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O DIA EM QUE FOMOS ATROPELADOS

Com o tempo, piada jogou a desilusão para escanteio

Confira o especial completo da goleada da Alemanha sobre o Brasil no Mineirão

postado em 05/07/2015 12:03

 Edesio Ferreira/EM/D.A Press

A tristeza deu lugar à sensação de ter presenciado um jogo histórico. Os sete gols germânicos são encarados hoje com bom humor, e o ingresso virou suvenir valioso. Se para a Seleção Brasileira a goleada para a Alemanha por 7 a 1, há um ano, no Mineirão, foi um vexame sem precedentes, para boa parte dos 58.141 torcedores que estavam naquele fim de tarde de 8 de julho de 2014 no Gigante da Pampulha sobrou a certeza de boas histórias para contar aos netos.

“Estava ali perto de onde saíram os cinco gols da Alemanha (no primeiro tempo)”, apontou o empresário Geraldo Horta, em visita na sexta-feira ao Mineirão, palco da fatídica goleada. “Até os dois primeiros tinha esperança da virada, de um sopro de inspiração, mas não aconteceu”, lembrou ele, que deixou o jogo de lado no segundo tempo para se divertir com os alemães. “O clima foi de amizade, sadio. Eles foram muito respeitosos”, recorda.

A derrota foi o primeiro jogo do comerciante Luciano Moreira Silveira no reformado estádio. “Não foi barato, paguei em torno de R$ 2 mil. Não me arrependo, pois uma semifinal de Copa é muito marcante, mas fica aquele ressentimento pela goleada”, afirmou o torcedor, que tinha alguma expectativa de vitória mesmo depois dos primeiros gols rivais. “A gente foi para o estádio com muita esperança, jamais poderia imaginar... Um gol, dois, a gente ainda acreditava. Veio o terceiro, quarto, quinto... Por mais que a gente leve na esportiva, fica aquela mágoa”, revela.

A maioria dos torcedores, no entanto, encara hoje o revés com bom humor, mas, durante a partida, muitos ficaram estupefatos com o vexame da Seleção. “Era um gol atrás do outro, parecia um déjà-vu. Só começou a cair a ficha quando vimos os jogadores esfregando os olhos nervosos. Eu olhava para os lados e via crianças chorando. Foi um momento marcante, mas histórico para quem estava lá. Não tem preço”, disse a advogada Flávia Vinato Moreira.

SEM PACIÊNCIA partida pela semifinal da Copa do Mundo – na decisão, no Maracanã, a Alemanha venceria a Argentina por 1 a 0 na prorrogação e se sagraria tetracampeã – ainda registra o recorde de público desde a reabertura do Mineirão, em 2013. Ainda nas primeiras horas da tarde, uma multidão vestida de verde-amarelo ocupava a esplanada do estádio. Muita gente não esperou o apito final. “Quando a Alemanha fez o sétimo gol, dei as costas e fui embora para o carro. Foi pesado, uma facada. Assustei-me com o primeiro gol; quando percebi, já estava cinco, virou passeio. Foi uma humilhação para o Brasil, mas para mim valeu a história, vou contar para os meus netos”, brincou o estudante Samuel Andrade.









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