Basquete
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COPA DO MUNDO DE BASQUETE

Chance para recuperar o prestígio

Ajudada por convite, Seleção Brasileira disputa a Copa do Mundo da Espanha com um grupo forte, mas terá pela frente rivais que se tornaram potências internacionais

postado em 29/08/2014 08:00 / atualizado em 28/08/2014 19:17

Renan Damasceno / Estado de Minas

Divulgação/CBB


Em busca do prestígio perdido, a Seleção Brasileira Masculina de Basquete chega à Copa do Mundo, que começa neste sábado, na Espanha, com o objetivo de apagar os vexames recentes e recolocar o país no patamar de cima do basquetebol mundial – lugar que ocupou nas quatro primeiras décadas do campeonato, quando foi bicampeão (1959 e 1963), medalhista de prata (1954 e 1970) e bronze (1967 e 1978). O Brasil está no Grupo A e estreia contra a França, neste sábado, às 13h (de Brasília). Depois enfrenta Irã, Espanha, Sérvia e Egito. Quatro se classificam para as oitavas de final.

Que pese a necessidade de convite para não ficar de fora do Mundial pela primeira vez, o Brasil tem o grupo mais forte dos últimos anos – pelo menos, em melhor fase e mais experiente. O técnico Rubén Magnano contará com os 12 atletas em boa forma e sem problemas de lesão, sendo que 11 estavam na campanha do quinto lugar em Londres’2012. Será a chance de os atletas da NBA voltarem a ter credibilidade com os torcedores, depois de diversos pedidos de dispensa, e a dois anos do Rio’2016.

O time-base será formado por Marcelinho Huertas (Barcelona), Leandrinho (anunciado ontem no Golden State Warriors), Marquinhos (Flamengo), Nenê (Washington Wizards) e Tiago Splitter (primeiro brasileiro campeão da NBA, com o San Antonio Spurs). No banco de reservas estão atletas como Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers), os experientes Marcelinho Machado (Flamengo, Alex (Bauru) e Giovannoni (Brasília), o norte-americano naturalizado Larry Taylor, o bom pivô Rafael Hettsheimeir (Bauru) e o mineiro Raulzinho (Murcia-ESP), de apenas 22 anos, que vai para seu segundo mundial.

É um grupo experiente (média de 31 anos), e alto (2,01m). “Quando estivemos juntos conseguimos bons resultados, como o quinto lugar em Londres. Por isso, aqui na Espanha, existe uma grande possibilidade de medalha”, afirmou o pivô Anderson Varejão. Os jogadores já estão juntos há 40 dias e fizeram nove amistosos, vencendo seis e perdendo três (um deles para os Estados Unidos).

HISTÓRIA DE OURO

O Brasil tem histórico vitorioso em Mundiais. Além das seis medalhas, a Seleção é a única a disputar todos os 17 Mundiais, ao lado dos Estados Unidos. É a segunda seleção que mais fez jogos (126), também atrás dos norte-americanos (140). Os jogadores brasileiros também escreveram o nome na história: dois atletas foram escolhidos como MVP, Amauri Pasos (1959) e Wlamir Marques (1963). Wlamir é o maior medalhista (2 ouros e 2 pratas) ao lado do iugoslavo Kresimic Cósic. Oscar Schimidt é o maior pontuador (843) e o atleta com mais partidas (35).

Assista ao comentário do repórter Renan Damasceno sobre a Copa do Mundo:



OS RIVAIS

Grupo A
França
Sábado, às 13h
Jogo-chave. Atual campeã europeia, a França não vai contar com três estrelas: Tony Parker, Joakim Noah e Nando de Colo, mas terá Boris Diaw e Nicolas Batum. É um adversário duro, mas que pode ser batido.

Irã
Domingo, às 13h
Sem trabalho. Em amistoso, na Eslovênia, os brasileiros venceram por 92 a 52.

Espanha
Segunda-feira, às 17h
Teste de fogo. Anfitriã, a Espanha tem os irmãos Marc e Pau Gasol, os veteranos Juan Carlos Navarro, José Calderón e Rudy Fernández, além de Serge Ibaka e Ricky Rubio. Candidatíssima ao título.

Sérvia
Quarta-feira, às 13h
Gigantes em crise. A Sérvia, apenas sétima colocada no Eurobasket’2013, perdeu jogadores por indisciplina e lesão. O ponto forte á a altura: 2,06m, a média mais alta do campeonato

Egito
Quinta-feira, às 10h30
Incógnita. O Egito, vice-campeão africano, também não deve ser pedra no sapato para o Brasil, mas é melhor se cuidar. Quem não se lembra da derrota para a Jamaica na Copa América’2013....

OUTROS GRUPOS

Grupo B
Argentina
Croácia
Grécia
Filipinas
Porto Rico
Senegal

Grupo C
Estados Unidos
Finlândia
Nova Zelândia
R. Dominicana
Turquia
Ucrânia

Grupo D
Angola
Austrália
Coreia do Sul
Eslovênia
Lituânia
México

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

Novo nome
Depois de 16 edições como Campeonato Mundial, a FIBA renomeou a competição para Copa do Mundo, inspirado no nome do torneio de futebol, que ocorre no mesmo ano.

Fórmula de disputa
Os 24 participantes foram divididos em quatro grupos, sediados em Granada (A), Sevilha (B), Bilbao (C) e Ilhas Canárias (D). Eles jogam entre si, dentro da chave, e os quatro melhores classificam para as oitavas de final: A x B e C x D, em Madri e Barcelona. A final é em 14 de setembro, na capital espanhola.

Favoritos
Anfitriã, campeã mundial (2006) e vice-olímpica (2008 e 2012), Espanha sonha em desbancar os Estados Unidos em casa. Os dois times têm tudo (e mais um pouco) para decidir o Mundial. França, Brasil, Austrália e a Argentina formam o segundo pelotão.

Zebras
Terra do basquete, a Lituânia, do pivô Jonas Valanciunas, é uma geração talentosa. Porto Rico pode aprontar no grupo da problemática e enfraquecida Argentina. Turquia, apesar da falta de armadores, também chega forte para a fase final.

2,18m
É a altura do pivô iraniano Hamed Haddadi, o mais alto do campeonato. O mais baixo é o filipino Lewis Tenorio, de 1,70m.

Dream Team B
Nada de Kobe Bryant, LeBron James, Carmelo Anthony ou Kevin Durant. Mas isso não significa que os Estados Unidos estejam fracos. Fique de olho nos arremessos de Stephen Curry, na versatilidade de Kyrie Irving, James Harden e Derrick Rose e nas enterradas de Kenneth Faried e Anthony Davis.

Estreantes
Dos 24 competidores, apenas dois são estreantes: a Finlândia e Ucrânia. Brasil e Estados Unidos são os únicos a participar das 17 edições.

Transmissão
No Brasil, dois canais de TV fechada têm direito de transmissão: Sportv e ESPN. O site fiba.com disponibiliza estatísticas em tempo real.

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