None

COLUNA DO JAECI

Cada vez mais perto dos títulos

O campeonato está nivelado por baixo, num perde e ganha incrível. Mesmo quando a equipe azul tropeça, ela acaba beneficiada pelos concorrentes, que tropeçam também

postado em 25/10/2014 12:07

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Cruzeiro e Atlético entram em campo hoje, assim como outros 16 times da Primeira Divisão. A rodada foi antecipada por causa da eleição de amanhã. Que sejamos todos iluminados e escolhamos o melhor para o país, para nossos filhos e netos. Somos um país pobre metido a rico, e no futebol não é diferente. Nossa qualidade atual é de terceira linha, mas nos julgamos no topo. Na Copa do Mundo em casa, fomos postos em nosso devido lugar pela Alemanha. Não me canso de culpar dirigentes irresponsáveis, técnicos medíocres e jogadores enganadores. Esse conjunto explosivo nos fez retroceder e perder espaço no mundo.

Mas o Brasileirão segue firme e o Cruzeiro continua a ser seu dono. Desde o ano passado, quando ganhou o tricampeonato, o time da Toca da Raposa dita o ritmo da competição. E, graças a ele, conseguimos ver jogos interessantes, em busca do gol, da arte, da técnica. Digam o que quiserem da equipe azul, mas reconheçam como virtude o fato de ainda querer praticar futebol semelhante ao do passado, de encher nossos olhos.

É claro que não existem craques como os da época de ouro. Hoje, os jogadores são bem mais limitados e carentes, mas ver um Éverton Ribeiro jogar dá prazer e gosto. Com sua canhotinha, ele vai driblando, dando belos passes e fazendo gols. O Cruzeiro joga assim porque no comando um treinador que foi craque e sempre privilegiou o gol. Por isso, emprega essa filosofia em prol do time, mesmo não contando com tantas opções de alta técnica.

O Cruzeiro está com a mão na taça. Tem 60 pontos, e eu diria que com mais nove chegará ao título. O campeonato está nivelado por baixo, num perde e ganha incrível. Mesmo quando a equipe azul tropeça, ela acaba beneficiada pelos concorrentes, que tropeçam também. Por isso mesmo, chuto a marca de 69 pontos como limite para a conquista. Mas, para não correr riscos, que sejam 72. No ano passado, o Grêmio foi vice com 67, e olhem que a competição foi bem mais disputada. Não vejo adversário capaz de ameaçar. A taça já é dos cruzeirenses e pronto.

O adversário de hoje, Figueirense, lá na Ressacada, será indigesto, mas o time azul tem atuado até melhor fora do que dentro de casa. É verdade que anda instável neste returno e não repete a melhor campanha, mas conseguiu acumular gordura no turno e desfruta disso agora. O Brasileiro é de regularidade e conta os dois turnos, não apenas um. Portanto, o Cruzeiro vai fazendo o dever de casa mesmo quando joga mal e garantindo mais um troféu para sua gloriosa coleção.

Não há como negar que falar em título em Minas Gerais é se lembrar do Cruzeiro. Só para citar os mais importantes, são duas Libertadores, três Brasileiros, quatro Copas do Brasil. Haja espaço para tanta taça. E neste ano vai acrescentar mais uma do Brasileiro e pode até somar também outra da Copa do Brasil. Não duvidem da Máquina Mortífera Azul. Se ela entra em campo com gasolina de primeira, não tem erro, é conquista na certa.

O sucesso se deve muito à gestão de um homem que não gosta de aparecer, não vive cutucando rivais, mas comanda o clube com mão de ferro e transparência. Se o time ganhar essas duas taças novamente, o torcedor deve agradecer a Gilvan de Pinho Tavares, que bancou Marcelo Oliveira (foto) contra tudo e contra todos, montou belíssimo time e teve o privilégio de não vender nenhum campeão do ano passado.

Não tenho dúvida: o troféu do Brasileiro está a caminho. Resta saber se o da Copa do Brasil também vai ficar na recheada galeria do clube campeoníssimo em Minas.

Tags: coluna jaecicarvalho cruzeiroec