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COLUNA DO JAECI

Cruzeiro na semifinal. Galo eliminado

Parabéns a Mano Menezes, que em nenhum momento abriu mão de jogar pela vitória. Robinho e Elias não puxaram a responsabilidade, e isso foi decisivo para a eliminação

postado em 27/07/2017 12:00 / atualizado em 27/07/2017 09:48

CELSO PUPO/FOTOARENA/ESTADAO CONTEUDO RJ - Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O Cruzeiro jogava por empate por até 2 a 2, no Mineirão, para avançar às semifinais da Copa do Brasil. Empatou por 1 a 1, gols de Keno e Diogo Barbosa, e agora vai encarar o vencedor de Atlético-PR x Grêmio, provavelmente a equipe gaúcha, que venceu na ida por 4 a 0. O jogo foi muito estudado e de poucas oportunidades, mas o time azul esteve equilibrado, com muita força técnica e tática. A torcida o empurrou o tempo todo. Mesmo quando ele perdia por 1 a 0, em momento algum deixou de incentivar, mostrando sua força e a tradição de time copeiro. Tenho que aplaudir o técnico Mano Menezes, que fez exatamente o que pedi: entrou com três atacantes e apenas dois volantes de marcação, desprezando a vantagem do empate. É isso mesmo. Quem entra para empatar acaba eliminado, e o Cruzeiro sabia que era sua última chance de chegar a um título nesta temporada, já que o Brasileiro já era.

A partida foi muito disputada no meio-campo e os goleiros praticamente não trabalharam. Achei um erro o Cruzeiro tentar jogadas aéreas. A zaga palmeirense é alta e ganhou todas. O time comandado por Cuca trabalhava bem a bola, mas também não tinha inspiração ofensiva. Como em decisões um erro pode ser fatal, ninguém queria correr riscos. Os primeiros 45 minutos foram rigorosamente disputados com muita marcação, e o 0 a 0 acabou sendo justíssimo.

Na fase final, o panorama não mudou, exceto pela sorte de Keno, que pegou um rebote de Fábio, fora da área, e chutou. A bola desviou em Romero e entrou: 1 a 0. O Cruzeiro não se desesperou, mantendo seu jogo. Mano entrou com o armador De Arrascaeta e o time melhorou. O Palmeiras estava ainda mais fechado, mas deu azar quando, num cruzamento de Alisson, Diogo Barbosa subiu bem e cabeceou no canto de Jaílson. Era o gol da classificação, da euforia, da determinação. O Cruzeiro está nas semifinais da Copa do Brasil e agora terá mais tranquilidade para se afirmar no Brasileiro, até a data do jogo, provavelmente contra o Grêmio. A noite de BH foi totalmente azul. Parabéns a Mano Menezes, que em nenhum momento abriu mão de jogar pela vitória, acabando beneficiado pela vantagem do empate. Valeu, Mano.

Sem corpo e sem alma
O Atlético está eliminado da Copa do Brasil. Foi derrotado pelo Botafogo, no Engenhão, por 3 a 0, mostrando sua deficiência ofensiva e a falta de objetividade. Praticamente não incomodou o goleiro Jefferson. Sua melhor chance foi em um chute de Marcos Rocha, no primeiro tempo, e numa cabeçada de Rafael Moura, na fase final. Muito pouco para quem sonhava em chegar à semifinal. O técnico Rogério Micale fez o que pôde, mas o time parece mesmo entregue, sem corpo e alma. Falta também mais qualidade dos grandes jogadores. Mais uma vez, Robinho e Elias não puxaram a responsabilidade para eles, e isso foi decisivo para a eliminação. Resta somente a Copa Libertadores para salvar a temporada, já que o Brasileirão é praticamente impossível.

Estreante, Rogério Micale optou por começar com Luan, em vez de Rafael Moura. E esse foi seu grande erro. Como o Galo só explorava jogadas aéreas, não tinha um homem de referência, e acabou pagando um alto preço por isso. Para piorar, havia um buraco nas costas de Marcos Rocha, onde o Botafogo criava suas principais jogadas. Luan era peça nula no ataque e não ajudava na marcação. Resultado: Botafogo 2 a 0 no primeiro tempo, acabando com a vantagem do time mineiro. E abriu o placar logo aos 5min, com o zagueiro Carli. Cruzamento para a área, a bola sobrou para ele, que deslocou Victor.

O Atlético acordou e criou algumas situações, mas em nenhuma delas chegou a ameaçar o gol de Jefferson de verdade. Enquanto isso, o alvinegro carioca usava sua melhor arma: o contra-ataque. Sempre aproveitando as subidas de Marcos Rocha. E por ali construiu seu segundo gol: João Paulo driblou Luan como quis, levantou a cabeça e cruzou na medida para Roger, que deslocou Victor, cabeceando no cantinho esquerdo do goleiro. Um 2 a 0 com certa facilidade e a classificação encaminhada.

O time foi para o vestiário e o que a torcida esperava era a saída de Luan para a entrada de Rafael Moura. Porém, Micale tirou Robinho e pôs Rafael Moura, e Rafael Carioca no lugar de Yago. Com a boa vantagem, o Botafogo não mudou seu estilo. Entrou para explorar o contragolpe e matar o jogo. O Galo melhorou, mas continuou sem chutar a gol. Alçava muitas bolas na área. Como diria o saudoso Telê Santana, “os jogadores se livravam da bola”. A última cartada de Micale foi Otero, que até fez uma bela jogada, pela direita, mas a bola saiu. Como era de se esperar, o Botafogo matou o jogo no finzinho, em sua jogada mortal, o contra-ataque – a bola sobrou para Gilson mandar no cantinho. A bola ainda bateu na trave e entrou. Pela quarta vez, o Bota eliminou o Galo.

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