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MOUNTAIN BIKE

Com nomes criativos, equipes de Brasília viajam para disputar o Iron Biker Brasil

Canella Seca, Presuntos do Cerrado, Boletes Suadas... Mais de 70 atletas defendem o DF

postado em 19/09/2014 10:14 / atualizado em 19/09/2014 10:25

Maíra Nunes - Especial para o Correio

Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

Canella Seca, Pregolândia, Kchaça MTB, Delírio Bikes, Presuntos do Cerrado… Não falta criatividade aos adeptos do mountain bike em Brasília. Todos esses são nomes de grupos de atletas amadores que se juntam semanalmente para praticar a modalidade. No Iron Biker Brasil, uma das competições mais tradicionais do esporte na América Latina, o maior time da capital federal ostenta na camisa o nome Bolas Suadas Racing Team.

Se no início o time era majoritariamente masculino, não demorou muito para que as meninas ganhassem espaço e criassem uma facção no grupo, apelidada de “Boletes Suadas”, com direito a camisa rosa-shocking e tudo. Na turma, há desde veteranas, como a funcionária pública Marta Cantarino, 49 anos, que vai para a oitava participação no Iron Biker Brasil, até estreantes, como a advogada Gabrielle Vasco, 34 anos. Ela completará um ano na modalidade exatamente na competição nacional, que ocorre neste fim de semana, em Mariana (MG).

Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press
A dupla de Boletes — formada pela brasiliense Gabrielle Vasco e pela finlandesa naturalizada brasileira Hanna Kuitunen — já deixou sua marca na competição antes mesmo de ir à cidade mineira. As duas fizeram juntas, em 2013, o Desafio sem limites, prova de bicicleta com trajeto de Brasília a Pirenópolis. Empolgadas, elas combinaram, ainda em abril, de participar do Iron Biker Brasil em dupla neste ano. Mas, no momento de fazer a inscrição, a surpresa: não havia a categoria dupla feminina. Após solicitarem à organização do evento e mobilizarem quatro parcerias de Brasília, conseguiram a resposta positiva.

Ao todo, serão nove duplas na disputa entre as mulheres. “Como somos iniciantes, fazer a prova em parceria é motivador. Uma dá força para outra. Se sou mais forte em subidas, acabo puxando minha colega e vice-versa”, explica Gabrielle.

Desde que as Boletes decidiram participar da competição, mudaram de rotina. Trocaram de bicicleta e contrataram assessorias para auxiliar nos treinamentos quase diários. Algumas entraram na academia para complementar com treino de força e até aula de mecânica tomaram com a ajuda de donos de lojas especializadas. “Se furar um pneu ou quebrar alguma peça na bicicleta, é o atleta quem tem de arrumar. Só quem faz a prova em dupla pode contar com a ajuda da parceira”, justifica Nubia Meireles, 36 anos.

Percursos
O treinamento intenso é para ter condicionamento capaz de encarar uma competição de muitas subidas e descidas em uma topografia tipicamente mineira. Há dois percursos possíveis na 22ª edição do Iron Biker Brasil. São 140km de trilhas no maior trajeto e 95km no caminho reduzido, ambos divididos em dois dias de provas.

Atrações internacionais, como o suíço Lukas Kaufmann e a colombiana Angelita Parra, campeões da categoria elite no ano passado, voltam a dar um ritmo forte na edição deste ano. Para concorrer com eles, há ciclistas de todos os estados com a intenção de garantir o título para o Brasil. São 1.200 atletas inscritos. Deles, mais de 70 defendem o Distrito Federal.