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Brasilienses se aventuram na selva amazônica para enfrentar ultramaratona

Seis esportistas do DF estiveram na mata amazônica para disputa de uma das provas mais difíceis do planeta. Carla Carvalho superou desafios e venceu na categoria 140km

postado em 24/10/2014 12:23 / atualizado em 24/10/2014 12:31

Jéssica Raphaela /Correio Braziliense

A palavra “sobrevivente” estampada no peito lembra o feito de Carla Carvalho. Permanecer firme após correr 140km em meio à Floresta Amazônica durante quatro dias é privilégio de poucos. Ela é uma das que conseguiram superar corpo e mente na Jungle Marathon, uma das provas de endurance mais difíceis do planeta, finalizada no último dia 11. Mas, para a atleta de Brasília, superar a umidade de 90%, o calor de 38°C na sombra e as circunstâncias adversas da floresta, não foi suficiente: ela venceu a categoria média e retornou à cidade com o título.

Bruno Peres/CB/D.A Press


Entre o significativo grupo de atletas candangos presentes na corrida off-road — dos 13 participantes brasileiros, seis eram brasilienses —, Carla foi protagonista por ter superado todos os homens que disputaram a peleja e por ter sido a única brasileira a completar os quatro dias na Floresta Nacional do Tapajós, trecho da selva escolhido para a competição. Localizada no Pará, a região — reduto de diversos animais, como onças, e recheada de comunidades indígenas — recebeu 65 competidores de 17 países. Apenas 26 completaram o trajeto, o equivalente a 40% dos inscritos.

O ambiente hostil não assustou a fisioterapeuta de 34 anos, que corria cerca de oito horas por dia — no total, foram 32h37 de prova. Mata fechada, areia, pântano, igarapés, travessia de rios: esses foram apenas alguns dos desafios traçados nas quatro etapas. As marcas do ataque de vespas africanas, sofrido por Carla, ainda estão na pele. “Foram 26 picadas. Lembro de ter ficado muito fraca por causa do veneno logo no primeiro dia, mas me recuperei”, conta. Ela relembra os carrapatos que grudavam na pele, ao ver um andando pelo seu braço durante a entrevista ao Correio na Floresta Nacional de Brasília. “Deu até saudade”, brinca.

Inexperiente em ultramaratonas, ela mesma se espantou com o bom desempenho na selva. “Eu nunca imaginei que venceria. Meu objetivo era completar a prova, o que já seria um grande feito para mim”, ressalta. “Mas, já no primeiro dia, me saí muito bem e percebi que dava para competir. Foi quando comecei a levar a sério.” Adepta das corridas off-road há três anos, ela nunca havia corrido uma disputa com mais de 42km. “Eu quis fazer essa prova porque é um desafio cobiçado por todos os atletas de ultramaratona do mundo. É muito desgastante e completar dá uma satisfação indescritível.”

A atleta não consegue esconder a empolgação ao falar da disputa, enquanto os colegas de trilha destacam o feito dela. “A gente não esperava que ela fosse tão bem porque era a primeira prova dela. Mas surpreendeu todo mundo, deixou todos os caras para trás e venceu. Ela é muito forte”, avalia o também ultramaratonista Rodrigo Souza. Ele participou da categoria longa (275km). No ano passado, foi vice-campeão.

O marido de Carla, Gustavo Rodrigues, também disputou a categoria longa, além dos candangos Gregório Jácome, Frank Santa Cruz e Constantin Kladir.

Leia reportagem completa na edição desta sexta-feira (24/10) do Correio Braziliense