Futebol Internacional

O trintão Lionel Messi tem o desafio de conquistar a Copa do Mundo

Só dois jogadores eleitos melhores do mundo conquistaram a Copa pela primeira vez depois dos 30 anos. Saiba quem pode inspirar o aniversariante argentino a quebrar o jejum na Rússia em 2018

postado em 24/06/2017 08:00 / atualizado em 23/06/2017 22:49

Kleber Sales/Editoria de Arte/CB
Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida para continuar tentando conquistar a Copa do Mundo pela primeira vez na carreira. A partir de hoje, Lionel Andrés Messi é trintão. O extraterrestre eleito cinco vezes número 1 do planeta contabiliza 31 taças na carreira. Uma a mais do que a sua idade. Falta a Copa. Título que ele nem sequer viu a Argentina ganhar. Nasceu em 24 de junho de 1987. Um ano depois do bi celeste em cima da Alemanha, no México. Justamente a Alemanha virou carrasco do craque.

Aos 19 anos, Messi foi eliminado pela Alemanha nas quartas de final da Copa de 2006. Aos 23, caiu na mesma fase, novamente diante dos germânicos. Aos 27, esteve a 120 minutos da glória, mas a seleção teutônica estragou a festa no Maracanã, na prorrogação. A química de Messi com a Champions League — torneio em que é tetracampeão —  não é a mesma com a Copa. Em três participações, contabiliza 21 horas e quatro minutos em campo (1.264 minutos). Fez apenas  cinco gols. Neymar estreou no torneio em 2014 e balançou a rede quatro vezes.

Messi completará 31 anos durante a Copa da Rússia, em 2018, e desafiará um tabu: apenas dois jogadores eleitos número 1 do planeta pela Fifa conquistaram o primeiro Mundial depois dos 30 anos. Lothar Matthäus (29), Romário (28), Ronaldo (17), Zidane (26), Ronaldinho Gaúcho (22) e Kaká (20) estavam na casa dos 20 anos quando conquistaram a primeira Copa das suas carreiras.

Melhores de todos os tempos, Pelé e Maradona também haviam conquistado a Copa, ao menos uma vez, quando viraram trintões. Aos 29 anos, o Rei era tricampeão mundial. Em 1986, D10S brindou a Argentina com o bi, aos 26. Vencedores da Bola de Ouro — prêmio oferecido desde 1956 pela revista France Football — craques como o inglês Bobby Charlton (29), os alemães Gerd Müller (29) e Franz Beckenbauer (29), e o italiano Paolo Rossi (25) também faturaram a primeira Copa antes de se tornarem balzaquianos.

Toda regra tem suas exceções. Messi pode se inspirar num brasileiro e num italiano para conquistar seu primeiro Mundial aos 31 anos e 21 dias, no Estádio Luzhiniki, Moscou, em 15 de julho de 2018. Eleito melhor número 1 pela Fifa em 1999, Rivaldo ganhou a única Copa de sua carreira, em 2002, com 30 anos e dois meses. O zagueiro italiano Fabio Cannavaro tinha quase 33 quando levou a Itália ao tetracampeonato, em 2006.

Vai ou não vai?

Pior do que olhar para o currículo e não ver o título da Copa do Mundo, só a incerteza quanto à classificação da Argentina. A seleção ocupa o quinto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas. Hoje, disputaria a repescagem contra a Nova Zelândia ou as Ilhas Salomão — finalistas da seletiva da Oceania. Não seria novidade. Em 1993, a Argentina, com Maradona, pagou o mico de enfrentar a Austrália por uma vaga à Copa de 1994.
 


Neste ciclo de Copa, Messi anunciou até a aposentadoria da seleção após dois vices consecutivos para o Chile nas decisões de 2015 e de 2016 (edição centenária) da Copa América. Sentimento de impotência diante de um jejum que se arrasta desde 1993, ano do último título da seleção principal da Argentina.

Um desgosto profundo com a desordem na AFA. Ao longo da carreira, Messi teve mais técnicos na Argentina (8) do que no Barcelona (6). Jorge Sampaoli é o oitavo da lista. Antes dele, José Pekermann, Alfio Basile, Diego Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Gerardo Martino e Edgardo Bauza. No Barcelona, trabalhou com Frank Rijkaard, Pep Guardiola, Tito Vilanova, Gerardo Martino, Luis Enrique e agora Ernesto Valverde.

Messi completa 30 anos jogando em um timaço de astros que, como ele, jamais conquistaram a Copa. O holandês Johan Cruyff, o italiano Roberto Baggio e o alemão Ballack foram no máximo vice. Zico, Eusébio, Raúl, Eric Cantona, Michel Platini e Ibrahimovic nem isso conseguiram.