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Independência da Escócia ameaçaria força da Grã-Bretanha nas Olimpíadas

Escoceses foram responsáveis por sete ouros na camanha da Grã-Bretanha nos Jogos de Londres 2012

postado em 18/09/2014 14:49 / atualizado em 18/09/2014 15:08

Rodrigo Antonelli /Correio Braziliense

Mais de quatro milhões de pessoas vão às urnas hoje, na Escócia, para decidir se o país deve ou não se tornar independente do Reino Unido. A decisão histórica pela emancipação traria sérios impactos geopolíticos, econômicos e até mesmo esportivos às duas nações. Atletas de renome internacional, como o tenista Andy Murray e o ciclista Chris Hoy, mudariam de nacionalidade e deixariam de defender as cores da Grã-Bretanha nas competições mais importantes do mundo.

REUTERS/Stefano Rellandini


Com uma equipe própria, a Escócia poderia se tornar um dos países mais competitivos no meio esportivo e enfraqueceria o Reino Unido. Se existisse um time escocês nas Olimpíadas de Londres 2012, a Grã-Bretanha não teria feito sua melhor participação na história dos Jogos, com 29 medalhas de ouro e a terceira colocação no quadro de medalhas. Os donos da casa teriam computado 12 medalhas a menos — sendo sete de ouro —, todas conquistados por atletas nascidos na Escócia, e ficado na quarta colocação, atrás de EUA, China e Rússia (veja quadro).

Com sete ouros, quatro pratas e um bronze, o saldo escocês seria melhor que o do Brasil, que levou três ouros, cinco pratas e nove bronzes em Londres. A delegação verde-amarela terminou os Jogos em 22º lugar, e a Escócia ficaria com a 12ª posição. Assim, a equipe brasileira teria mais um adversário a superar na meta de entrar no Top-10 do quadro de medalhas no Rio, em 2016.

No entanto, o vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Craig Reedie, alerta para o risco de a Escócia independente ficar fora das Olimpíadas do Rio. Isso porque a separação teria efeito apenas em meados de 2016, quando um novo parlamento seria eleito, e talvez não houvesse tempo suficiente para estabelecer um comitê olímpico escocês. Uma solução seria permitir que os atletas do novo país competissem ainda pela Grã-Bretanha ou que os entrassem nos Jogos sob a bandeira branca do COI, com os anéis olímpicos.

Um dos principais esportistas escoceses da atualidade, o ciclista Chris Hoy, entrou publicamente na discussão sobre a independência e virou inimigo de ativistas políticos que defendem a separação. Vencedor de seis ouros olímpicos na carreira e porta-bandeira da Grã-Bretanha nos Jogos de Londres, o atleta disse que a emancipação poderia prejudicar os atletas escoceses, porque muitos deles usam estruturas em outros locais do Reino Unido atualmente.

Sem mudanças no futebol
Para a Uefa e a Fifa, a Escócia é considerada um Estado independente. Portanto, não haveria mudanças. O país tem uma seleção nacional consolidada e que disputa as Eliminatórias da Eurocopa e da Copa do Mundo. Os escoceses jogaram oito mundiais, sendo o primeiro deles em 1954 e o último em 1998, quando ficou no mesmo grupo da Seleção Brasileira.