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Campeão nacional, triatleta brasiliense de 17 anos se prepara para o Mundial

Thiago Canabrava ocupou o primeiro lugar do pódio da categoria júnior no Campeonato Brasileiro

postado em 26/05/2017 11:00 / atualizado em 26/05/2017 11:12

A evolução do triatleta brasiliense Thiago Canabrava, 17 anos, fica à mostra logo neste início de ano. No começo deste mês, ele conquistou a principal vitória da carreira ao ocupar o primeiro lugar do pódio na categoria 18-19 anos no Campeonato Brasileiro de Triatlo, disputado em João Pessoa. Com isso, garantiu a classificação para o Campeonato Mundial, que ocorre em setembro, em Roterdã, na Holanda.

Apesar de a categoria em que compete não ser considerada de alto rendimento pela Confederação Brasileira de Triatlo (CBTri), o plano é chegar lá. Os resultados são fruto da dedicação e da persistência do garoto. Em outubro de 2016, o Correio mostrou que ele foi o único representante de Brasília a garantir vaga entre os atletas de alto rendimento para disputar o Campeonato Brasileiro naquela temporada. Na época, competiu na categoria júnior, que abrange jovens de 16 a 19 anos na distância sprint. Em 2017, resolveu ir para a 18-19 anos na distância olímpica.

A mudança de categoria é uma das estratégias para alcançar o objetivo de entrar no alto rendimento. O treinador Leandro Macedo explica que por conta do início tardio na natação (aos 14 anos), Thiago tem mais facilidade para largar na distância olímpica, na qual o percurso é maior. “Como a natação dele está atrasada em relação aos meninos que competem na categoria, ele já entraria atrás deles”, avalia o professor, que auxilia o jovem há três anos.

Minervino Junior/CB/D.A Press

Leandro diz que não pretendia trabalhar com adolescentes antes de eles desenvolverem certa independência, mas foi adaptando os treinos de Thiago. “Quando o conheci, já treinava quatro horas por dia e tinha muita energia”, relembra o heptacampeão brasileiro de triatlo. Hoje, ele é técnico de novos talentos da CBTri.

Thiago mantém a rotina de treinos, que começa bem antes das aulas, às 4h30. Ele confessa que sentiu dificuldades com a carga de estudos do último ano no colégio. “Não esperava que seria tão difícil conciliar meus horários, mas, em compensação, no ano que vem, será mais fácil, na faculdade”, diz.

Treino, experiência e bagagem

Entre a primeira participação no Campeonato Brasileiro, no ano passado, e a terceira, no início do mês, Thiago Canabrava disputou provas importantes. Duas foram em Brasília e uma fora do país. O Campeonato Sul-Americano Júnior, no Uruguai, em março, serviu para conhecer o nível dos torneios internacionais.

Em setembro, Thiago sabe que vai enfrentar uma prova complicada no Mundial. “Os europeus são muito fortes. Sei que a competição vai servir para ganhar experiência, e, no ano que vem, estar em melhor forma”, avalia. De acordo com ele, as dificuldades de competir em outros países são diversas. O clima muda, a comida é diferente e o percurso, desconhecido. “Quanto mais você vivencia isso, mais fácil fica no futuro”, acredita.

Thiago já competiu também na Nova Zelândia, onde morou por seis meses num intercâmbio esportivo realizado no ano passado. No país, chegou a participar de três disputas — numa delas ficou em segundo lugar. A presença em campeonatos internacionais não seria possível sem respaldo externo. Hoje, ele tem patrocínio da Coca-Cola e apoio do Laboratório Sabin. “Mais do que a presença nas competições, isso me possibilitou estar num nível competitivo”, afirma.

Para o Mundial, o garoto ganhou as passagens à Holanda do programa de milhagem Smiles, como apoio. A mãe ressalta a importância da ajuda numa época em que o país vive uma crise econômica. “A parte técnica é muito cara. É uma equipe. Tenho um grupo com seis profissionais que cuidam dele”, conta Patrícia Canabrava.