Vôlei

SUPERLIGA

Com time jovem, Brasília Vôlei abre temporada da Superliga 2017/18

A equipe abrirá a temporada no primeiro jogo da liga contra o Fluminense, no Rio de Janeiro

postado em 15/10/2017 10:32 / atualizado em 15/10/2017 11:24

Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press
Em meio ao fim de times importantes da cidade — o Brasília Basquete está fora da próxima temporada do Campeonato Nacional da modalidade —, um deles sobrevive. Mesmo após a perda de um dos principais patrocinadores, a Terracap, o Brasília Vôlei resiste ao cenário escasso de equipes de alto rendimento da cidade. O grupo vai representar a capital na elite da Superliga feminina, que começa hoje. E abrirá a temporada 2017/18 no primeiro jogo da liga contra o Fluminense, no Rio de Janeiro.
 
Fora de casa, a missão é controlar os nervos e manter a calma para vencer o experiente vice-campeão carioca deste ano. Esse deve ser o desafio também para os outros jogos ao longo do ano. Para a quinta temporada, a equipe vem de cara nova. O elenco, com 16 atletas (11 adultas e cinco juvenis), tem apenas quatro jogadoras remanescentes. Com isso, Sérgio Negrão, gerente e atual técnico, acelerou o processo em incorporar atletas da base no time principal.

Hoje, cinco meninas nascidas em Brasília estão na equipe e Negrão pretende aumentar o número. De acordo com ele, o grande objetivo, como gerente do projeto, é fazer um time com a maior quantidade de brasilienses possíveis. “Eu tinha isso como meta antes. O fato de ter perdido 50% do orçamento só acelerou o processo”, afirma. Atualmente, o Brasília Vôlei mantém mais de 160 atletas na categoria de base. Este ano, quatro delas foram incorporadas ao time principal.

Com elas e a chegada de oito reforços, a média de idade do grupo caiu de 27,6 anos para 23,3. O jeito é olhar de forma otimista para esse rejuvenescimento forçado. “As jogadoras mais novas vêm para o jogo querendo mostrar serviço e que o mercado as veja”, analisa. Porém, mesmo com o discurso positivo, Sérgio se diz preocupado com a inexperiência, que pode fazer falta durante um percurso tão duro como o da Superliga. 

Protagonismo

Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press
Na avaliação dele, a maioria das jogadoras não estava acostumada a ser protagonista nos times anteriores. “Eu tenho receio de que elas sintam a pressão e que a falta de experiência pese em um momento de decisão”, pondera. Para isso, o grupo já enfrentou times grandes no período de treinamento, desde agosto, como o Praia Clube, de Uberlândia (MG).
 
Os amistosos e treinos serviram para definir a responsabilidade de cada uma. “Cada atleta tem uma função específica. As competências foram definidas para que cada uma execute com propriedade nos jogos”, ressalta.

Modéstia

Após fazer a sua melhor campanha na última temporada, a meta para este ano é mais modesta. No quarto ano de existência, o Brasília Vôlei venceu pela primeira vez um jogo dos playoffs. O triunfo sobre o Praia Clube, sob o comando de Anderson Rodrigues, nas quartas de final, deixou o time na sexta colocação. Para esta temporada, Sérgio prevê uma briga do oitavo ao 12º lugar na tabela. “Se eu for analisar o investimento das equipes e a qualidade das jogadoras, acredito que as vagas até o sétimo lugar já têm dono”, acredita.

Para ele, a definição final no ranking vai depender do momento, do dia do jogo e das condições das jogadoras. Para o primeiro confronto, contra o Fluminense, Sérgio espera uma partida mais nervosa. “É um grande time com um grande investimento. Normalmente, a teoria fala que equipes com atletas mais experientes acabam controlando melhor os nervos”, presume.

Sérgio Negrão espera conseguir mais um patrocinador para ajudar na contratação de mais jogadoras. “Incentivamos o projeto no âmbito da Lei de Incentivo ao Esporte, que permite as empresas a patrocinarem com o imposto de renda”, explica o gerente, que revela ter reuniões marcadas para tratar o assunto. Ele considera que a experiência como gerente da equipe ajuda no trabalho como treinador. “Como eu sei do orçamento e das nossas limitações, isso me ajuda como técnico”, completa.

Troca de experiências

No time da capital, a mais experiente é Mari Helen. Aos 33 anos, ela assume o posto de jogadora mais velha e ajuda as mais novas a ganharem confiança. “Tento passar para as meninas que é uma oportunidade de aparecer no cenário do vôlei e que a cada jogo elas vão criando confiança”, assegura a ponteira, na segunda temporada em Brasília. Mesmo com a bagagem de ter atuado fora do país, ela sentiu a mudança para um grupo mais jovem. “Foi uma mudança drástica, mas vem com uma energia positiva e renovada com as meninas mais novas”, garante.

Do outro lado, Vivian Lima, uma das brasilienses do time, representa a nova geração. Com apenas 18 anos, completados ontem, ela também permanece no time desde a temporada passada. Ansiosa, ela tem uma boa expectativa para este ano. “Eu já aprendi muito na temporada passada e acho que nesta não vai ser diferente”, acredita. A levantadora vêm se destacando e em julho teve dois meses de experiência com a Seleção Brasileira juvenil.

Esse otimismo contagiou que vem de fora. A recém-chegada Juju Perdigão, 26 anos, por exemplo, está adorando a mescla de idade. “O grupo é muito unido e animado. Isso é muito positivo para nós, dentro de quadra, e para o que queremos alcançar no campeonato”, considera. A líbero veio do Fluminense, primeiro adversário do Brasília, onde iniciou a carreira no vôlei. “Eu tenho muita gratidão pelo clube e por tudo que ele representa pra mim, mas assim como eles, eu quero ganhar todos os jogos”, avalia.

Um time novo

Renovações
» Mari Helen, ponteira, 33 anos
» Vivian Lima, levantadora, 18 anos
» Letícia Bonardi, oposta, 22 anos
» Beatriz Martins, levantadora, 22 anos

Da base
» Eduarda Santana, líbero, 18 anos
» Gabrielle Vitoria Lima, ponteira, 19 anos
» Natália Gonçalves, ponteira, 20 anos
» Leticia Sousa, ponteira, 19 anos
 
Reforços
» Juju Perdigão, líbero (ex-Fluminense), 26 anos
» Priscila Souza, ponteira (ex-Valinhos), 29 anos
» Malú Oliveira, oposta (ex-Praia Clube), 24 anos
» Aline da Silva, central (ex-Rio do Sul), 31 anos
» Fernanda Angélica, central (ex-Osasco), 21 anos
» Carol Godoi, central (ex-São Caetano), 23 anos
» Isabela Paquiardi, ponteira (ex-Sesi), 25 anos
» Thaynã Moraes, levantadora (ex-Brusque), 24 anos