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BOA ESPORTE

Após seis anos e dez meses, goleiro Bruno volta oficialmente ao futebol

Goleiro voltará a campo no jogo entre Boa e Uberaba, neste sábado

postado em 08/04/2017 08:00 / atualizado em 07/04/2017 19:45

ANDRADE MOURAO/AGIF

O goleiro Bruno está oficialmente de volta ao futebol. Vinte e oito dias após assinar contrato com o Boa Esporte, ele será titular na partida entre o clube do Sul de Minas e o Uberaba, neste sábado, às 17h30, no Melão, em Varginha, pela primeira rodada do hexagonal final do Módulo II do Campeonato Mineiro.

Nessa quinta, o técnico Julinho Camargo confirmou ao Superesportes que Bruno iniciará a partida deste sábado, deixando Luan Polli no banco de reservas. “A princípio, sim, ele joga. Se não ocorrer nada anormal, como uma lesão, ele vai para o jogo como titular e começa sim no sábado”, disse.

A última vez que o goleiro disputou uma partida como profissional foi com a camisa do Flamengo, em 5 de junho de 2010, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Goiás. São seis anos e dez meses sem disputar um jogo oficial.

Carreira

Ainda na adolescência, Bruno Fernandes teve passagem pelas categorias de base do Venda Nova - clube da Região onde o goleiro viveu na infância - e do Tombense, antes de se transferir ao Atlético.

Bruno chegou ao Galo ainda na base, aos 18 anos, para fazer parte do time sub-20, onde permaneceu até 2004, quando foi integrado ao elenco principal do clube alvinegro. A estreia com os profissionais aconteceu em 2 de junho de 2005, aos 20 anos. Na ocasião, Bruno era o terceiro goleiro e substituiu o titular Danrlei, que estava suspenso, e o reserva Diego Alves (hoje no Valencia-ESP), convocado para defender a Seleção Brasileira sub-20. Após a partida contra o Juventude, em agosto daquele ano, se firmou como titular no gol do Galo.No fim da temporada, o Atlético acabou rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, mas ele foi o eleito o melhor goleiro de Minas Gerais pelo Troféu Telê Santana.

Jorge Gontijo / EM/D.A.Press

As boas atuações renderam visibilidade ao goleiro. Em julho de 2006, o Az Alkmaar, da Holanda, tentou contratar o atleta, mas, por detalhes, a negociação não foi concretizada. Porém, pouco mais de um mês depois, o Galo acertou a venda de Bruno à investidores do Grupo MSI, que repassou o atleta ao Corinthians, então campeão brasileiro. A negociação de 85% do passe do atleta girou em torno de R$ 5 milhões. Com a camisa do Galo, em pouco mais de um ano, Bruno disputou 59 jogos e sofreu 67 gols.

O contrato de Bruno com o Corinthians era válido até dezembro de 2006, porém, menos de um mês após chegar ao Parque São Jorge, o goleiro pediu dispensa e rescindiu com o clube paulista.

Ainda naquele ano, Bruno defenderia seu terceiro clube na carreira profissional: o Flamengo, onde o goleiro atingiu seu melhor nível na carreira.

Mesmo chegando em setembro ao time carioca, ele assumiu a vaga de Diego, lesionado, e não deixou mais a equipe titular. Em 2007, ele se consagrou na final do Campeonato Carioca e se tornou ídolo da torcida ao defender dois pênaltis na final contra o Botafogo, ajudando o Flamengo a conquistar o Estadual.

Com a camisa do Flamengo, entretanto, Bruno viveu seu melhor momento em 2009, sendo capitão do time que venceu o Campeonato Brasileiro daquele ano.

Em 2010, os jornais italianos já noticiavam o interesse do Milan na contratação do goleiro flamenguista. Com a saída de Dida, e a provável permanência de Storari no Sampdoria - o goleiro estava emprestado ao clube de Gênova – a diretoria do clube italiano estaria de olho em Bruno. Posteriormente, o goleiro revelou que tinha um pré-contrato assinado com os italianos. Lá, receberia R$500 mil mensais.

Mas, em meio a todo esse noticiário, em julho de 2010, o goleiro foi detido pelo desaparecimento de Eliza Samúdio. O rubro-negro suspendeu o salário do atleta por justa causa no mesmo mês, mas o contrato entre as partes só teve fim em dezembro de 2012.

Com a camisa do Rubro-Negro do Rio, Bruno disputou 234 partidas, marcou quatro gols - três de falta e um de pênalti - e conquistou todos os sete títulos que tem, até então, na carreira.

EM/D.A. PRESS


Prisão e retorno ao futebol


Em 2010, o goleiro foi detido pela suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samúdio. Em 2013, foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, além do assassinato e ocultação de cadáver da ex-companheira.

Durante todo o tempo em que esteve detido, Bruno se preparou para voltar a ser jogador profissional quando deixasse a prisão. Em 2014, ainda preso, Bruno assinou contrato com o Montes Claros até  fevereiro de 2019, com a intenção de conseguir transferência para a cidade do Norte de Minas e progredir sua pena para condicional, mas teve seu pedido negado pela Justiça.

Porém, em 24 de fevereiro de 2017, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello concedeu Habeas corpus ao ex-jogador, sob justificativa de ele não ter sido condenado em segunda instância. Esta liminar permitiu que o jogador recorresse em liberdade de sua condenação.

No dia 10 de março, aos 32 anos, Bruno Fernandes assinou contrato com o Boa Esporte até maio de 2019

Divulgação

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