Os dois finalistas do Campeonato Paulista chegam à decisão após intensa reformulação para esta temporada, e seus presidentes reagem de forma diferente à conquista de uma vaga nos dois jogos que definirão o campeão. Enquanto o santista Modesto Roma Júnior acha até que “demorou” para ver o resultado em pouco mais de quatro meses, o palmeirense Paulo Nobre enxerga que apenas um passo foi dado rumo ao objetivo.
“Com a vitória na semifinal, galgamos mais um degrau, que era fundamental para o objetivo de ser campeão. Mas sem favorito na final”, disse Nobre, extremamente contido, embora lembrando que precisou usar mais de R$ 100 milhões de seus recursos próprios para ajudar o endividado Verdão nos dois primeiros anos de sua gestão e quase ser rebaixado no Brasileiro do ano passado, exatamente na temporada do centenário do clube.
“Na verdade, foram dois anos dificílimos, de uma reconstrução das partes administrativa e financeira do clube. Trabalhamos com o objetivo de ter um Palmeiras escrito com todas as letras maiúsculas e estamos buscando atingir esse objetivo. Chegar a uma final é uma coisa muito importante, agora tem que se concentrar, com muito respeito ao adversário, para tentar conquistar o título”, avisou.
Modesto Roma Júnior sorri com mais facilidade. O presidente assumiu o clube no fim do ano com o elenco sem receber salários, problema que tirou diversos atletas da Vila Belmiro – entre as 20 contratações do Palmeiras, estão o goleiro Aranha e o volante Arouca, ambos saídos do Peixe. Mesmo assim, o Santos está na final com a vantagem de decidir em casa, já que tem melhor campanha do que o rival.
“Se eu não imaginasse que isso fosse possível, não teria sido candidato a presidente do Santos. É o tempo. E demorou quatro meses, não foi tão rápido assim. São duas grandes equipes, com elencos muito fortes. Os dois times estão prontos. Serão dois grandes jogos, dignos de um Campeonato Paulista que está sendo disputado mostrando grandeza e importância dos Estaduais”, comemorou Modesto.
Para ambos, a chegada à final não é nada além do que comprovar a grandeza dos clubes. “Os quatro clubes que foram à semifinal trabalharam muito sério para chegar a esse momento. Qualquer um dos quatro poderia ter passado”, opinou Nobre, mais político do que seu adversário na decisão.
“Sempre quando se entra em um campeonato, é para ganhar o título. Equipes do porte de Santos e Palmeiras não entram para disputar quinto lugar. Estamos aqui disputando o título como devíamos fazer nesse campeonato”, comemorou Modesto.