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Referência do UniCeub/BRB, Giovannoni chama para si responsabilidade de liderar o time

De volta ao clube depois de defender a Seleção, capitão pede paciência para adaptação da equipe

postado em 22/09/2014 11:54

Amanda Martimon

Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press
“Como o mais experiente, o que já está aqui há bastante tempo, não fujo dessa responsabilidade. Acho que é bom para orientar os mais novos.” É assim, consciente de ter se tornado referência única do UniCeub/BRB, após a saída de Nezinho e Alex, que Guilherme Giovannoni retoma o trabalho no clube após defender a Seleção Brasileira no Mundial. De partida com a equipe candanga para amistosos preparatórios na Argentina, o capitão pede tempo à torcida para que o novo grupo encontre o entrosamento necessário.

Fazendo planos para as Olimpíadas do Rio-2016 e otimista com os resultados obtidos pela equipe verde-amarela no Mundial — o time chegou às quartas de final, o que não ocorria havia 12 anos, mas caiu diante da Sérvia —, Giovannoni sai em defesa dos colegas que atuam na NBA e passaram por polêmicas em convocações. Além disso, defende a permanência do técnico Rubén Magnano e da base de jogadores (que começou a ser formada ainda em 2001), ao menos, até o fim do ciclo olímpico. O porém, no balanço feito pelo atleta, fica por conta da lesão pouco antes do Mundial: “Ajudei da maneira que foi possível”, diz.

A partir de hoje, o capitão comanda o UniCeub/BRB nos amistosos na Argentina, como preparação para a Liga Sul-Americana de Clubes e para a próxima temporada do NBB. Confira o ponto a ponto com o ala-pivô.
AFP PHOTO/ JAVIER SORIANO

Balanço da estada em Brasília
“É positivo. Acho que, desde que cheguei aqui, já são cinco títulos que a gente conquistou (três brasileiros e dois sul-americanos). Eu espero que possamos continuar lutando por troféus com a equipe que a gente está montando. Tem também o fato de eu ser um das referências do time, como o mais experiente, o que já está aqui há bastante tempo. Não fujo dessa responsabilidade. Acho que é bom para orientar os mais novos.”

Saída de jogadores importantes
“É difícil você prever uma mudança como a que aconteceu agora. Eu acho que os jogadores que saíram tiveram uma grande história aqui com a equipe, eram referência, sim, mas eles tiveram outras situações e julgaram que era melhor para eles. A gente respeita e entende. Mas é vida que segue. A gente tem de continuar olhando pra frente.”

Time com nova identidade
“Vai levar um pouco de tempo para a gente ganhar entrosamento com os novos companheiros e com a volta do Vidal (José Carlos Vidal) como técnico. A gente vai precisar de um pouquinho da paciência da torcida, da diretoria porque precisa de um trabalho para ganhar esse entrosamento. Temos de ver que as pessoas passam, mas a instituição fica. A gente tem de pensar que, hoje, nós estamos aqui jogando pela equipe de Brasília, para fazer o melhor possível na tentativa de ganhar os títulos, e não sabemos (sobre o futuro). Como aconteceu com os atletas que saíram... Eles saíram, e a instituição continua com objetivos ambiciosos.”

Preparação na Argentina

“Sem dúvida, será um momento para buscar o entrosamento. São bons amistosos de que a gente precisa. Não temos a possibilidade de jogar um campeonato regional mais forte, então ter essa oportunidade é muito válido para a nossa equipe.”

A derrota para a Sérvia no Mundial
“A gente teve um problema com duas faltas técnicas, e eles conseguiram fazer seis ou oito pontos seguidos. Isso quebrou um pouco o jogo. Não conseguimos mais voltar. Até então, a partida estava equilibrada. Mas são coisas que a gente sabe que pode acontecer em jogo de eliminatória direta. Eu acredito que o resultado final tenha sido muito positivo. Nós vencemos a Argentina, que tinha nos superado nas duas últimas eliminatórias (no Mundial e nas Olimpíadas). Isso foi muito importante também. Acho que deu uma levantada boa no basquete.”

O futuro da equipe nacional

“Acho que uma boa parte (dos atletas) deve ficar, uns 80%, 90%. É óbvio que em dois anos muita coisa pode acontecer, mas, se houver mais jogadores, será melhor, porque dará mais opções para o técnico. A gente sabe que a base vai ser a mesma. Espero que comigo. Fica a critério do treinador. Eu vou trabalhar para poder chegar, mas sei que ninguém tem lugar garantido na Seleção.”


Os pedidos de dispensas
“Antes de mais nada, a gente deve ter muito cuidado ao falar dos ‘desfalques de jogadores’. A coisa não é bem assim. Eu acho que precisamos respeitar a individualidade. Cada um tem a sua carreira, seus problemas físicos e pessoais. Tenho certeza de que se o jogador não pode se apresentar à Seleção, algum problema sério ele teve. É óbvio que nos deixam marcas, como não nos classificarmos para as Olimpíadas (durante quatro ciclos). Mas nós chegamos aos Jogos de 2012, o que foi uma coisa muito bacana. Então, são muitas idas e vindas, que, no fim, nos deixaram orgulhosos durante todos esses anos.”

 

Leia a entrevista completa na edição impressa do Correio Braziliense desta segunda-feira(22/9)