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Depois de Vicintin, Gilvan também abandona projeto de Wagner Pires de Sá no Cruzeiro

Atual mandatário discorda da nomeação de Itair Machado no futebol

postado em 05/10/2017 08:00 / atualizado em 05/10/2017 09:37

Ramon Lisboa/EM/D. A Press
Ironicamente, o Cruzeiro vive uma das maiores crises políticas de sua história apenas uma semana depois de conquistar o penta da Copa do Brasil. A vitória de Wagner Pires de Sá na eleição presidencial da última segunda-feira desencadeou sucessivos rachas na cúpula do clube e tudo por conta do anúncio de que Itair Machado, ex-presidente do Ipatinga, será o nome forte do departamento futebol a partir de 2018. Nessa quarta, o vice de futebol Bruno Vicintin divulgou carta de despedida e se desligou da diretoria. Não bastasse isso, o presidente Gilvan de Pinho Tavares, que encerra sua gestão em dezembro, também rompeu com Wagner, a quem apoiou no pleito contra o opositor Sérgio Santos Rodrigues.

Assim como Bruno Vicintin, Gilvan discordou da nomeação de Itair Machado para exercer um cargo executivo no futebol. Uma das condições estabelecidas pelo atual presidente para apoiar o nome de Wagner Pires de Sá na eleição era manter intacta a estrutura do departamento: Vicintin como vice-presidente de futebol, Klauss Câmara como diretor-executivo, Tinga como gerente e Pedro Moreira como supervisor. 

Em reunião na quarta-feira pela manhã, na sede administrativa do clube, Gilvan entendeu que Wagner quebrou um acordo ao não abrir mão da inclusão de Itair Machado na hierarquia do futebol. O Superesportes apurou que o primeiro vice de Gilvan, José Francisco Lemos, homem mais influente da política do Cruzeiro, também reprovou o comportamento irredutível de Pires de Sá em relação à nomeação do ex-ipatinguense.

Em entrevista ao Superesportes na noite de quarta-feira, Wagner Pires de Sá confirmou que Itair Machado terá um cargo de chefia no futebol, mas não detalhou a função.

Sem apoio na gestão

Fosse mantida por Wagner Pires de Sá a estrutura do departamento de futebol, Gilvan ajudaria o novo presidente na transição e até cogitava exercer um cargo para auxiliá-lo no começo da nova gestão. Na reunião de quarta-feira, o atual mandatário descartou esse apoio.

Gilvan foi procurado pela reportagem para analisar o momento político do clube, mas não atendeu as chamadas.

Diante do racha entre os então aliados, o departamento de futebol terá saídas em série. O gerente Tinga anunciará logo o seu desligamento. Ele era um dos homens mais próximos de Vicintin. Além disso, tem propostas de alguns clubes, inclusive do Internacional, onde foi ídolo. O diretor de futebol Klauss Câmara também deve sair.

O supervisor de futebol Pedro Moreira tem futuro incerto, assim como o supervisor administrativo Benecy Queiroz. Carlos Oliveira, o Carlão, atual secretário de esporte, cultura e lazer da prefeitura de Ipatinga e ex-supervisor do Ipatinga na era Itair Machado, é cogitado para assumir o setor na Toca da Raposa II.

O diretor de comunicação Guilherme Mendes, no clube desde 2007, é outro que tem o posto ameaçado. Assessores de Wagner Pires de Sá na eleição presidencial pleiteiam o cargo. Mudanças podem ocorrer ainda nos departamentos de marketing e comercial.

Na base, a tendência é que o superintendente Antônio Assunção também anuncie o seu desligamento.

Mano Menezes de saída

Fontes do clube asseguram que, diante do quadro político do Cruzeiro, são remotíssimas as chances de Mano Menezes seguir no comando técnico em 2018. Antes mesmo do título da Copa do Brasil, o treinador já acenava com uma saída por conta de desgastes naturais das duas passagens (2015, antes da transferência para a China, e 2016/2017). 

O vínculo atual de Mano Menezes vai até 31 de dezembro. Aos amigos mais próximos, o treinador nunca escondeu que tem como objetivo de carreira liderar o São Paulo. Sidney Lobo, seu auxiliar, foi volante do Tricolor na era Telê Santana, nos anos 1990. O Palmeiras, que não deve seguir com Cuca, já fez uma sondagem a Mano nos últimos dias.

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