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Nobre promete não ser idiota repetindo erros e manterá austeridade

Presidente é candidato à reeleição no clube e diz que não repetirá deslizes do primeiro mandato, caso seja escolhido

postado em 30/10/2014 21:54

Gazeta Press

O presidente que arcou com R$ 104 milhões para não deixar o Palmeiras “parar de rodar” disputa a reeleição no próximo dia 29 prometendo não ser idiota e cometer os mesmos erros. Mas Paulo Nobre avisa: o planejamento de 2015 será com a filosofia que armou o time que briga para não cair no Brasileiro neste ano, com o que o dirigente chama de austeridade financeira.

Ferdinando Ramos/Frame/Folhapress


“Enquanto eu for presidente, haverá austeridade financeira, que é a obrigação de todo brasileiro. Não serei populista. As pessoas confundem isso com time ruim, mas é não gastar mais do que arrecada. O objetivo é ter em 2015 um grande time, bem reforçado e competitivo para, como dizia o nosso ex-técnico Ricardo Gareca, ser sempre protagonista. O Palmeiras tem DNA vitorioso, um time centenário que foi o grande campeão do século XX e tem tudo para também ser no século XXI. Mas terei responsabilidade financeira. A filosofia será exatamente a mesma, mas sabendo corrigir os erros de percurso”, falou Nobre à rádio Jovem Pan.

O método de administração, que inclui contratos com salários que aumentam de acordo com a presença do jogador em campo, gera seguidos xingamentos dos torcedores, mas não é um erro na visão de Nobre. “Errar é humano, mas perseverar no erro é idiotice. E idiota eu não sou. Erros sempre vão acontecer, o importante é não cometer os mesmos erros. Vou me esforçar para isso”, prometeu.

O discurso de Nobre acaba sendo um ataque direto a Luiz Gonzaga Belluzzo, hoje candidato da oposição a vice-presidente. Como presidente entre 2009 e 2011, Belluzzo adiantou receitas futuras, incluindo a do Paulista de 2015, segundo Nobre, com o objetivo de montar o elenco que fracassou na busca pelos títulos do Brasileiro em 2009 e da Sul-americana em 2010.

“Os mandatos são muito curtos e a pessoa quer entrar a qualquer custo para a história do clube, adianta receitas e quem paga a conta são as gestões futuras. O Palmeiras foi uma caixa d’água de onde saiu mais água do que entrou. Não existe mágica: a caixa acaba secando”, indicou Nobre. “É necessária criatividade para outras fontes de receitas e saber andar com as próprias pernas. Não adianta ter jogadores que você não tem condições de pagar.”

A criatividade que Nobre cobra para aumentar a receita, na sua gestão, esbarrou na falta de um patrocinador máster, o que considera fruto da falta de investimentos no futebol brasileiro. Por esses e outros motivos, Nobre teve que arcar com R$ 104 milhões com recursos próprios.

“O clube tem um custo mensal de cerca de R$ 13 milhões. Quando não tinha esse dinheiro, eu aportava a juros no meu nome que eram metade ou um terço do que os bancos cobrariam. Se eu fosse a bancos pegar recursos em nome do clube, seria uma dívida impagável, em torno de R$ 380 milhões só para quitar as taxas dos bancos. Para mim, o clube pode levar até 20 anos para pagar exatamente o que recebeu, e com a premissa de não gastar mais do que 10% da receita anual para isso. Não existe nada assim no mercado”, disse, avisando que teve só 25% das receitas em 2013, 70% em 2014 e, em 2015, o presidente terá só 90% devido ao adiantamento da verba do Paulista. “Mas não adiantamos R$ 1 de gestões futuras.”

Mesmo com tantos problemas, Nobre vibra por continuar sendo apoiado por Mustafá Contursi e acredita na reeleição. “Eu me orgulho muito de todos os apoios que tive no primeiro mandato e, com todos eles e o trabalho feito, acredito em uma segunda vitória. Mas será a primeira eleição direta, qualquer previsão é chute. Não se tem nem noção de quantos vão votar dos cerca de 10 mil que têm direito”, estimou.