Mais Esportes

JUDÔ

Conheça a brasiliense que conquistou o bronze no Mundial da Rússia

Érika Miranda levou o Brasil ao pódio do Mundial da Rússia pela primeira vez. Para conquistar o bronze, ela superou a tristeza por não ter ido à decisão

postado em 27/08/2014 11:41 / atualizado em 27/08/2014 11:51

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

Vasily Maximov/AFP

As rasteiras foram muitas na carreira da judoca Érika Miranda. Algumas a abalaram, mas nenhuma a derrubou. A brasiliense de 27 anos e que um dia cogitou abandonar o esporte, colocou mais uma medalha na coleção de sua bem-sucedida trajetória. Ela conquistou o bronze no Mundial de Chelyabinsk, na Rússia, a primeira do Brasil na competição.

O terceiro lugar na categoria meio-leve não fazia parte da pretensão de Érika Miranda, medalhista de prata no Mundial do ano passado, no Rio de Janeiro, e nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e de 2011. A comemoração tímida ao fim da luta com a cubana Yanet Bermoy confirma uma espécie de frustração da judoca pelo que ocorreu no combate anterior. Ela sofreu um ippon nos últimos segundos, contra a romena Andreea Chitu, e perdeu a chance de disputar o ouro. A mais preciosa medalha era, sim, a aguardada pela brasiliense.

A superação, como a demonstrada nesta terça-feira, é parte integrante da carreira de Érika Miranda. Em 2008, às vésperas das Olimpíadas de Pequim, a brasiliense acabou cortada da delegação devido a uma lesão no joelho direito. Nos Jogos seguintes, em Londres, perdeu logo na primeira luta. Mas, se problemas a atormentaram, a persistência a tornou uma das principais judocas do país.

Uma judoca que não se animou muito pela modalidade quando começou a praticá-la ainda criança. Achava tudo muito chato. Assistir aos irmãos lutando, porém, a incentivou a seguir adiante.

Quando chegou à academia de Robert Marques, em Taguatinga, o objetivo de Érika Miranda já era ser uma das melhores. O professor não lembra o ano em que a judoca deixou o Sesi de Ceilândia para tornar-se uma de suas alunas. Mas foi com ele a transição da faixa amarela até chegar à preta. “Ela já veio predeterminada, sabia o que queria. Logo, foi campeã brasileira e sul-americana”, sintetiza.

Antes das lutas de ontem, Érika conversou com o ex-técnico por meio de um aplicativo de mensagens no celular. Ela acreditava no título. “Com certeza, ficou chateada com a derrota”, aposta Robert, referindo-se ao ippon sofrido na luta que valia vaga na final. “O esporte, às vezes, é ingrato”, continua. Ele e Érika não haviam se falado ontem por conta do fuso horário.

O ex-técnico “perdeu” Érika em 2006, quando ela resolveu se mudar para Belo Horizonte. No Minas Tênis Clube, a judoca ficou até 2013. De lá, seguiu para o Flamengo. Um ano depois, voltou à capital mineira. “Se ela tivesse um patrocínio, um apoio forte, ela estaria aqui em Brasília. Mas, infelizmente, não temos nenhum clube forte, apenas academias”, lamenta.

Veja as principais medalhas conquistadas por Érika na carreira
2007 — prata no Pan-Americano do Rio de Janeiro
2011 — prata no Pan-Americano de Guadalajara
2013 — prata no individual e por equipes do Mundial do Rio de Janeiro
2014 — bronze no Mundial de Chelyabinsk