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TÊNIS DE MESA

A grandeza de Vítor: o talento da superação

Com apenas 15 anos, garoto já se destaca nas competições. Sonha chegar à Paralimpíada

postado em 21/12/2014 09:01 / atualizado em 20/12/2014 21:46

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

Guilherme Verissimo/Esp DP/DA Press

“Menino, você mede quanto?”. “Sei não. Um metro e oitenta e poucos.” Vítor Almeida tem apenas 15 anos, uma altura incomum para a sua idade e muitas histórias para contar. Nem todas felizes. Mas que não lhe tiraram o sorriso, sempre presente. E se hoje Vítor tem motivos para sorrir, eles estão todos ligados ao tênis de mesa.

Foi por meio do esporte que ele superou algo que poderia se tornar uma frustração na sua vida: uma deficiência na perna, sequela de uma queda de bicicleta, aos 11 anos. O acidente, segundo o garoto ouviu do médico, apenas antecipou o que estava prestes a acontecer. Ele sofre com uma deficiência de cálcio no corpo. Seus ossos deslocavam com facilidade. As dores já vinham incomodando. “Desloquei a bacia com a queda e tive que colocar um parafuso para fixar”, detalha.

A cirurgia não foi simples. “O material chegou, mas não estava ‘limpo’. Então tive que esperar um mês, internado, sem poder levantar.” A recuperação durou um mês e meio. Imóvel, deitado numa cama. Um martírio para uma criança de 11 anos. Quando voltou a andar, percebeu a sequela. Uma perna ficou menor que a outra. Em parte por conta da ausência de fisioterapia durante a recuperação.

Pouco tempo depois da cirurgia, veio o tênis de mesa. Morador de Maranguape, Vítor conheceu o esporte e o professor Deivson, na Vila Olímpica de Olinda. Em pouco tempo, começou a se destacar. Emagreceu, regulando, também, a alimentação, por conta da deficiência de cálcio. “O esporte mudou a minha vida. Me ajudou bastante na recuperação. Sempre fui uma criança ativa, mas vivia na rua. O esporte me ajudou a focar essa energia”, conta.

Superproteção

Aceitar a deficiência nunca foi problema para Vítor. Para a mãe dele, nem tanto. “No começo, ela não ‘aceitava’ a minha deficiência de jeito nenhum”, lembra o garoto. Na verdade, era uma esperança de que o filho ainda melhorasse que acabou gerando uma superproteção. Uma passagem ilustra bem a situação. Classificado para as Paralimpíadas Escolares, em São Paulo, Deivson teve dificuldades para convencê-la a liberar o filho para viajar. A autorização só veio após muita insistência e a garantia de que o professor iria junto. “Hoje é bem diferente. Quando falo que tem campeonato, ela me cobra para treinar e tudo”, diz.

Para completar, o esporte ainda permite ao garoto ajudar financeiramente em casa. A bolsa-atleta no valor de R$ 341 é uma ajuda e tanto para a família, que mora em Maranguape I, em Olinda. Parte do valor ainda é separado para comprar roupas e material para treino. Vítor quer seguir no esporte. Quem sabe, chegar a uma Paralimpíada. “Sou apaixonado pelo tênis de mesa. Me tornar um atleta é um sonho”.

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