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TRAGÉDIA

Adversário de ex-UFC morto diz que pressentiu o pior após nocaute no ringue

Adam Braidwood diz que torceu para Tim Hague se mexer após golpes

postado em 21/06/2017 08:02

Reprodução/Twitter
No domingo passado, uma notícia trágica abalou o mundo das lutas: o falecimento de Tim Hague, ex-atleta do UFC, morto no hospital 48 horas depois de sofrer um duro nocaute em duelo de boxe contra Adam Braidwood, em Edmonton, no Canadá. Dois dias após a fatalidade, o adversário da vítima se manifestou e demonstrou todo o desespero, desde quando Hague caiu no ringue.
 
Braidwood, que usara as redes sociais para homenagear Hague, chamando-o de ‘irmão’, concedeu entrevista ao canal CTV News e admitiu que temeu pelo pior a partir do momento em que o oponente caiu ao sofrer o quinto knockdown, o que forçou o árbitro a interromper a luta. Nas quatro vezes anteriores em que a vítima foi ao tablado, o juiz decidiu dar continuidade ao confronto, já que Tim Hague se recuperou.
 
Adam Braidwood eximiu o árbitro de culpa por não ter paralisado a luta antes, já que, segundo ele, o próprio Hague se mostrou decidido a se levantar e permanecer no combate. “Não foi culpa de ninguém, muito menos do árbitro. Ele perguntou se Tim queria continuar lutando. Ele estava consciente, respondendo ao que era perguntado. Ele queria continuar lutando, e nós lutamos”, disse.

 

Quando soltou o golpe que levou ao encerramento da luta pelo juiz, Braidwood admitiu que pressentiu algo ruim com o adversário. “Eu sabia, eu vi ainda no ringue a forma como ele caiu. Fiquei esperando de joelhos, torcendo para que Tim se mexesse após minha comemoração idiota. As pessoas podem dizer o que quiserem, mas eu fiquei ali de joelhos, olhando, querendo que ele se movesse. Eu o levantei, porque sua equipe tinha dificuldade em fazer isso. Eu o levei até o córner e pude ver o seu rosto”, contou. 

Depois de condenar as críticas ao esporte após a tragédia, ele pediu auxílio à família de Hague, que deixou esposa e um filho, Brady, de nove anos. “As pessoas não sabem o que estão falando. Tim queria continuar a luta. Era o trabalho dele. Se as pessoas querem falar sobre o boxe e sobre o que é a vida para mim, então venham ficar no meu lugar. Eu teria feito mesmo que ele, e ele faria o mesmo comigo”, frisou. 

“É uma situação terrível para todos os envolvidos. Quero que o foco esteja totalmente em Tim e em sua família, especialmente seu filho. Eles são as vítimas de verdade. Façam o melhor possível por eles, e não por mim. Eu estou vivo”, acrescentou Braidwood, 33 anos, que foi jogador de futebol americano pelo Edmonton Eskimos, antes de mudar para o MMA e, em seguida, se profissionalizar no boxe. 

Natural de Boyle, em Alberta, no Canadá, Timothy Edward Lee Hague começou no MMA em 2006, se destacando ao conquistar o cinturão do King of the Cage. Ele ganhou contrato com o UFC, em 2009, mas não engrenou. Foram quatro derrotas e apenas uma vitória – sofreu o nocaute mais rápido da história da organização, diante de Todd Duffee, logo aos 7seg. Hague se despediu das artes marciais mistas em 2016, com triunfo sobre Michal Andryszak, na Rússia, por nocaute técnico. No boxe, Tim ganhou um confronto e saiu derrotado duas vezes.

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