Com o autódromo em reforma a dois meses da prova, ingressos são colocados à venda

A incerteza sobre a realização da Fórmula Indy em Brasília, marcada para 8 de março, está se esvaindo. Com as obras de reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet em andamento a dois meses da corrida, a organização da prova inédita na capital abriu, ontem, a venda de ingressos, que custam de R$ 70 a R$ 150. Enquanto os velozes carros ainda não têm condições de colocar os pneus no asfalto candango, caminhões e tratores precisam acelerar para deixar o local à altura da abertura da temporada 2015.

O cenário de obra não é muito animador. Apenas terra e brita cobrem toda a extensão do circuito, mas a expectativa é que os dois meses sejam suficientes para concluir as obras. A principal preocupação sobre a continuidade do projeto era fruto da crise financeira pela qual o Governo do Distrito Federal passa — servidores com salários atrasados e um rombo de R$ 3,5 bilhões nas contas —, que já resultou na desistência da cidade em ser sede da Universíade de 2019.

A multa de R$ 70 milhões pela não realização do evento de automobilismo, porém, pode ter motivado a equipe liderada pelo novo governador, Rodrigo Rollemberg, a manter a corrida. Em 24 de dezembro, durante o anúncio da desistência da Universíade, o chefe da Casa Civil do DF, Hélio Doyle, confirmou a realização da Indy na cidade.

“A multa acaba saindo mais cara do que a reforma”, avalia o piloto Vitor Meira, que acompanhou a obra até o fim de 2014 como consultor do governo. A reforma, que teve início no mês passado, exige investimentos de R$ 37 milhões, segundo informou a presidente da Terracap, Maruska Lima, durante o anúncio oficial em 2014. No fim do ano, a Câmara Legislativa do DF aprovou a destinação de R$ 10 milhões extras do orçamento para a empreitada.

Reforma satisfatória
Um dos organizadores da corrida no Brasil, Marcelo Meira diz estar confiante da realização da prova. “A reforma do autódromo, obviamente, não será completa, mas o que for feito vai satisfazer às necessidades essenciais para termos uma bela corrida”, comenta.

O Correio visitou o autódromo ontem e viu o traçado nu, pronto para receber o novo asfalto. É a primeira vez desde a inauguração, em 1974, que o circuito é recapeado. “Neste momento, a pista já está pronta pra receber a última camada de asfalto e seus equipamentos de segurança”, explica Marcelo Meira.

A breve reforma também garante novos guard-rails (mureta metálica de proteção) e áreas de escape mais adequadas. Apenas o básico para receber os principais pilotos da categoria. A área de boxe receberá uma estrutura temporária para o evento, mas isso é comum em algumas etapas da Indy, como nas provas com circuito de rua. Conforme o contrato, Brasília deve ser sede da etapa brasileira da Indy até 2019.

Reforma em três etapas
A breve reforma do autódromo é apenas uma das três etapas previstas no projeto geral da obra. Inicialmente, todo o local seria reformado para receber a Indy, conforme anúncio em março de 2014, inclusive com alteração no traçado. Com o tempo apertado e a verba curta — a previsão inicial era de R$ 250 milhões, a obra foi dividida em três etapas. A primeira já começou, mas as demais devem ficar para o futuro.

Serviço

Indy-2015
1ª etapa
Data: 8/3/2015
Ingressos: R$ 70 a R$ 150, de acordo com o setor
Venda on-line: www.livepass.com.br/indy
Posto de venda: Brasília Shopping (SCN, Quadra 05, Bloco A, 2º subsolo)