Basquete

LIGA SUL-AMERICANA

De ídolo a inimigo: Alex, agora jogador do Bauru, se reencontra com UniCeub/BRB

Na luta para avançar às semifinais da Liga Sul-Americana, o UniCeub/BRB enfrenta, nesta quinta, o Bauru, de Alex. Saída do ala-armador do time candango ainda é nebulosa, mas ele diz não ter mágoas

postado em 23/10/2014 11:41

Amanda Martimon

Quando entrarem em quadra hoje, às 20h, no Ginásio Panela de Pressão, os jogadores do UniCeub/BRB não terão apenas de vencer o Bauru para tentar a classificação às semifinais da Liga Sul-Americana. Depois de vencer ontem o Guerreros de Bogotá por 90 x 70, a equipe candanga terá um duelo complicado na luta para continuar viva na competição e defender o título. Vai encarar como adversário, pela primeira vez, o ex-ídolo do clube Alex Garcia. Depois de sete anos e sete títulos, o ala-armador deixou o time, em um saída, aparentemente, ainda não superada, dentro ou fora das quadras. Para o confronto decisivo, os dois lados reconheceram em entrevista ao Correio que têm alimentado expectativas sobre o reencontro.

Divulgação: Bauru Basket


Ansioso, Alex não disfarçava a vontade de voltar à quadra com os ex-companheiros, ainda que, desta vez, em lados opostos. “Já que saí, acho melhor que o reencontro seja logo”, justificou. Como não poderá atuar pelo time paulista nas primeiras rodadas do Novo Basquete Brasil (NBB), uma delas contra o antigo clube, Alex se mostrou aliviado com a chance de enfrentá-lo no início da temporada, pela Liga.

Para o “baile” completo, porém, vai faltar a torcida brasiliense. Ainda que pareça contraditório e sinônimo de mais pressão, o ala-armador é categórico sobre onde preferiria atuar contra o UniCeub/BRB. “Gostaria que o primeiro encontro fosse em Brasília, pelo período que fiquei lá. Foi muito bom. Pena que só vou no segundo turno do NBB”, lamentou. Depois, mais comedido, lembrou que terá de lidar com o peso de retornar à “casa” como rival, mas manteve a vontade. “Sei que vão vaiar, mas faz parte. Seria especial voltar jogando em Brasília.”

Embora no discurso ele se mostre pronto para retornar ao Ginásio da Asceb sem o uniforme do lobo-guará, o camisa 10 baixa um pouco a guarda para deixar escapar o que realmente espera que aconteça em 20 de janeiro, na 16ª rodada do NBB. “A torcida do UniCeub sempre recebeu muito bem todos os jogadores que já atuaram em Brasília. Acho que vai ser igual comigo e com o Nezinho”, apostou. “No início, começam aplaudindo, pelo carinho que fica. No decorrer da partida, isso muda, mas não é nada ofensivo. Só aquela parte de vaiar para desconcentrar mesmo.”

Sem nunca negar a falta que as recentes baixas fariam ao time, em especial a ausência de Alex, José Carlos Vidal, técnico do UniCeub/BRB, falou pouco sobre o tema. “Acho que vai ter um fator de motivação para todos que ficaram na equipe”, desconversou, para só depois admitir a eventual interferência do psicológico. “O emocional pode aumentar, mas não é o que importa agora na competição.” Apontando o rival paulista como favorito na competição, Vidal fez questão de destacar que o peso de enfrentar o Bauru “não é só pelo Alex”.

A saída do ala, que ainda parece causar desconforto ao treinador, não é amenizada pelo atleta. “Chateado está todo mundo”, dispara. Alex diz ter saído do grupo por motivos que não cabe revelar agora, mas conta estar livre de qualquer rancor. “Não sei como vai ser com ele (Vidal). Mas não tenho mágoa, ganhamos muitos títulos juntos. Colocamos Brasília no cenário nacional e internacional do basquete”, relembrou. Tentando focar na Liga, o ala Arthur fez elogios ao ex-companheiro de time e minimizou o reencontro em quadra: “O que pesa é a qualidade dele, não o psicológico. Somos profissionais, uma hora teríamos de enfrentá-lo”.

Momentos opostos
O Bauru chega em situação mais confortável à última disputa da primeira fase da Liga, por ter vencido os dois primeiros jogos. Diferentemente do UniCeub/BRB, que perdeu o primeiro confronto e conta com a vitória e outros resultados para avançar às semifinais.

O time paulista tem nomes de peso nesta temporada — além de Alex, tem, por exemplo, Rafael Hettsheimeir e Larry Taylor, todos da Seleção. Do lado candango, o norte-americano Darington Hobson, contratado justamente para substituir Alex, se machucou na véspera do torneio e desfalca o time.