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Após eliminações, Micale terá quatro meses de pressão para tentar chegar à Libertadores

Técnico começa neste domingo o desafio de provar que pode levar o atual grupo do Galo ao G6 do Campeonato Brasileiro

postado em 12/08/2017 14:00 / atualizado em 12/08/2017 10:42

Bruno Cantini/Atlético
Quando foi chamado pelo presidente Daniel Nepomuceno para assumir o comando do Atlético, no lugar deixado por Roger Machado, o baiano Rogério Micale já tinha ideia de que o ambiente do clube poderia se transformar numa panela de pressão. Mas o que o treinador não imaginava era que a equipe reagiria tão mal nos confrontos decisivos na Copa do Brasil e na Libertadores. Sem chances de trazer títulos de expressão para o clube, ele encara os quatro últimos meses de 2017 como aprendizado para rever os erros e tentar dar sequência à carreira de treinador.

Com vínculo até dezembro, Micale convive com o desafio de mostrar serviço e convencer a diretoria de que pode dar continuidade ao trabalho em 2018. Para isso, precisa dar um novo padrão tático à equipe, que vem tendo dificuldades nos últimos jogos, e buscar o sucesso no returno do Campeonato Brasileiro. Caso consiga a meta de chegar entre os seis primeiros no Nacional e garantir a vaga na Libertadores, a chance de ele permanecer no ano que vem é maior.

O treinador trabalhará nos próximos meses convivendo com as especulações nos bastidores. Desde a eliminação na Libertadores, já se fala no nome de Cuca, campeão sul-americano em 2013, para comandar o Galo no ano que vem. A diretoria alvinegra já teria sondado a situação do atual treinador do Palmeiras, que vive situação parecida – mesmo com o alto investimento na temporada, o alviverde foi eliminado na Copa do Brasil e na própria Libertadores, há três dias.

Apesar da pressão, Micale conta a partir de agora com um aliado importante que antes não teve: semanas livres para treinar a equipe. A ideia principal do treinador é trabalhar um segundo esquema de jogo, que seria usado quando a formação com três volantes – usada desde o início do ano por Roger Machado – não tiver resultados esperados. “Penso em ter opção de sistema. Essa semana temos que fortalecer o que queremos, tendo alternativas para jogos. Tendo esse tempo, vamos ter uma segunda alternativa, implantando algo consistente, e depois alternar em segundo plano”, avisa o treinador. Uma opção que ele pensa a longo prazo é optar por uma equipe mais rápida, sem centroavante, algo que fez nos Jogos Olímpicos do ano passado dirigindo a Seleção Brasileira.

Ele diz estar satisfeito com os jogadores à disposição e descarta a chegada de reforços pontuais para posições específicas, como o ataque. “Espero ter uma equipe que entenda os conceitos o mais rápido possível. Precisamos dar uma resposta rápida. Vamos intensificar os trabalhos táticos e esperamos a equipe responder. O grupo que temos é de qualidade. Foram feitas excelentes contratações. Não quer dizer que contratar os melhores jogadores necessariamente obriga a ganhar tudo. Estamos melhorando. O time foi campeão mineiro, se classificou na Libertadores e na Copa do Brasil e oscilou pouco no Brasileiro. É uma boa equipe. Precisamos de confiança. Os jogadores que temos são esses.”

NOVO CAMPEONATO 

O Atlético espera começar um novo campeonato diante do Flamengo amanhã, às 16h, no Independência, tendo como primeiro passo a distância razoável dos últimos colocados. Depois, a sequência da equipe neste início de returno será das mais difíceis, com jogos contra Fluminense e Ponte Preta (ambos fora) e Palmeiras, novamente em Belo Horizonte.

O armador Valdívia reconhece que as cobranças vão crescer muito neste returno do Nacional: “O clima fica pesado. Temo só o Brasileiro, em que temos mais tempo de trabalho e descanso. Espero que isso nos ajude. Vamos manter a tranquilidade. Estamos a cinco pontos do G-6 e a quatro do rebaixamento. É preciso apoio da torcida, que vamos ter, para reagir”.

Para enfrentar o rubro-negro, a comissão técnica aguarda a recuperação dos atletas que atuaram diante do Jorge Wilstermann. Os atacantes Fred e Luan são os casos mais específicos, pois se queixaram de cansaço depois da partida. O camisa 9 acelerou a recuperação de estiramento na panturrilha direita para reforçar o time alvinegro e até pode ser preservado amanhã. O volante Gustavo Blanco prossegue o tratamento de inflamação no tornozelo esquerdo.

ENQUANTO ISSO...

Festa em Cochabamba

Dois dias depois de eliminar o Atlético na Copa Libertadores, a delegação do Jorge Wilstermann foi recebida com festa na cidade boliviana. O aeroporto local ficou lotado na recepção aos jogadores e comissão técnica. Alguns atletas até fizeram discurso de agradecimento à torcida, como o capitão Zenteno. Por meio de uma postagem em seu Twitter oficial, o presidente boliviano, Evo Morales, parabenizou a equipe pelo feito: “Felicidades ao Wilstermann, que, ao empatar como visitante com o Atlético Mineiro, passou às quartas de final da Libertadores. Foi histórico e muito merecido”.

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