Oito suspeitos são indiciados pela Polícia Civil por participação em confusões de organizadas

A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira a conclusão do inquérito instaurado sobre as confusões ocorridas antes do clássico entre Sport e Santa Cruz, no dia 11 de setembro, nas imediações da Ilha do Retiro. Ao todo, foram oito indiciados, acusados de participação em crimes de rixa, promoção de tumulto e associação criminosa. Três destes também foram acusados por tentativa de homicídio.

Dos oito acusados, dois adultos foram presos e um menor de idade, encaminhado ao Ministério Público. Outros dois suspeitos têm mandado de prisão temporária expedido ao Ministério Público e os demais acusados tiveram as prisões preventivas solicitadas pela Polícia Civil. Dentre eles, as duas vítimas de tentativa de homicídio Amilton Lima dos Santos e André Sales de Luna Júnior.

"As vítimas também foram indiciadas tendo em vista que, antes do fato, estavam praticando os mesmos crimes dos seus agressores", justificou o delegado Paulo Furtado, da delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP, que conduziu o inquérito. "Vai depender do poder judiciário no sentido de decretar, ou não, a prisão preventiva dos representados", completou.

De acordo com o delegado, as filmagens das agressões foram cruciais para a investigação. "Conseguimos identificar diversos envolvidos. Algumas pessoas, apesar de estarem no local, não participaram dos crimes. Alguns, sobretudo, tentaram separar a confusão. A gente teve muita cautela para individualizar a conduta de cada um para ter uma investigação mais clara."

O delegado lamenta a punição que pode ser aplicada à maioria dos acusados. "Infelizmente, a lei é branda para esse tipo de confusão. A pena para rixa é muito baixa e não cabe prisão. Associação criminosa também não tem uma pena elevada", mas comemora o enquadramento de três acusados em um crime hediondo. "Dessa vez, os que responderão por tentativa de homicídio qualificado terão uma pena mais elevada e possivelmente ficarão presos."

Brigas agendadas
Ainda de acordo com o delegado Paulo Furtado, não é possível afirmar que as confusões foram marcadas previamente por meio das redes sociais. "Estamos investigando isso, mas ainda é temerário adiantar. Estamos realizando diligências complementares para confirmar algumas hipóteses apresentadas no transcurso das investigações", disse, chamando atenção para o fato de que todos os acusados negam envolvimento com facções organizadas. "Alguns confessam, outros negam os crimes. Mas todos negam serem integrantes de torcidas organizadas. Um dos indivíduos confirmou até a tentativa de homicídio, mas negou envolvimento com organizada."