Velocidade

Brasília corre contra o tempo para garantir temporadas de Stock Car e Truck

Ao Correio, governador diz que prazo é curto, mas promete a licitação para dezembro

postado em 19/10/2015 09:23 / atualizado em 19/10/2015 09:38

Gabriela Ribeiro - Especial para o Correio /

Carlos Vieira/CB/D.A Press - 259/6/15


As obras do Autódromo Nelson Piquet, em Brasília, que estão paradas desde janeiro, têm de ouvir o ronco dos motores de caminhões e tratores o mais rápido possível, caso a capital queira participar do calendário 2016 do automobilismo brasileiro. Na atual temporada, Brasília ficou sem qualquer prova, uma vez que não havia nem sequer pista para carros, motos e caminhões. Dentro de três semanas, entre 6 e 8 de novembro, os organizadores de duas competições que normalmente levam mais de 30 mil pessoas ao autódromo, Stock Car e Fórmula Truck, definem datas e locais para o ano que vem.

Em entrevista ao Correio, o diretor-geral da Vicar, que organiza a Stock Car, Maurício Slaviero, disse que, caso o Governo do Distrito Federal (GDF) não emita um parecer oficial até 6 de novembro, as duas provas programadas para Brasília serão divididas para outros autódromos. “Temos total interesse em estar em Brasília no ano que vem e, se possível, até com duas etapas, mas dependemos de um posicionamento oficial do GDF, que ainda não ocorreu”, disse o representante da organizadora do campeonato. Neusa Navarro, presidente da Fórmula Truck, também conta com a capital federal para o calendário de provas do próximo ano. A agenda de etapas dos caminhões deve ser fechada na mesma data que a da Stock Car.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/3/15


Ao Correio, o governador Rodrigo Rollemberg explicou que o autódromo parado foi consequência de uma determinação do Tribunal de Justiça — “Servia à população e às competições do jeito que estava, mas o governo anterior quis fazer aquela reforma” —, mas que pretende reinaugurá-lo em 21 de abril, data de aniversário da cidade. “Não é uma obra demorada. Eu creio que em 60 dias ela fica pronta. O prazo é curto, mas creio que dá tempo para entregar à cidade o autódromo em 21 de abril.”

Há cerca de dois meses, Rollemberg se reuniu com o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Cleyton Pinteiro, e os órgãos responsáveis pela obra — Terracap e Novacap — apresentaram três possíveis projetos para a finalização do autódromo. Com o aval da CBA, uma das opções foi escolhida. Pinteiro já adiantou que a entidade vai homologar as competições caso o projeto, à época estimado em R$ 35 milhões, seja finalizado.

	Antonio Cunha/CB/D.A Press - 5/1/15


A reunião resultou em um documento por parte da CBA direcionado ao governador, que oficializa a promessa da entidade de liberar as provas no autódromo. O documento, obtido pelo Correio, confirma a aprovação do projeto batizado de “Opção 1”, que, segundo o presidente, não contaria com a construção de estruturas fixas para os boxes. O plano acordado com a entidade, contudo, teria sido modificado numa segunda reunião entre a Terracap e a Novacap. Ao preço de R$ 40 milhões, a proposta que será levada adiante prevê o paddock apropriado.

Para conseguir financiar o trabalho, a Terracap cogita duas possibilidades. A primeira é a resposta da iniciativa privada ao decreto publicado pelo GDF em junho, que é um Procedimento de Manifestação de Interesse e oferece a possibilidade de uma parceria público-privada para a administração do local. Até o momento, nenhuma empresa foi atraída pela proposta de exploração do autódromo. A outra solução — mais provável, em função do prazo — é o convênio entre a Terracap e a Novacap, para levantamento dos recursos necessários e conclusão das obras. As alternativas não são excludentes e, mesmo que a verba seja liberada por meio da união das instituições, a proposta inicial do governo deve continuar correndo.

O convênio entre Terracap e Novacap, na prática, não precisa ser previamente celebrado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), porque se trata de um aspecto de gestão de governo. Só depois que a Terracap e a Novacap firmarem o convênio e que o edital para a contratação de uma construtora for lançado, é que o TCDF poderá apontar as correções e determinar a regularidade do certame. Esse parecer, embora possa embargar uma obra, não impede o início de uma reforma. “O prazo é apertado, eu tenho total consciência disso, mas a gente quer acelerar o acordo e entregar essa licitação, no mais tardar, em dezembro”, destacou o governador.