Adepta do lema mudar para não parar, a Fórmula 1 inicia mais uma temporada neste domingo repleta de novidades. Desde a revolução dos motores, em 2014, não se viam tantas alterações, que vão do regulamento às dimensões dos carros, passando por regras de largada na chuva e desenvolvimento ilimitado de propulsores.
A intenção é deixar mais atrativa a competição, que começa amanhã na Austrália. Afinal, a Mercedes venceu os últimos três campeonatos de construtores sem muitas dificuldades e a supremacia só é benvinda se houver disputa e emoção.
Com bólidos mais largos e de aerofólio menor, além de pneus também mais largos e resistentes, a tendência é que eles fiquem mais rápidos em até 5 segundos por volta. Com isso, espera-se maior equilíbrio.
Há ainda melhor distribuição do material humano entre as equipes. Se Lewis Hamilton e Nico Rosberg (atual campeão), ambos da Mercedes, fizerram do campeonato uma disputa particular desde 2014, é possível que outros se intrometam na briga pelo título no vácuo da aposentadoria de Nico – o inglês terá como companheiro o finlandês Valtteri Bottas, ex-parceiro de Felipe Massa na Williams.
Outros pilotos vão estrear na principal categoria do automobilismo ou mudaram de equipe: Lance Stroll, da Williams, é o único novato no circo. Stoffel Vandoorne entra no lugar de Jenson Button na McLaren. Nico Hulkenberg trocou a Force India pela Renault e foi substituído por Esteban Ocon. Hulk ficou com o posto de Kevin Magnussen, que foi para a Haas. Pascal Wehrlein herdou a vaga na Sauber do brasileiro Felipe Nasr, que ficou de fora do grid, assim como o mexicano Esteban Gutierrez.
Os treinos da pré-temporada sugerem que a Ferrari pode fazer frente à Mercedes este ano. Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel foram os mais rápidos até com certa folga, deixando os fanáticos torcedores animados.
Já a Red Bull corre por fora e também sinaliza que pode dar trabalho. O time conta com o projetista Adrian Newey – acostumado a produzir carros vencedores quando há mudança conceitual do regulamento, como este ano – além de pilotos experientes: Daniel Ricciardo e Max Verstappen. A expectativa fica sobre o desenvolvimento do chassi e se a Renault entregará motores confiáveis, como ocorreu no ano passado.
A grande incógnita parece ser a McLaren. Devido à fragilidade do novo motor Honda, a equipe testou bem menos que os concorrentes em Barcelona e vai estrear sob forte desconfiança. A direção da escuderia teria até recorrido à Mercedes no início do mês para saber se, eventualmente, seria possível os alemães fornecerem unidades motrizes. Se isso ocorrer, será uma vergonha para os japoneses e, possivelmente, o fim de uma das parcerias mais vitoriosas da F-1.
Quanto ao único brasileiro no grid este ano, também não é possível fazer prognóstico certeiro. Se tem talento e é um dos mais experientes, Felipe Massa ainda espera melhoras no equipamento. “A gente tem um carro competitivo, de nível. Não somos a melhor equipe, mas podemos brigar para ser a terceira melhor”, diz ele.
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O que podemos esperar da temporada? Quem são os favoritos?
É difícil falar agora baseando-se apenas nos treinos do início da temporada. Sinceramente, não dá pra saber como o carro está, principalmente com as mudanças que os tornaram mais pesados. A certeza só teremos depois do primeiro treino oficial. A impressão que dá é que a Mercedes será a favorita maior, o carro com mais chances, principalmente porque já está há um bom tempo na categoria e com um carro todo desenvolvido. Mas creio que as Ferrari estarão mais próximas da Mercedes.
E quais seriam os favoritos?
Lewis Hamilton e Valteri Bottas, apesar de este último estar em sua primeira temporada na Mercedes, são os pilotos que estão mais à frente para brigar pelo título. Hamilton é o favorito maior, mas não podemos descartar o Bottas.
Existe alguma equipe que pode surpreender na temporada?
Tirando a Mercedes e a Ferrari, a Red Bull e a Williams seriam as equipes que poderiam surpreender.
E quais as chances de Felipe Massa?
O Felipe Massa é um dos mais experientes. Está há muito tempo na Fórmula 1. Não é à toa que a Williams foi bater na porta dele, já aposentado, para voltar a competir depois da saída do Bottas. Chamaram o piloto certo e acho que ele terá uma boa temporada.
