Natural de Ibitinga, interior paulista, e radicado em BH, Mutante venceu o primeiro TUF Brasil, em 2012, no Mineirinho, batendo Serginho Moraes por pontos, no peso médio. Já Theodorou é canadense e ganhou a primeira edição do TUF Nations, que reuniu lutadores do Canadá e da Austrália. O Espartano, como é conhecido, derrotou na final o compatriota Sheldon Westcott, por nocaute técnico, em 2014.
Depois de ganhar o TUF Brasil, Mutante teve altos e baixos e passou rapidamente pelos meio-médios. A recuperação veio nas últimas três lutas, quando ele retornou aos médios e bateu, em sequência, Oluwale Bamgbose e Anthony Smith, ambos por decisão unânime, e Jack Hermansson (finalização). Embalado, o paulista de nascimento e mineiro de coração espera emplacar a quarta vitória seguida para entrar no ranking da divisão e conquistar espaço.
Em entrevista ao Superesportes, Mutante disse que se sente confiante para deslanchar no MMA e avisou que o objetivo é chegar ao topo do peso médio. Ele ainda brincou com o fato de enfrentar um campeão do TUF e considera que será um duelo entre Brasil e Canadá, em território canadense. “Vou colocar meu título do TUF em jogo”, descontraiu.
Confira a entrevista com Mutante
Depois da rápida passagem pelos meio-médios, você voltou ao peso médio e vem de três vitórias consecutivas. Finalmente, Mutante agora vai deslanchar no UFC, como todos previam?
Com certeza! Eu não alcancei o meu melhor ainda, mas agora sei que estou no caminho certo. Meu objetivo é ser número 1, ser o campeão e estou fazendo isso luta a luta, vencendo um adversário de cada vez, construindo aos poucos a minha oportunidade
O que você mudou em seu jogo ou mesmo nos treinos para ter essa melhora novamente lutando nos médios?
Eu mudei praticamente tudo, mudei de academia, mudei a forma de treinar. O mais importante que eu estou saudável. Todos sabem que enfrentei uma serie de lesões e cirurgias no passado, tive problemas na coluna, tive que colocar parafusos, passei por uma série de superações. Hoje eu penso que não sei como vivia daquela forma, tomando remédios para dor praticamente todo dia. Mas eu não desisti, segui em frente e agora estou saudável, feliz, sem riscos nos treinamentos
O próximo passo é entrar na lista dos 15 melhores do ranking peso médio?
O próximo passo é ser o número 1 do mundo, ser o top contender. Posso ser o 12, o 13, o 15, isso é consequência. Não tenho essa meta. Quero ser o campeão
Com a ascensão, você ganhou a chance de lutar no card principal de um evento. Isso significa mais visibilidade, principalmente em caso de vitória convincente?
Sem dúvida. Mas desde que entrei no UFC, tive boas oportunidades, fiz três co-main events. Eu vou conquistando passo a passo com humildade. Agora estou no card principal, mas faço meu trabalho de qualquer jeito, seja no preliminar ou no principal. Eu quero atingir o meu objetivo
Você teve um ano ativo em 2016, com três lutas. Pretende manter essa média em 2017, ou até mesmo disputar mais lutas?
Sem dúvidas, meu próximo compromisso é agora domingo, estou preparado pra isso, mas já estou visando uma vaga no UFC Rio, em junho
Você entrou pressionado diante do Bamgbose, mas deu a volta por cima. Essa luta marcou a sua recuperação na carreira?
Eu estava vindo de resultados negativos e esso foi uma pressão que as pessoas tentaram colocar em mim, que eu tinha q vencer senão o UFC ia mandar embora. Na verdade, eu nunca tive nenhum parecer da organização falando isso para mim, isso nunca aconteceu. As pessoas tentaram criar isso. E eu fiz questão de não pegar isso, treinei livre e venci
Seu adversário perdeu a invencibilidade na carreira diante de Thiago Marreta, que vc já derrotou no octógono. Isso te dá mais confiança?
Eu acho que não muda nada, as pessoas evoluem, eu evolui, ele também deve ter evoluído. Ele é um adversário duro, tem uma derrota, eu estou aqui para lutar como se fosse pra enfrentar o campeão da categoria
Você é um atleta versátil, tem boa envergadura e usa bem o jiu-jitsu. Onde pode ser construída a vitória sobre o Theodorou?
Ele tem um jogo parecido com o meu, é imprevisível, chuta bastante. A chave pra essa luta é paciência, não forçar nada, ter paciência, estudar a luta e esperar ele começar a me dar as brechas pra eu entrar. Se em pé ou no chão. Já mapeei ao jogo dele e já tenho a minha estratégia pra vencer. Mas eu treino pra ficar livre e aproveitar as oportunidades
Seu adversário terá o apoio da torcida, algo que vc se acostumou quando luta aqui no Brasil. Até que ponto os fãs podem ser uma pressão a mais?
Não muda não. Se você deixar isso entrar na sua cabeça, vira verdade. Quando fechar o octógono, serei só eu e ele. Ninguém vai poder entrar la e ajudar ele. Estou preparado pra isso, essa vai ser a minha 11ª luta no UFC, estou bem experiente
Um confronto entre dois atletas que conquistaram edições do The Ultimate Fighter motiva mais tanto o público quanto os próprios lutadores?
Vai ser duelo de campeões e eu estou considerando um Brasil x Canadá. Estou preparado pra trazer a vitória pra gente. Estou colocando meu título do TUF em jogo (risos)