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Carreira, seleção, basquete nacional e Chicago Bulls: Cristiano Felício se diz preparado para novo período na NBA

Pivô do Chicago Bulls é um dos cinco brasileiros na liga norte-americana

postado em 20/10/2017 09:00 / atualizado em 20/10/2017 14:09

Divulgação / Chicago Bulls
A temporada 2017/2018 da NBA, a liga de basquete norte-americana, teve início na última terça-feira com as 30 franquias buscando o título de melhor equipe na elite do esporte mundial, que atualmente pertence ao Golden State Warriors. Cinco brasileiros estão confirmados para a nova temporada, número que diminuiu em relação à temporada passada, quando nove integraram a lista.

No momento, Cristiano Felício é o brasileiro mais “seguro” na liga. O pivô, de 25 anos, atua pelo Chicago Bulls e teve contrato renovado em junho deste ano por mais quatro anos, tendo o acordo mais longevo entre os atletas do Brasil na NBA. Mineiro de Pouso Alegre, Felício começou a carreira profissional no Minas Tênis Clube, em 2009, e chegou ao Flamengo em 2013, onde conquistou diversos títulos e permaneceu até 2015, quando foi para o Chicago Bulls.

O pivô conversou com o Superesportes sobre a nova temporada e seu futuro, além de falar sobre seleção, basquete brasileiro e o atual cenário do esporte no Brasil.

Futuro no Chicago Bulls e na NBA

Cristiano Felício assinou um novo contrato por mais quatro anos anos com o Chicago Bulls, por cerca de 32 milhões de dólares. O novo acordo foi firmado em junho deste ano, depois da temporada 2016/2017 se encerrar.

O mineiro relatou que espera continuar no clube até o fim de sua carreira e que procura dar o melhor para continuar na franquia de Illinois. “Não sou muito de planejar o que vai acontecer daqui a um ou dois anos. Sempre procuro viver o momento, dar sempre o melhor no momento, e deixar que isso cuide do meu futuro. Não tenho nada planejado ainda. Vou procurar dar o máximo a cada dia aqui no Chicago e, ao término desses quatro anos, espero estar rumando a um novo contrato com o Chicago Bulls por mais tempo, espero ficar minha carreira toda por aqui”, disse.

Chicago Bulls na temporada 2017/2018 

O Chicago Bulls, uma das franquias mais populares de basquete no mundo, sofreu diversas mudanças para a próxima temporada, como a perda dos jogadores Dwyane Wade e Jimmy Butler.

Com um elenco jovem, Felício, que é o reserva imediato do pivô Robin Lopez, deixou claro o empenho da equipe em tentar se provar na liga.“Acredito que o torcedor pode esperar um time que correrá bastante, jogando sempre duro e que estará dentro de quadra se doando ao máximo, porque são muitos jogadores novos, que têm muito a demonstrar nesta liga ainda. Acredito que todos, em todo momento que estiverem dentro de quadra, estarão dando o máximo para ajudar a franquia a conseguir vitórias e crescer ainda mais”, enfatizou o camisa 6 do Chicago Bulls, franquia marcada pelos feitos de Michael Jordan nos anos 90.

Em um treinamento nessa terça-feira, dois jogadores do Bulls se desentenderam e acabaram afastados, um pelo mau comportamento e o outro por lesão.


Brasileiros na NBA

O Brasil sofreu uma queda considerável em relação ao número de brasileiros na liga, tendo em vista a temporada passada. Em 2016, Leandrinho, Anderson Varejão, Tiago Splitter, Marcelinho Huertas, Nenê, Lucas “Bebê” Nogueira, Raulzinho, Bruno Caboclo e o próprio Cristiano Felício iniciaram na NBA. Para a temporada atual, apenas os cinco últimos citados permaneceram.

Questionado sobre o fato, Felício se mostrou tranquilo e demonstrou gratidão pelos brasileiros que fizeram história na liga e, atualmente, não estão mais na NBA. O mineiro também disse que esses jogadores “abriram as portas” para mais brasileiros no basquete norte-americano. “Acredito que os brasileiros experientes que hoje não estão na NBA, mas que podem voltar, são jogadores que tiveram carreiras brilhantes por aqui, ajudaram times por muitos anos, conquistaram títulos e deixaram suas marcas. Isso, com certeza, abriu a porta para nós, os outros brasileiros, mais jovens, a entrarem na liga também. Diminuiu a quantidade de brasileiros na liga, mas a gente somou em talento, porque a porta que eles abriram pra gente vir pra cá, mostrar pra eles que o basquete brasileiro possui jogadores que podem estar nessa liga, foi imensa. A gente deve muito a eles”, enfatizou o pivô.

Seleção Brasileira

A situação da Seleção Brasileira também foi pauta da entrevista. Felício, que já possui experiência olímpica por ter disputado a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, é um dos nomes da nova geração do basquete brasileiro. A próxima Copa do Mundo de Basquete será em 2019, na China, e as qualificatórias começam em novembro deste ano, com duração até 2019.

O pivô se mostrou confiante com a atual geração, que terá o importante papel de substituir um grupo de jogadores que recolocou o Brasil em um patamar respeitável no cenário mundial. “A Seleção Brasileira tem muitos jogadores de bom potencial para as próximas competições. Independente de quem esteja defendendo a camisa da seleção eles vão sempre dar o máximo, vão sempre estar deixando tudo dentro de quadra, e eu acredito que as próximas competições, começando com a qualificação para o Mundial, com certeza serão muito importantes, e o Brasil tem jogadores de potencial para estar representando o país da melhor maneira possível”, declarou.

O basquete no Brasil

Por fim, o pivô comentou a situação do esporte no Brasil. Cristiano Felício atuou por dois clubes no Brasil, o Minas e o Flamengo. Ele disputou competições como o NBB, a Liga das Américas e a Copa Intercontinental, tendo conquistado os três títulos pelo Flamengo.

Felício se diz contente pela situação do basquete nacional e a volta do crescimento do esporte, por meio das competições nacionais e também pelo aumento da popularidade. Também demonstrou confiança no futuro do esporte brasileiro. “Continuo acompanhando sim o NBB, as competições que os clubes brasileiros disputam, como a Sul-Americana e a Liga das Américas, e acredito que o basquete brasileiro está em evolução. Muitos campeonatos de categoria de base já estão voltando e ficando bem competitivos, mostrando que o basquete no Brasil está crescendo. Isso, com certeza, é muito bom para as futuras gerações e para a geração que vive agora essa reconstrução da Seleção, que vem dos jogadores mais velhos saindo e para gente que tem que ter um protagonismo maior dentro da Seleção, isso com certeza ajuda bastante. O Brasil teve um momento difícil, mas acho que o prestígio que a gente teve dentro do basquete nunca caiu, e a gente só tem que erguer cada vez mais e mostrar que o Brasil pode sim, e com certeza, no futuro será uma das forças do basquete mundial”, finalizou o pivô do Chicago.

A estreia do Chicago Bulls na nova temporada da NBA foi nessa quinta-feira, diante do Toronto Raptors, no Air Canada Centre, em Toronto. Os visitantes acabaram derrotados por 117 a 100. Vindo da reserva, Felício atuou por 16 minutos, anotou 4 pontos e pegou 2 rebotes.

* texto produzido sob supervisão de Daniel Seabra

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