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ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO

Tradição em jogo

Com o prestígio abalado pelo fracasso em casa no ano passado e por nova queda na Copa América, Brasil conhece hoje o caminho a percorrer até o Mundial russo

postado em 25/07/2015 11:00 / atualizado em 25/07/2015 10:09

A Seleção Brasileira conhecerá hoje, no sorteio dos grupos e tabelas das Eliminatórias da Copa do Mundo, a sequência de 18 jogos que a separam da competição na Rússia em 2018. Nas 11 qualificações de que participou, desde 1954, ela sempre conseguiu se classificar para a fase final (o Mundial propriamente dito), mas a torcida nacional teme, de maneira mais enfática, passar pelo dissabor de ver pela primeira vez fora da festa a única equipe que disputou todas as edições e a que mais vezes foi campeã: cinco (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002).

Não conseguir vaga num Mundial, com quatro vagas disponíveis para a América do Sul e a chance de disputar uma quinta com o quinto colocado da Ásia, seria vexame até maior do que a surra de 7 a 1 sofrida para a Alemanha na semifinal da Copa do ano passado, no Mineirão. Ainda mais que a Seleção vem de novo fracasso em competição internacional: foi eliminada pela segunda vez consecutiva, nos pênaltis, nas quartas de final da Copa América, pelo Paraguai (lanterna da última edição das Eliminatórias sul-americanas).

Entre os astros do futebol convidados pela Fifa para o sorteio de hoje está Ronaldo, duas vezes campeão mundial (1994 e 2002) e segundo maior artilheiro da história da competição, com 15 gols, um a menos do que o alemão Klose, vencedor em 2014. O atacante Hulk, ídolo do principal time da cidade, Zenit, desistiu de comparecer. Seu clube alegou que tem jogo no fim de semana pelo Campeonato Russo e não poderia liberar o atleta.

DATAS DEFINIDAS Na véspera do sorteio, em São Petersburgo, a Fifa divulgou ontem o calendário oficial da competilção na Rússia. O 21º Mundial começará em 14 de junho de 2018 e terminará em 15 de julho. O jogo inaugural e o decisivo serão no Estádio Luzhniki, de Moscou, palco de mais três partidas pela primeira fase, uma oitava de final e uma semifinal. Já a arena do Spartak Moscou contará com outras cinco, quatro delas pela primeira fase e uma oitava. O evento será em 12 estádios de 11 cidades. Depois da capital russa, a que terá mais jogos será São Petersburgo, com sete. Kazan, Nizhny Novgorod, Sochi e Samara terão seis cada.

A Fifa garante que as longas distâncias no maior país do mundo não serão problema para os torcedores. Os Mundiais dos Estados Unidos'1994 e do Brasil'2014 também tiveram trajetos continentais, a exemplo da Copa da Coreia do Sul e Japão'2002, única disputada em dois países. O ministro dos Esportes, Vitaly Mutko, minimizou a importância dos deslocamentos durante o evento. “Na Rússia é fácil. As comunicações são muito bem construídas, hoje temos viagens de avião, de trem, de carro, por transporte pela água. Não vejo nenhum problema aqui.”

A entidade que comanda o futebol anunciou também que não permitirá que uma seleção faça dois jogos em intervalo inferior a 72 horas. No ano passado, técnicos de várias equipes reclamaram do tempo curto entre uma partida e outra (Com agências).

Brasil nunca ficou pelo caminho
As 11 participações da Seleção em Eliminatórias

1954
Na primeira participação brasileira em Eliminatórias, o passaporte para a Suíça foi carimbado tranquilamente, com vitórias nos quatro jogos e apenas um gol sofrido

1958
Com gol de folha seca providencial de Didi, em magistral cobrança de falta contra os peruanos, no Maracanã, a Seleção se garantiu na Suécia, onde conquistaria o primeiro dos seus cinco títulos mundiais

1970
Com show e 10 gols do cruzeirense Tostão e o maior público pagante da história do futebol (183.341), na partida final contra os paraguaios, as feras do Saldanha se credenciaram a buscar o tri no México

1978
Técnico Osvaldo Brandão foi dispensado no avião de volta da Colômbia, após o tropeço na estreia. Com Cláudio Coutinho no comando, o time venceu seu grupo classificatório e confirmou a vaga no triangular final

1982
Com gol decisivo de Reinaldo no jogo mais difícil, na altitude boliviana, a classificação do Brasil foi assegurada sem sustos, com 100% de aproveitamento, sob a batuta de Telê Santana

1986
Telê substituiu Evaristo de Macedo a uma semana da estreia e, com duas vitórias fora, o time nem precisou ganhar as duas partidas em casa para garantir sua presença no segundo Mundial
do México

1990
O jogo final contra os chilenos foi encerrado mais cedo por causa da farsa do goleiro Rojas, depois de um sinalizado ter sido atirado no gramado. O Brasil, que já vencia por 1 a 0, teve a vitória declarada na Fifa por 3 a 0

1994
Apesar da primeira derrota e do hesitante primeiro turno, a passagem para os Estados Unidos acabou sendo garantida em casa, com gran finale de Romário diante dos uruguaios, no Maracanã

2002
O Brasil teve quatro técnicos na conturbada trajetória rumo à Copa da Ásia: Vanderlei Luxemburgo, Candinho (um jogo como interino), Emerson Leão e Felipão. A equipe só se classificou na última rodada

2006
Trajetória teve poucos percalços e o time, dirigido por Parreira, avançou sem problemas, com Ronaldo em destaque. O Fenômeno marcou três vezes contra a Argentina no Mineirão, onde havia despontado para o futebol

2010
Tropeços em casa e triunfos convincentes fora sobre chilenos, uruguaios e argentinos marcaram a trajetória da equipe de Dunga na caminhada para a Copa da África do Sul

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