teste. Minha vida começou a mudar”.

Murilo, de 20, é baiano. Nasceu em São Gonçalo dos Campos, próximo a Feira de Santana. Está no Cruzeiro desde os 12 anos, mas antes de chegar à Toca da Raposa tentou a sorte em outras equipes. “Com 10 anos, fiz um teste no Vasco e fui aprovado. Só que lá eu chorei e acabei dispensado. Depois disso, tentei a sorte no Internacional e no Vitória. Fui reprovado em ambos. Foi aí que um empresário que havia na minha cidade me ajudou, conseguiu um teste no Cruzeiro. Fui aprovado e fiquei”.

O pernambucano Raniel, o mais velho dos três (tem 21), conta que jogava no Santa Cruz desde os 5 anos. “Eu jogava futsal. Depois passei para o futebol de campo. Mas lá não havia estrutura para a base. Não havia contrato e nem mesmo ajuda, como de passagem de ônibus. Por isso, foi muito mais difícil chegar aqui. Quando vim pra cá, quase não acreditei. Não pensava que isso aconteceria. Mas eu vim e agora estou no time profissional, jogando o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil”, diz, orgulhoso, o atacante, que é casado, com Aline, também de 21 anos, e tem um filho, Daniel, de três meses.

FUTURO

Murilo é quem mais tem atuado. Recorda-se do primeiro jogo como profissional, contra o Joinville, pela Primeira Liga: “O Mano chegou e disse que eu jogaria. Fiquei entusiasmado. Pena que foi 0 a 0. Queria muito que tivéssemos ganhado”. Espera viver muitos momentos felizes com a camisa celeste: “Confesso que chego a sonhar. Já imaginou a gente vencer o Grêmio com um gol meu, de cabeça.? Seria o máximo”.

Nonoca estreou contra o Democrata-GV, no Mineiro. Vitória cruzeirense por 2 a 0. “Entrei no decorrer daquele jogo. Foi uma sensação diferente, mas não igual à de disputar uma partida do Brasileiro ou da Copa do Brasil. As competições nacionais são muito diferentes. O jogo é mais pegado, mais forte. Mas já estou acostumado e pronto para o que der e vier”.

Raniel vive um momento especial. Entrou no segundo tempo do duelo com o Grêmio e teve duas chances de gol, muito mais que o então titular, Rafael Sobis. Ele não sabe que esteve para jogar. Mas pessoas próximas a Mano Menezes contam que o treinador chegou a cogitar a possibilidade e recuou ao analisar o contexto, por ser uma partida na casa do adversário e com intensa pressão da torcida. A necessidade de triunfo na quarta-feira, para garantir à Raposa vaga na final da Copa do Brasil, pode fazer com que Raniel seja escalado, principalmente depois dos elogios de Mano.