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COLUNA DO JAECI

Galo faz clássico com o América de olho na Libertadores

"Mesmo sabendo que o Coelho é o atual campeão mineiro, a verdade é que Atlético e Cruzeiro se lixam para esta competição"

postado em 19/02/2017 12:00 / atualizado em 19/02/2017 09:10

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Atlético e América fazem o clássico de hoje pelo Campeonato Mineiro. Não há como negar que os jogadores alvinegros estão com a cabeça na Copa Libertadores, e que farão, digamos, “um treino de luxo”. Sim, que me perdoe a torcida do América, mas não há outro termo. Mesmo sabendo que o Coelho é o atual campeão mineiro, a verdade é que Atlético e Cruzeiro se lixam para esta competição. Na hora que é pra valer realmente, jogam com seus times completos. Quando não vale taça, apenas treinam. Claro que o Galo deverá levar a campo o que há de melhor, pois tem que se preparar para a fase de grupos da Libertadores. O América está praticamente eliminado da Primeira Liga e aposta todas as fichas no bi do Mineiro para deixar sua torcida feliz. E quero aqui também dar um puxão de orelhas na torcida americana. Ela não comparece mesmo. É triste, mas gostaria de lembrar que a razão de um clube de futebol é sua torcida. Se ela não existe, o clube tende a acabar. Já ocorreu com vários clubes do Rio de Janeiro, como a Portuguesa, de São Paulo, que tenta se reerguer, já na Quarta Divisão, e por aí afora. Sabemos da potência que é o América em seu patrimônio físico, mas o maior patrimônio de um time é a sua torcida, e nesse quesito os americanos estão devendo. Digo e repito: enquanto Atlético e Cruzeiro fazem futebol com mais de R$ 200 milhões de orçamento, o Coelho faz com no máximo 10% disso, é mesmo desigual e absurda essa diferença.

Voltando ao fator campo, o Atlético começa a tomar corpo e forma sob o comando de Roger Machado. Ele agora tem Elias, para mim o melhor volante do Brasil, perdeu Lucas Pratto, que o técnico não parecia querer, e busca outras formas de atuar. Otero e Cazares estão assumindo papéis de protagonistas. É o ano para dizer se realmente foram boas contratações ou apenas dois grandes engodos. No ataque, o Galo está muito bem servido com Robinho, que, livre da contusão, é sempre um grande jogador, e Fred, artilheiro por onde passa. E tem ainda Rafael Moura, o He-Man, que também sabe fazer gols. Felizmente, chegou um técnico no Atlético que entendeu que Patric não deveria estar no grupo. Pode ser muito útil ao Vitória, mas no Galo ele foi apenas mais um. Jogador que atuou em várias posições, mas que na verdade, não foi bem em nenhuma delas. Invenção de técnicos ultrapassados. Roger pareceu enxergar o óbvio. Bom para o Galo e bom para Patric, que poderá mostrar seu futebol, mediano, numa equipe mediana. Acho que o presidente Daniel Nepomuceno, sempre tão incisivo, que busca e contrata grandes jogadores, deveria ir atrás de mais um volante, que divida com Elias a proteção aos zagueiros e a composição quando o time tiver a posse de bola. Elias, Danilo, que está se transformando em uma bela promessa, e mais um volante de nível deixariam o Galo prontinho para a Libertadores. Rafael Carioca, se quiser jogar mais à frente, pela qualidade e potencial técnico que tem, seria uma boa opção. Porém, jogador de meio-campo que não marca não pode ser titular de time grande. O futebol de hoje exige muito mais do que técnica nesse setor. Mas o problema é de Roger, muito bem pago para entender as necessidades de sua equipe.

O Atlético precisa encontrar também zagueiros de qualidade e jovens. Leonardo Silva é um gigante na zaga, mas não tem a mesma velocidade de outrora, e isso acaba comprometendo em jogos decisivos. Felipe Santana é muito inseguro e precisa ter mais maturidade para assumir tal missão. Sobre Erazo, prefiro não falar. Eu o acho absolutamente fraco para ser titular do Galo. Com relação a goleiros e laterais, o Atlético está muito bem servido, e a torcida sabe disso. Não adianta lutar o Brasileirão inteiro para chegar à Copa do Brasil e ser eliminado na primeira fase ou nas oitavas de final. E olha que a Libertadores deste ano está inchada com equipes de péssimo nível e sem o futebol mexicano. Então, que o Galo, pela representatividade que tem, saiba disso, e trabalhe sério para chegar longe – de preferência ao título. O ex-presidente e hoje prefeito de BH Alexandre Kalil acostumou a torcida muito bem. Ela hoje sabe o gosto de ser campeã, de ver troféus do nível da Libertadores e Copa do Brasil na sede de Lourdes. E, como lembrei outro dia, Daniel Nepomuceno fez parte disso tudo como vice de Kalil. Embora jovem, conhece muito e é querido por seus colegas, e muito respeitado na Conmebol e CBF. Portanto, podem até tirar a possibilidade de o Atlético ser campeão na bola, na disputa, pois nos bastidores o clube alvinegro tem respaldo. Acabou aquela época em que somente os times do eixo Rio-São Paulo eram respeitados nos bastidores. Os tempos são outros e o futebol mineiro tem ganho títulos de expressão com Raposa e Galo. É aquele velho ditado: “Respeito é bom e eu gosto”. É isso o que o Galo tem a dizer aos seus adversários nesta Libertadores.

Revolta


O rapaz, supostamente bêbado, invade a contramão, bate de frente com o carro que vinha na faixa certa, mata um inocente, pai de família, que saíra cedo de casa para trabalhar na Ceasa. Esse criminoso fica dois meses preso, depois responde ao processo em liberdade e, nove anos depois, é condenado a seis anos e meio de cadeia, em regime semiaberto. É realmente revoltante. Fosse nos Estados Unidos, país sério, onde a lei é cumprida à risca, teria pegado, no mínimo, prisão perpétua. Em um estado com pena de morte, iria para a cadeira elétrica ou tomaria uma injeção letal. Aí, eu pergunto aos pais: É esse o Brasil que queremos para nossos filhos?. Enquanto não houver punição de verdade, vamos continuar com os desmandos que temos visto nos últimos tempos. As instituições falidas e desmoralizadas, com raras exceções.

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