Basquete

NOVO BASQUETE BRASIL

Por que os veteranos lideram os rankings de estatísticas do NBB

UniCeub/BRB enfrenta o Franca, nesta quinta-feira, na Asa Sul

postado em 23/03/2017 06:00 / atualizado em 22/03/2017 20:30

Luis Nova/Esp. CB/D.A Press

A experiência tem superado a juventude na nona temporada do Novo Basquete Brasil (NBB). Faltando quatro rodadas para o término da fase classificatória, os veteranos da liga, pela primeira vez, lideram todas as principais estatísticas. Pelo UniCeub/BRB, Fúlvio, 35 anos, e Guilherme Giovannoni, 36, — mesmo mais velhos que o próprio treinador — têm comandado o time na reta final. No retorno ao Ginásio da Asceb depois de quatro jogos fora de casa, os candangos apostarão na dupla, mais uma vez, para conseguir o triunfo sobre Franca, às 20h desta quinta-feira (23/3), e deixar mais próxima a classificação antecipada às quartas de final.

Entre os líderes das principais estatísticas do NBB — pontos, rebotes e assistências —, o mais jovem é o pivô Olivinha, do Flamengo. Aos 33 anos, ele lidera o ranking dos rebotes com média de 10,7 por jogo. Cestinha do campeonato, com 19,9 pontos por partida, o ala/pivô americano Shamell, do Mogi das Cruzes, já passou dos 36 anos. Nas assistências, Fúlvio lidera com média de 7,2 passes decisivos por confronto.


No líder, Flamengo, o eterno armador Marcelinho Machado, aos 41 anos, tem média de 16,6 pontos por jogo, lidera as estatísticas de assistências do time e só joga menos que o ala Marquinhos: 30,3 minutos por jogo. Shamell e Larry Taylor, aos 36, são os destaques do vice-líder Mogi.
 
Apesar de mais velhos que o próprio treinador Bruno Savignani, que fará 35 anos na segunda-feira, nenhum outro atleta passa tanto tempo em quadra pelo time candango quanto Fúlvio e Giovannoni: em média, 30 minutos. “Nossa experiência nos permite conhecer os atalhos da quadra e poupar alguns desgastes desnecessários. E, de qualquer forma, aguentamos correr esses minutos, e ele só nos são dados porque estamos conseguindo ter um bom rendimento dentro de quadra”, ressalta Fúlvio.

Gabriel Lain/Divulgação
Contra o Campo Mourão, há duas semanas, a atuação de gala dos dois foi o fator preponderante para recuperar o time da sequência de duas derrotas consecutivas, a pior da temporada. Contra o Minas, nova atuação de destaque, quando os dois flertaram com o duplo-duplo.

Perto de completar 20 anos de basquete profissional, Fúlvio foi contratado pelo UniCeub/BRB há três temporadas. Vindo de um histórico de lesões, ele teve de readaptar a rotina para fortalecer a musculatura, evitar o desgaste e prolongar a carreira. “Nos dois últimos anos, evoluí muito fisicamente. Comecei a investir mais em suplementação, passei a ter uma alimentação melhor e a aproveitar melhor meu período de descanso. Além disso, o trabalho de fisioterapia com o Carlinhos foi fundamental para meu crescimento”, conta.

Carlinhos, a que se refere Fúlvio, é Carlos Ewbank, um dos fisioterapeutas mais renomados do basquete brasileiro. Não são raros, por exemplo, atletas que procuram o profissional minutos antes de enfrentar o time candango. Segundo o profissional, os atletas de hoje conseguem prolongar a carreira porque desenvolveram uma cultura de treinamento. O descanso, antes desprezado, hoje é visto como essencial. Além disso, a evolução das técnicas de relaxamento e reforço muscular foram fundamentais para estender o prazo de validade dos esportistas.

Tecnologia no basquete

Piso flutuante que diminui o impacto do salto, preparação física específica para atleta e modalidade e evolução no tratamento e prevenção de lesões. São a esses fatores que Guilherme Giovannoni, no auge dos 20 anos de carreira — oito de UniCeub/BRB —, credita a longevidade em alto nível nas quadras. “Antigamente, um atleta que sofria uma lesão no ligamento do joelho, por exemplo, jamais voltaria a ser o mesmo. Hoje, o tratamento, além de mais rápido, é bem mais eficaz. Antes as pessoas paravam com 32, 33 anos. Com os avanços, dá pra ir bem mais longe”, argumenta.

Apesar de ter anunciado a aposentadoria da Seleção Brasileira na semana passada, o grande ídolo da torcida candanga nem mesmo cogita deixar as quadras em definitivo. “Não quero e nem consigo pensar em fim de carreira. Enquanto eu me sentir competitivo eu penso em jogar. Quando eu não tiver mais brilho nos olhos para buscar a vitória, para tentar brigar por títulos, aí sim eu acho que chegou a hora de parar”, afirma.

Programe-se

NBB — 27ª rodada
UniCeub/BRB x Franca

Ginásio da Asceb (904 Sul)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Torcedores com a camisa do UniCeub/BRB pagam meia-entrada   

 

Estagiário sob supervisão de Braitner Moreira