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FUTEBOL AMERICANO

Febre entre a criançada, futebol americano desperta paixões entre os fãs mirins do esporte

Gabriel Veras, sete anos, é torcedor do Mariners e ganhou até aniversário temático

postado em 12/10/2015 15:00 / atualizado em 12/10/2015 17:04

Caio Wallerstein /Diario de Pernambuco

arquivo pessoal
O olhar compenetrado de Gabriel, sete anos, observando a bola oval passar de mão em mão, desde o lançamento do quarterback, passando pelo vôo no alto até o pouso firme nas mãos do running back, evoca a inocência típica de uma criança. A destreza dos movimentos, realizados num treino do Recife Mariners, é acompahada de perto pelo fã mirim, que assiste a tudo com paciência. Gabriel é um dos vários que têm alimentado a paixão pelo futebol americano, um esporte ainda iniciante no Recife, mas que começa a fazer sucesso com o público infantil e ganhar adeptos.

Roberto Ramos/DP/D.A Press
É exatamente nas faixas etárias mais baixas que o futebol americano encontra mais popularidade. Os motivos: baixa resistência ao que é diferente e atração pelos lances plásticos. O próprio Gabriel comprova, quando perguntado sobre o que mais gosta no esporte: "As corridas. Quando eles pegam a bola e avançam para o touchdown", diz. A paixão pelo esporte surgiu justamente após conhecer o Mariners, em uma partida contra o João Pessoa Espectros, na Arena Pernambuco. Dali em diante, o esporte virou febre para Gabriel, que agora acompanha a NFL, liga americana. Torce pelo New England Patriots, embora simpatize com San Francisco 49ers e Seattle Seahawks.

O pai do menino, o empresário Gustavo Barreto, conta que o primeiro contato com o esporte era cercado de estranheza. "Conhecíamos os pais de um dos jogadores, que comentaram de um jogo que iria acontecer na Arena Pernambuco. Só costumávamos assistir futebol lá, mas pela curiosidade, resolvemos ir. Desde o primeiro jogo, Gabriel adorou e virou fã do esporte", conta. Apesar da dificuldade pela pouca difusão do futebol americano, ele conta que faz o que pode para incentivar a paixão do filho. "Se quiser praticar um esporte, fazemos o possível para que ele o pratique. Tudo o que vão despertando o interesse, a gente incentiva. E ele se esforça muito", elogia.

Além do incentivo dos pais, Gabriel ainda contou com um "empurrãozinho" do próprio time: no seu aniversário, feito com tema de futebol americano, o garoto foi surpreendido pelos jogadores do time, que apareceram na festa. Depois disso, viro amuleto da equipe e foi até carregado nos braços dos jogadores após uma vitória. "Foi depois do jogo contra o Bulls. Entrei no vestiário com eles, eles me levantaram, comemoraram comigo", conta, orgulhoso, enquanto mostra uma foto da ocasião. Com todos os ingressos da temporada adquiridos, ele conta as horas para a partida contra o Espectros. Nela, vai entrar acompanhando os jogadores.

Roberto Ramos/DP/D.A Press
 

Ação nas escolas
Mais propensas a desenvolver o amor por um novo esporte, as crianças têm sido foco de ações do Mariners. A mais expressiva delas tem sido nas escolas, quando os jogadores chegam para mostrar o esporte a quem conhece pouco. "Montamos um grid, levamos jogadores para mostrar o esporte, falar do básico das regras. E aí cada jogador ensina um fundamento: um mostra como lançar, outro como receber, chutar, etc. Fazemos como uma aula de educação física", explica o presidente do time, Júlio Adeodato. "A gente percebe que o público mirim dos jogos é muito alto, e as crianças que viram fãs passam mais tempo acompanhando. E a recepção delas é sempre muito boa", completa.