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DA ARQUIBANCADA

É preciso errar

'O grande aprendizado vem das derrotas, pois elas deixam marcas que nos fazem pensar e, principalmente, corrigir os erros'

postado em 31/03/2015 12:00 / atualizado em 31/03/2015 15:26

Jeremias Henrique Xavier Jhereh / Light Press / Cruzeiro

Na última semana, vimos a Seleção Brasileira fazer duas partidas amistosas e conquistar duas vitórias convincentes contra seleções de primeira linha. O Dunga como técnico vem demonstrando que aprendeu a lidar com a imprensa e está colecionando resultados positivos. Não sei onde isso vai dar, mas uma coisa me chama a atenção. Ele não crucificou os jogadores que fizeram parte da Seleção na última Copa. Continuou a chamar alguns deles e os manteve como titulares.

Aprendi que o sucesso não necessariamente está ligado a vitórias ou conquistas. O grande aprendizado vem das derrotas, pois elas deixam marcas que nos fazem pensar e, principalmente, corrigir os erros. Já sabemos que ganhar a Copa das Confederações significa pouco. Provavelmente, ganhar a Copa América não trará muitas vantagens. Pois, no fim da história, o que vale é ganhar a Copa do Mundo.

Voltando ao nosso dia a dia, ganhar o Campeonato Mineiro significa pouco hoje em dia. Colecionar mais um título estadual é bom, mas não vai acrescentar muito, a não ser a série de piadas a serem despejadas nos torcedores do Bairro de Lourdes.

Ainda não vi sinais de que aprendemos com os erros da Libertadores do ano passado. Tomamos um sufoco da URT que não entendi. Isso só deixa a torcida com mais dúvidas e inseguranças. Fico pensando que esses dois anos de sucesso do nosso time talvez tenham criado uma névoa que impede de vermos realmente o que temos e o que nos espera.

Li numa entrevista do Bill Gates, da Microsoft, que ele gosta de contratar pessoas que já tenham fracassado na vida. Num primeiro momento, achei estranho, mas depois entendi perfeitamente a intenção que mineiramente poderia ser dita com a frase: “Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça”. Quem já errou sabe principalmente o que não deve ser feito. Mas quais os nomes experientes deste time farão esse papel?

Para nós, torcedores, que estamos acostumados com uma máquina de marcar gols, com um toque de bola rápido e envolvente, está difícil este começo de ano.

A cada semana, fico com uma expectativa diferente. Às vezes, penso que temos um grande time, que só precisa se conhecer melhor. Mas logo a seguir fico decepcionado e volto a pensar que o exagero das vendas atrapalhou demais e vamos pagar o preço durante o ano todo.

Temos uma semana pela frente antes dos jogos contra o Tombense e o Mineros da Venezuela. A pouca presença da torcida contra o Mamoré já foi uma demonstração de que não estamos muito satisfeitos. Como bom cruzeirense, tenho que reclamar um pouco, mas, na verdade, ainda estou esperando uma grande apresentação do maior de Minas este ano!

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