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Histórico do Cruzeiro mostra que é possível conciliar boas campanhas em Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro; relembre os feitos

Em quase todas as temporadas que chegou à decisão da Copa do Brasil, clube celeste fez campanha de respeito na elite nacional. Exceção foi ano de 1993

postado em 11/10/2017 08:00 / atualizado em 10/10/2017 18:47

Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
Duas semanas depois de conquistar o pentacampeonato na Copa do Brasil, o Cruzeiro se concentra exclusivamente no Campeonato Brasileiro na reta final da temporada. Nesta quarta-feira, às 21h45, terá o Grêmio como adversário, em duelo válido pela 27ª rodada. Como a distância de momento para o líder Corinthians é de 11 pontos, as chances de título na Série A são irrisórias. Nem por isso o time celeste abrirá mão de fazer boa campanha na competição. Além da possibilidade de ganhar premiação milionária, a equipe vislumbra ascensão no ranking da Confederação Brasileira de Futebol e ganho de confiança para 2018, quando disputará a Copa Libertadores.

O Cruzeiro tem referências em sua própria história de que é possível fazer boas campanhas na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro disputados no mesmo ano. Das sete vezes que alcançou a decisão do torneio eliminatório, apenas em 1993 o rendimento na elite nacional não foi satisfatório. Nos demais, a Raposa esteve entre os primeiros colocados – a exemplo do que faz em 2017.

Competições “separadas”

É preciso ressaltar que, de 1989 a 2002, a Copa do Brasil acontecia antes do Campeonato Brasileiro. Isso porque a Primeira Divisão nacional não era realizada no sistema de pontos corridos e, consequentemente, o número de partidas para cada clube era menor. Entre os diversos modelos de disputa, havia algo em comum: os melhores colocados se classificavam para as fases eliminatórias até alcançarem a decisão.

Com datas espaçadas, a possibilidade de brigar pelas duas conquistas era maior. O Cruzeiro, portanto, jogou primeiramente as Copas do Brasil de 1993, 1996, 1998 e 2000 para depois se concentrar exclusivamente no Brasileiro.

Na Copa do Brasil de 1993, o Cruzeiro passou por Desportiva-ES, Náutico, São Paulo, Vasco e Grêmio. Em 10 jogos, ganhou cinco, empatou quatro e perdeu um. Foram 18 gols a favor e oito contra. A boa campanha não foi repetida no Brasileiro. Entre 32 participantes, o time ficou no 15º lugar geral, com seis vitórias, dois empates e seis derrotas.

Em 1996, a Raposa contou com o paredão Dida e o artilheiro Marcelo Ramos para bater a “seleção” do Palmeiras, que tinha Rivaldo, Cafu, Luizão, Djalminha e outros atletas renomados. Juventus-AC, Corinthians, Vasco e Flamengo também foram superados pelo Cruzeiro. No Campeonato Brasileiro, a boa fase foi refletida: liderança isolada da etapa qualificatória, com 44 pontos em 23 partidas. Nas quartas de final, porém, o time acabou eliminado pela surpreendente Portuguesa: derrota por 3 a 0, em São Paulo, e vitória por 1 a 0, em Belo Horizonte. Na pontuação geral, apenas o Grêmio somou mais que o clube celeste: 48 a 47.

Na temporada de 1998, o Cruzeiro ficou rotulado pela fama de vice e teve o Palmeiras como algoz na final da Copa do Brasil. O título escapou literalmente pelos dedos aos 44min do segundo tempo do confronto de volta. O goleiro Paulo César não conseguiu segurar a cobrança de falta de Zinho e permitiu que Oséas marcasse no rebote. Ao fazer 2 a 0, o alviverde conseguiu inverter o placar de 1 a 0 construído pelos mineiros em Belo Horizonte. Já no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro arrancou nas rodadas finais da primeira fase e se classificou em sétimo lugar. No mata-mata, vingou-se do Palmeiras nas quartas de final, derrotou a Portuguesa na semifinal e se deparou com o Corinthians na decisão. O clube paulista ganhou a melhor de três com empates no Mineirão (2 a 2) e no Morumbi (1 a 1) e vitória no Morumbi (2 a 0).

Dois anos depois, o Cruzeiro conseguiu ótimo aproveitamento na Copa do Brasil – 74,36% (oito vitórias e cinco empates) – e se sagrou campeão invicto. No caminho até o título, o time superou Gama, Paraná, Caxias, Atlético-PR, Botafogo, Santos e São Paulo. No Campeonato Brasileiro de 2000 – denominado Copa João Havelange –, liderou a primeira fase, com 45 pontos. No mata-mata, ganhou de Malutrom-PR (oitavas de final) e Internacional. Acabou eliminado pelo Vasco na semifinal.

Juarez Rodrigues/EM D.A Press

Torneios simultâneos

Em 2003, o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos e teve as fases finais da Copa do Brasil realizadas simultaneamente. E nessa primeira ocasião, o Cruzeiro sobrou em ambos os torneios.

Quando se preparava para enfrentar o Flamengo na final da Copa, a equipe de Vanderlei Luxemburgo liderava a Série A com 24 pontos em 11 jogos – três a mais que Corinthians, Santos e Internacional. 

No dia 8 de junho, a Raposa empatou com o rubro-negro por 1 a 1, no Maracanã. Três dias depois, ganhou por 3 a 1 no Mineirão e levantou o terceiro troféu. Além do Urubu, o grupo estrelado eliminou Rio Branco-ES, Corinthians-AL, Vila Nova-GO, Vasco e Goiás.

Na sequência da temporada, o Cruzeiro continuou em alta e encerrou o Brasileiro com 100 pontos e 102 gols marcados. O título foi conquistado com 13 de vantagem sobre o vice-campeão Santos.

Há de se ressaltar que nenhum outro clube conseguiu levantar os dois troféus nacionais na mesma temporada.

Em 2014, o Cruzeiro esteve perto de repetir o feito de 2003. Líder absoluto do Brasileiro, o time tinha o Atlético como oponente na final da Copa do Brasil. No dia 23 de novembro, os comandados do técnico Marcelo Oliveira confirmaram o quarto título da Série A ao vencerem o Goiás no Mineirão por 2 a 1, pela 36ª rodada. Na Copa, porém, não houve a mesma competência na briga pela taça: o clube celeste foi derrotado por 1 a 0, em 26 de novembro, também no Gigante da Pampulha. O alvinegro já tinha ganhado o jogo de ida por 2 a 0, no Independência.

Arquivo Estado de Minas

Cenário de 2017

Antes de ser campeão da Copa do Brasil em 2017, o Cruzeiro já estabelecia o objetivo de fazer boa campanha no Brasileiro. Afinal, não havia a certeza de título na competição eliminatória, e a presença entre os seis primeiros colocados no torneio de pontos corridos garantiria uma vaga na Copa Libertadores de 2018.

Depois de empatar o primeiro jogo da final contra o Flamengo (7/9), o Cruzeiro emplacou série de três vitórias no Brasileiro: Chapecoense (2 a 1), Bahia (1 a 0) e Atlético-GO (2 a 1). Com a confiança elevada, o time reencontrou o rubro-negro no segundo jogo (27/9), empatou sem gols no tempo normal e ganhou nos pênaltis por 5 a 3. 

Já com a taça garantida, a Raposa empatou com o Corinthians por 1 a 1 e venceu a Ponte Preta por 2 a 1. Os dois jogos aconteceram no Mineirão.

Há sete jogos sem perder no Brasileiro, o Cruzeiro conquistou 17 pontos no returno e registra 70,83% de aproveitamento (tem uma partida a mais, pois o duelo com a Ponte, pela 28ª rodada, foi antecipado). Com a arrancada, a equipe de Mano pulou do sétimo lugar, com 24 pontos (47,37%), para o quarto, com 44 (54,3%).

Histórico em Copas do Brasil/Brasileiros

1993

Campeão da Copa do Brasil
10 jogos - 5 vitórias, 4 empates e 1 derrota (63,33%)
Artilheiro: Cleison (6 gols)

12º lugar no Brasileiro (eliminado na fase de grupos)
14 jogos - 6 vitórias, 2 empates e 6 derrotas
Artilheiro: Ronaldo (12 gols)

1996

Campeão da Copa do Brasil
10 jogos - 4 vitórias, 5 empates e 1 derrota (56,67%)
Artilheiro: Marcelo Ramos (7 gols)

5º lugar no Brasileiro (eliminado nas quartas de final)
25 jogos - 14 vitórias, 5 empates e 6 derrotas
Artilheiro: Palhinha (10 gols)

1998

Finalista da Copa do Brasil (perdeu para o Palmeiras)
9 jogos - 5 vitórias, 2 empates e 2 derrotas (62,96%)
Artilheiros: Bentinho, Alex Alves e Marcelo Ramos (3 gols)

Finalista do Brasileiro (perdeu para o Corinthians)
32 jogos - 14 vitórias, 9 empates e 9 derrotas
Artilheiro: Fábio Júnior (18 gols)

2000

Campeão da Copa do Brasil
13 jogos - 8 vitórias e 5 empates (74,36%)
Artilheiro: Oséas (10 gols)

3º lugar no Brasileiro (eliminado na semifinal)
30 jogos - 14 vitórias, 12 empates e 4 derrotas
Artilheiro: Oséas (13 gols)

2003

Campeão da Copa do Brasil
11 jogos - 8 vitórias e 3 empates (81,82%)
Artilheiro: Deivid (7 gols)

Campeão Brasileiro
46 jogos - 31 vitórias, 7 empates e 8 derrotas
Artilheiro: Alex (23 gols)

2014

Finalista da Copa do Brasil (perdeu para o Atlético)
8 jogos - 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas (54,17%)
Artilheiros: Marcelo Moreno e Willian (4 gols)

Campeão Brasileiro
38 jogos - 24 vitórias, 8 empates e 6 derrotas
Artilheiros: Ricardo Goulart e Marcelo Moreno (15 gols)

2017

Campeão da Copa do Brasil
14 jogos - 7 vitórias, 5 empates e 2 derrotas (61,9%)
Artilheiro: Rafael Sobis (5 gols)

4º lugar no Brasileiro (em andamento)
27 jogos - 12 vitórias, 8 empates e 7 derrotas
Artilheiro: Thiago Neves (7 gols)

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