Futebol Nacional
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MINEIRÃO

Jogo a ser vencido

Mais de dois anos depois se sua reabertura, Mineirão ainda enfrenta vários desafios. Os principais são a ocupação do espaço nobre e o destino da maioria das lojas da esplanada

postado em 28/04/2015 08:24 / atualizado em 28/04/2015 09:06

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Reinaugurado em fevereiro de 2013, o Mineirão recebeu no jogo Atlético 0 x 0 Caldense, no domingo, seu maior público em 2015, com mais de 54 mil presentes. Mas, se a primeira partida da final do Campeonato Mineiro foi sucesso em bilheteria, ainda há muito a ser feito no estádio. Mesmo que o Museu Brasileiro do Futebol seja um sucesso, a maioria das lojas na esplanada está fechada, e o projeto do restaurante foi abandonado.

Um dos principais problemas em jogos do Cruzeiro, que é quem mais atua no Gigante da Pampulha, são as cadeiras vazias no setor comercializado pela Minas Arena, consórcio que administra o local (em torno de 7 mil). Por contrato, a empresa tem de cobrar pelo menos 20% acima do valor mais alto praticado pelo clube celeste, que, desta forma, acaba arrecadando mais.

Já o Galo, na partida de domingo, optou por comprar todos os ingressos da Minas Arena e revendê-los a preços mais baixos. Assim, além de neutralizar a imagem das cadeiras desocupadas, deixa os torcedores mais próximos da equipe, a exemplo do que ocorre no Independência, o que é tido como uma das armas alvinegras.

Se não foi suficiente para vencer a Caldense, ao menos conseguiu boa arrecadação (R$ 2.387.910). O valor poderia ter sido ainda maior se a Polícia Militar não tivesse exigido que uma área que comportaria cerca de 5 mil torcedores ficasse isolada para segurança dos cerca de 500 fãs da Veterana que foram ao Gigante da Pampulha.

O presidente Daniel Nepomuceno vem se reunindo frequentemente com o consórcio que administra o estádio para poder receber mais partidas no local. A ideia é que o Galo atue por lá em mais confrontos pelo Campeonato Brasileiro e pela Libertadores – no caso de classificação às quartas de final (o duelo com o Internacional, pelas oitavas, será no Horto). “O Mineirão só se torna atraente quando o jogo tem mais de 40 mil, 50 mil pessoas. Com menos, o Independência é melhor para o Galo. Precisamos atrair o torcedor comum para o estádio outra vez, assim como queremos aumentar o nosso programa sócio-torcedor”, afirma o dirigente.

Se do lado de dentro as coisas têm funcionado bem nos dias de jogos, fora a situação não vai tão positiva. Apenas seis das 18 lojas da esplanada estão operando, sendo uma a franquia Maior de Minas, que vende produtos licenciados pela Raposa.

Assim, não há previsão de lançamento da segunda etapa, como planejado. Seriam mais 27 espaços de 60m quadrados. “As lojas estão sendo negociadas, principalmente agora, que passou a Copa do Mundo. Antes, os interessados estavam cautelosos, pois teriam de ficar praticamente dois meses fechados, por o estádio estar entregue à Fifa”, diz Rivele Nunes, assessor da Minas Arena, lembrando que a esplanada se tornou um dos pontos preferidos dos belo-horizontinos para a prática de esportes como skate, patins e bicicletas, entre outros, ficando lotada nos fins de semana.

Houve também mudança no projeto original. O consórcio desistiu de abrir o restaurante em área atrás de um dos gols. O local, chamado de “lounge panorâmico”, está sendo alugado para eventos, sempre fora dos dias de jogos.

O aluguel para festivais de música, comemorações e cerimônias, aliás, tem sido uma das boas fontes de renda da Minas Arena. Outra são os camarotes, todos alugados.

Sucesso de público também é o Museu Brasileiro do Futebol. Desde sua inauguração, em março de 2013, cerca de 115 mil pessoas já visitaram o local, que funciona de terça a domingo.

CONTRATO Com mais lojas e eventos, a tendência é que o Mineirão dependa menos de repasses do governo do estado. Pelo contrato firmado, o poder público se compromete a garantir lucro mínimo de R$ 3,7 milhões por mês ao Consórcio Minas Arena.

A empresa também cobra dívida de R$ 5,5 milhões do Cruzeiro. O clube contesta, pois considera que, se o Atlético jogou a final da Copa Libertadores no Mineirão sem pagar despesas, a Raposa teria o mesmo direito por isonomia contratual. (Com Roger Dias)

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