O confronto de terça-feira (14/2), entre UniCeub/BRB e Paulistano, às 20h, no Ginásio da Asceb, será marcado pelo luto ao pivô Fab Melo, encontrado morto em casa no sábado, na cidade mineira de Juiz de Fora, com suspeita de um ataque cardíaco fulminante. Último clube do atleta, o time do DF receberá, com uniforme preta e o número 13 — usado por ele ao longo da carreira — estampado em cada uma das peças, a primeira equipe do jogador no basquete brasileiro. Além da homenagem nas camisas, será respeitado um minuto de silêncio no ginásio.
Contratado em junho do ano passado para disputar a temporada 2016/2017, Fab Melo entrou em quadra apenas uma vez com a camisa dos Lobos. Na vitória sobre o Pinheiros, por 96 x 80, em 30 novembro, ele atuou por pouco menos de três minutos, nos quais anotou dois pontos e pegou um rebote. Com lesões consecutivas na panturrilha direita, entrou em acordo com a diretoria e rescindiu o contrato menos de 15 dias depois de estrear.
Ex-treinador e hoje gerente do time brasiliense, José Carlos Vidal foi o principal responsável pela aposta no pivô, de 26 anos. “Sabíamos dos problemas recentes (casos de indisciplina e lesões) do Fab nos últimos clubes, mas investimos nele com a expectativa de ser um cara que passou pela NBA. Infelizmente, as lesões atrapalharam muito o desempenho dele aqui. Foi uma convivência de quatro meses muito sadia”, conta. “Ele sempre foi muito correto com a gente. Quando viu que não tinha condições de continuar, nos procurou e acertamos a rescisão amigavelmente, sem custos para nenhum dos lados. Deixamos as portas abertas para quando ele quisesse voltar. Ele me disse que voltaria para os Estados Unidos para tratar da lesão, que queria voltar a jogar basquete em alto nível. Fiquei até surpreso quando soube que ele estava no Brasil.”
Colega de quarto de Fab Melo no UniCeub/BRB, o ala/pivô Alex Oliveira era o jogador mais próximo do atleta em Brasília. Segundo ele, a série de lesões recentes do amigo o havia desanimado de seguir a carreira no basquete. “Por sermos companheiros de quarto, acabei ficando mais próximo do Fab enquanto ele esteve por aqui. Tive a oportunidade de conhecer quem ele realmente era, porque muito se falava que era um cara esquentado, explosivo”, relata. “Quem eu conheci foi um cara de muito bom coração, sempre para cima, mas que, por conta dessa série de lesões na panturrilha que teve aqui, aos poucos foi desanimando, não só de jogar pelo nosso time, mas do próprio basquete.”
Alex Oliveira comenta sobre o espanto ao saber da morte. “Quando o Bruno (Savignani, treinador) me ligou para dar a notícia, fiquei pasmo, não queria acreditar que era verdade. Parecia uma brincadeira de muito mau gosto. O sábado e o domingo foram bastante difíceis não só para mim, como também para todo o time. Mas temos que nos conformar, saber separar o pessoal do profissional e focar nos dois jogos que faremos nesta semana”, ressalta. “Infelizmente, já passei por dois episódios parecidos, de perda na família, e isso me deu até uma força a mais para jogar. Temos que nos concentrar para fazer uma grande partida e vencer por ele, que deve estar num lugar melhor.”
No rival
Depois da passagem frustrada de Fab Melo pelo Boston Celtics, na NBA, o Paulistano foi o clube responsável por abrir as portas para o retorno dele ao Brasil, em agosto de 2014. Pelo time paulista, porém, nem sequer chegou a reestrear. Ainda na pré-temporada, acabou liberado e assinou com o Caciques de Humacao, de Porto Rico. A diretoria paulista até hoje não confirma, mas o motivo da saída teria sido por indisciplina.
Programe-se
NBB — 20ª rodada
UniCeub/BRB x Paulistano
Local: Ginásio da Asceb (904 Sul)
Quando: Terça-feira (14/2), às 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Torcedores que levarem um pacote de fraldas descartáveis pagam meia e concorrem a objetos pessoais dos jogadores.