Basquete

Eliminação precoce do NBB expõe problemas do UniCeub/BRB

“Eu me vi na situação do torcedor, sofrendo mais. Fico ansioso porque, na verdade, não pode fazer nada”, desabafou o hoje diretor José Carlos Vidal depois da primeira temporada longe do comando do UniCeub/BRB. Do lado de fora da quadra, Vidal assistiu à eliminação do time mais uma vez na fase das quartas de final e diante do velho rival São José. Dois dias depois do que ele considera “frustrante”, uniu-se ao técnico Sergio Hernandez e ao ala Alex para tentar explicar, em entrevista no Ginásio da Asceb, o inexplicável: como um time tricampeão do Novo Basquete Brasil pode ter um aproveitamento de 63% na temporada?

É nessa hora que Hernandez toma a frente para dizer que “todos têm responsabilidade” — e não culpa, ele ressalta — na queda de rendimento. “Mas o mais responsável quando o time não encontra a regularidade é o treinador”, completa. O argentino, medalhista olímpico, chegou ao Brasil em junho do ano passado. E agora, passados 11 meses, lamenta o desempenho. Para Hernandez, o UniCeub/BRB versão 2013 não “conseguiu ter uma identidade própria”. Muito, talvez, por causa do excesso de informação repassada por ele nos dois primeiros meses. “Eu ficava nervoso porque o time não fazia o que eu pedia. Houve um problema de comunicação”, explicou, sendo logo cortado por Alex, que disse que o time entendeu, sim, só não conseguiu executar.

No segundo jogo da série contra o São José, Alex enterrou com raiva quando o UniCeub/BRB já não podia mais virar o placar. A irritação foi reflexo de toda a temporada, em que o time brasiliense não engrenou em nenhum momento. “Ficamos muito preocupados com o ataque, mas não segurávamos a bronca na defesa”, concluiu o ala, que teve média de 18 pontos por jogo. Não à toa, ele deve ser um dos poucos a continuar no grupo no ano que vem.

Alguns dos enormes pôsteres com os rostos dos jogadores devem sumir do Ginásio da Asceb. Até porque, de acordo com Vidal, há manifestações de atletas desinteressados em continuar em Brasília “por querer outros ares ou não ter mais clima”. E não haverá impedimento. “Todo mundo tem direito de procurar o time que quiser”, antecipa o diretor, que não cita nomes, mas enumera aqueles com contrato no fim ou com cláusula que permite a rescisão sem multa.

Guilherme Giovannoni, por exemplo, tem vínculo somente até o próximo mês. Em São Paulo, onde se recupera de uma lesão na coxa esquerda que o deixou fora do último confronto com a equipe do Vale do Paraíba, Giovannoni nega haver intenção de sair. Mas também não confirma a permanência. “Antes de mais nada, a diretoria precisa decidir uma série de coisas. É cedo para falar do meu contrato. Fomos eliminados durante um feriado, e hoje (ontem) é o primeiro dia útil seguinte à derrota”, despistou.

Arthur e Nezinho têm a opção de continuar ou rescindir sem multa. Muito criticado por torcedores, principalmente nos play-offs, o armador aponta as mudanças no cotidiano do UniCeub/BRB como um dos fatores para mais uma queda precoce. “Nossa melhor arma era a manutenção do time, mas tivemos a alteração na comissão, além de alguns novos atletas que, às vezes, entravam como titular”, argumentou. Assim como Giovannoni, Nezinho não confirmou sua permanência ou adeus. “Vamos ver com a diretoria, ver o que é melhor para o time, para a minha família. Temos de sentar e conversar”, continuou.

Essas decisões, no entanto, devem demorar a sair. Mas a intenção é de que, ao menos a situação de Osimani e Goree, que precisam voltar para os países deles, seja resolvida ainda essa semana.

Quem fica?
A expectativa é de que boa parte seja resolvida até o fim do mês, mas tudo ainda depende da permanência do técnico Sergio Hernandez.

 

Armadores
Nezinho: contrato de mais um ano com cláusula que permite a quebra por qualquer parte
Osimani: Contrato vencendo

Alas
Alex: tem contrato por mais um ano
Arthur: contrato de mais um ano com cláusula que permite a quebra por qualquer parte
Isaac: tem contrato por mais um ano

Pivôs
Goree: contrato vencendo
Guilherme Giovannoni: contrato vencendo
Ronald: contrato sendo renovado