Futebol Nacional

CAMPEONATO BRASILEIRO

Flu cancela jogo no Mané Garrincha e estádio segue palco de jogos fantasmas

Tricolor topa oferta de R$ 1,5 milhão para mandar clássico em Brasília, mas cachê do Fla cancela negócio

postado em 27/08/2015 11:41

Marcos Paulo Lima /Correio Braziliense

Flamengo e Fluminense estão unidos contra a Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), são parceiros na rebelião contra o Campeonato Carioca para disputarem a Copa Sul-Minas, mas quando o assunto é dinheiro os opostos não se atraem. Ontem, os arquirrivais estiveram próximos de anunciar o Estádio Mané Garrincha como palco do clássico de 5 de setembro, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas não chegaram a um acordo em relação ao valor da cota oferecida pela compra do mando de campo tricolor.

Carlos Vieira/CB/D.A Press

A diretoria rubro-negra é acusada de atrapalhar a negociação com base em um documento da CBF chamado de diretrizes técnicas. Segundo o texto, a mudança do local de um jogo, a partir de agora, precisa da concordância da equipe visitante.

Um promotor de eventos apresentou ao Fluminense oferta de R$ 1,3 milhão para que o tricolor mandasse o clássico no Mané Garrincha. Em entrevista ao Correio, o presidente Peter Siemsen confirmou a negociação. “Por enquanto, não há nada definido. Nós temos somente uma proposta, falta apenas um detalhe”, reclamou, sem revelar o impasse. A reportagem apurou que o Flamengo topou jogar em Brasília desde que recebesse R$ 600 mil.

O Flu levou o problema ao patrocinador, que elevou o preço da compra da partida para R$ 1,5 milhão e sugeriu à diretoria tricolor que acertasse com o Fla o valor do cachê. Na negociação entre os dois clubes, o time da Gávea chegou a reduzir o perdido para R$ 550 mil. Porém, os conselheiros do clube das Laranjeiras se recusaram a ficar “apenas” com R$ 950 mil. Indignada com a perda de uma cota que dificilmente terão no Maracanã, em 5 de setembro, a cúpula tricolor desistiu do Mané Garrincha e manteve o clássico no Rio de Janeiro. Um diretor do Flamengo que não quis se identificar justificou que a marca Flamengo arrastaria mais torcedores ao estádio do que o Flu.

Segundo as diretrizes técnicas da CBF, os dois clubes precisam entrar em um acordo. O Flamengo, por exemplo, levou a partida contra o Avaí para a Arena das Dunas, em 2 de setembro. O clube catarinense reclamou do aumento na distância da viagem de Santa Catarina a Natal — e não ao Rio —, mas uma compensação financeira encerrou o impasse. Até o ano passado, era mais simples. O mandante negociava a partida sem ter a concordância do adversário, que teria de se deslocar, ainda que a contragosto, ao local determinado. A CBF recebeu reclamações de clubes que tinham de sair da Região Sul do país para jogar, por exemplo, na Arena Amazonas, e decidiu moralizar.

A nova determinação pode prejudicar o ocioso Mané Garrincha. Em 2015, a principal arena do DF perdeu ao menos cinco partidas que estavam praticamente certas na arena. Na primeira rodada do Brasileirão, o duelo entre Cruzeiro e Corinthians, em Brasília, foi até publicado na tabela, mas uma reviravolta financeira com oferta de
R$ 1 milhão levou a partida para a Arena Pantanal, em Cuiabá. Em agosto, o Flamengo desistiu de receber o Santos em Brasília e ficou no Maracanã. O duelo com o Goiás, em 8 de novembro, está no muro.

Representante do DF na Copa Sul-Americana, o Brasília passou um vexame ainda maior. O colorado comercializava ingressos para a estreia diante do Goiás quando soube que a Conmebbol e a CBF transferiram a partida para o Bezerrão devido à reprovação dos laudos do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária.
Desisto de você

Fla-Flu é a quinta partida que sai do Mané Garrincha neste ano
10/5 – Cruzeiro x Corinthians
2/8 – Flamengo x Santos
18/8 – Brasília x Goiás
5/9 – Fluminense x Flamengo
8/11 – Flamengo x Goiás