Palmeiras

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Passado do Palmeiras condena o clube

Na lanterna e com a pior defesa da competição, o Palmeiras segue a passos largos rumo ao terceiro rebaixamento de sua história.

postado em 22/08/2014 10:18

Redação /Correio Braziliense

Cesar Greco/Fotoarena

Centenário, volta à elite, inauguração do novo estádio. O Palmeiras começou 2014 sonhando alto. Os planos de uma grande temporada, porém, se tornaram pesadelo. Após perder para o Sport por 2 x 1 na quarta-feira, o alviverde, dono da pior defesa do Campeonato Brasileiro, assumiu a lanterna da competição. E, além do risco de amargar o terceiro rebaixamento de sua história, pode se tornar o único clube grande a cair ao completar 100 anos. Se o presente é alarmante, o passado atormenta. O Palmeiras atual tem números semelhantes aos das quedas nas edições de 2002 e 2012.

Nos dois campeonatos em que o Palmeiras foi rebaixado, figurava na zona de rebaixamento já na 16ª rodada, como ocorre agora, e com menos de 30% de aproveitamento de pontos (veja quadro). O ataque é outra fraqueza em comum: nenhuma das equipes alviverdes fez mais de um gol por jogo. Mas o elenco deste ano conseguiu insucesso único: tem o maior jejum de vitórias do clube na era dos pontos corridos. São 10 jogos e 88 dias sem comemorar um triunfo. Para se ter uma ideia da abstinência, o América-RN, dono da pior campanha no Brasileirão desde 2003 (somou 17 pontos em 38 rodadas), ficou 70 dias sem ganhar.

Apesar de os três Palmeiras terem resultados parecidos, o estilo das equipes é diferente. Em 2002 e 2012, a aposta era nas bolas paradas. Arce e Marcos Assunção, respectivamente, tinham a função de alçar bola na área, e restava ao torcedor rezar para alguém resvalar nela e mandar para as redes.

Em 2014, a proposta do técnico Ricardo Gareca é o que se prega para o futebol moderno, com posse e toque de bola, além de marcação em espaço reduzido. Mas o nível do elenco torna a tarefa quase um milagre. É raro ver o time conseguir trocar passes no campo adversário. Afobado, aparece como o terceiro que mais erra o fundamento neste Brasileirão. O lateral-esquerdo Wendel tem dificuldades em fazer a ligação e já errou 101 passes na competição.

O meio-campo sofre com a falta de entrosamento. O setor teve 14 formações diferentes, com 17 jogadores testados. Wesley e Marcelo Oliveira impressionam pela dificuldade em trocar passes. Bruno Cesar e Felipe Menezes irritam a torcida pela lentidão. Valdivia, único com qualidade de mudar o jogo, virou piada para os adversários. Entrou em campo em cinco jogos e foi para o estaleiro, em mais uma entre tantas lesões no clube. Pela direita, o argentino Allione é o solitário a mostrar trabalho.

A precária troca de passes leva a outros dados. O Palmeiras aparece, isolado, como o time que mais dribla, fruto da falta de opções próximas para tocar a bola. Não por acaso, também é o que mais perde a bola em todo o Campeonato Brasileiro. Nos últimos jogos, tornou-se comum ver Gareca à beira do campo, aos berros, caprichando no “portunhol”: “Bamos, toquem la pelota com calma”.

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