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Conheça o homem que planeja o renascimento do basquete na capital

Ex-atleta, Dimitri Rodrigues é o presidente do time que conseguiu vaga na próxima Liga Ouro, a segunda divisão nacional

postado em 09/09/2017 11:34

Carlos Vieira/CB/D.A Press
Ele é paraense, funcionário de uma empresa do setor elétrico, tem 44 anos e tornou-se o principal responsável pelo projeto que tentará devolver Brasília à elite do basquete nacional. Dimitri Rodrigues é idealizador e presidente do Cerrado Basquete, equipe candanga que tem vaga para disputar a próxima edição da Liga Ouro, a segunda divisão da modalidade.

Com o fim das atividades do Brasília, tricampeão do Novo Basquete Brasil (NBB), após a perda do patrocínio do centro universitário UniCeub, a capital ficou órfã da modalidade. Porém, a bola voltará a subir em solo candango caso o Cerrado Basquete consiga estar presente na Liga Ouro, com início previsto para março do ano que vem.

Apesar de a equipe ter a vaga, Dimitri Rodrigues ainda se diz incapaz de assegurar a participação do Cerrado no torneio. “Assim como no NBB (a primeira divisão), existem exigências financeiras. Temos que garantir R$ 400 mil para honrar os compromissos com os atletas, então estamos buscando essas garantias”, diz o presidente, que afirma ter “alguns acordos” engatilhados, mas ainda insuficientes para fazer o projeto vingar.

Rodrigues afirma que, atualmente, ele é o único responsável pelo projeto. O candidato a dirigente mora em Brasília há 13 anos e é ex-jogador de basquete profissional. “Quero montar algo bom para a cidade. A capital tem que voltar ao cenário nacional, estamos lutando por isso”, discursa o ex-atleta, que passou por clubes como Sport Recife, Remo e Paysandu.

A intenção de Dimitri Rodrigues é de formar uma comissão, formada por pessoas interessas no desenvolvimento do basquete candango. “Já entrei em contato com o Rossi (tricampeão do NBB com o Brasília), não sei qual função ele vai ter, mas sei que vai nos ajudar. Quero formar algo que seja maior, não comandado só por uma pessoa”, afirma.

O primeiro contato de Dimitri com Rossi foi positivo, segundo o próprio tricampeão. “Ele me colocou a par dos próximos passos do projeto e eu gostei muito. Foi uma conversa sincera, positiva”, conta. “Dá para notar que o Cerrado Basquete está caminhando. Precisa de apoio e incentivo e estou à disposição para ajudar no que estiver ao meu alcance.” O ex-jogador passou a se dedicar a cursos de gestão após encerrar a carreira de atleta, em 2015. Apesar das conversas iniciais, Rossi ainda não tem uma função definida no Cerrado.

Entenda o caso

Brasília confirmou, no mês passado, a desistência de disputar o Novo Basquete Brasil. A equipe não conseguiu reunir patrocinadores para apresentar a garantia de R$ 1,5 milhão à liga. A assembleia dos clubes prorrogou quatro vezes o prazo máximo de entrega das documentações e não aceitou fazê-lo de novo. Após nove anos seguidos no NBB, a edição que começará em outubro será a primeira sem a participação de um time da capital. Assim, a presença do Cerrado na Liga Ouro é a única esperança para o basquete de Brasília não sair de cena na próxima temporada.

O ano de ouro na estreia

O projeto do Cerrado Basquete começou em 23 de junho de 2016, com a primeira competição, o Campeonato Brasiliense (Braba), quando o time levou o bronze, posição que garantiu a vaga na Copa Centro-Oeste, torneio que seria conquistado pela equipe. Porém, foi o título dos Jogos Abertos de Brasília que garantiu ao Cerrado a oportunidade de jogar a próxima Liga Ouro.

O técnico do time é Marco Aurélio Carvalho, ex-integrante da comissão técnica das categorias de base da Seleção Brasileira. O time adulto também conta com alguns jogadores revelados na base do Brasília, como o armador Victor Silveira e o ala João Vitor.

A equipe ainda recebe a ajuda da o Instituto de Ensino Superior Planalto (Iesplan), que aceitou ceder o ginásio para os jogos e treinamentos dos jogadores, além de se tornar a sede de uma escolinha que o Cerrado abrirá ainda neste mês. A expectativa é de que aproximadamente 100 crianças e adolescentes pratiquem a modalidade.
 
*Estagiário sob a supervisão de Braitner Moreira