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CORRUPÇÃO NO FUTEBOL

Ricardo Teixeira dispara contra J. Hawilla

Ex-presidente da CBF afirma ser vítima de mentiras de proprietário da Traffic

postado em 25/07/2015 11:00

AFP PHOTO/Antonio SCORZA
O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira afirmou em entrevista ao portal Terra que é alvo da investigação do FBI que prendeu 13 dirigentes acusados de corrupção no futebol. O cartola, que deixou a entidade em 2012, se diz vítima de “mentiras” do empresário J. Hawilla, acusado de fraude nos Estados Unidos e que aceitou colaborar com as investigações.

Em maio, a Folha de S.Paulo revelou que Teixeira era um dos coconspiradores apontados nos documentos das investigações americanas que cobraram propinas da Traffic, empresa de Hawilla – o outro investigado seria Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF.

“O dono da Traffic do Brasil mentiu deslavadamente (para a Justiça americana). Disse, por exemplo, que fui aos Estados Unidos negociar um novo contrato para a Copa do Brasil em 2011. Basta consultar meu passaporte para ver se existe essa viagem. Ele disse que eu recebi propina por essa transação. Mentira. Cadê o dinheiro? Foi depositado em que banco, em que agência? Ele age por pura vingança”, afirmou Teixeira ao Terra.

O ex-presidente da CBF diz que rompeu com Hawilla em 2011, após o Comitê Executivo da Conmebol questionar os valores pagos pela Traffic pelos direitos da Copa América: “Com medo de perder aquela competição, a Traffic ofereceu US$ 40 milhões. Isso despertou a ira do comitê. O sentimento foi o seguinte: se a empresa propõe subir de 18 para 40 é porque está lucrando em exorbitância e estamos sendo enganados por muito tempo. Então, todos decidiram não mais fechar contrato com a Traffic”.

EXTRADIÇÃO Em prisão domiciliar há mais de um mês, o ex-presidente da Conmebol Nicolás Leóz foi alvo de um pedido formal de extradição ontem. Os promotores norte-americanos oficializaram o pedido à Justiça paraguaia pelo envolvimento do ex-cartola, de 86 anos, nos escândalos de corrupção deflagrados desde 27 de maio.

Leóz só não teve a prisão pedida antes por causa de seu precário estado de saúde. Ele presidiu a Conmebol por quase 30 anos e é um dos principais acusados nos esquemas de corrupção da Fifa. Leóz renunciou ao cargo após ser questionado pela entidade quanto à recepção de US$ 120 mil (cerca de R$ 360 mil) em 1999, em nome de uma empresa que administrava a publicidade dos Mundiais organizados pela Fifa.

ENQUANTO ISSO...

...Valcke marca data de saída
Dono do cargo de maior confiança de Joseph Blatter, o secretário-geral Jérôme Valcke deve acompanhar o presidente inclusive no adeus à Fifa. O fiel escudeiro revelou ontem seus planos de deixar a entidade assim que um novo mandatário for eleito, em fevereiro. “Seja quem for o novo presidente, este deve escolher um novo secretário-geral. É a relação mais importante para qualquer organização”, disse, simbolicamente assinando a carta de demissão com sete meses de antecedência. A saída de Blatter, e consequentemente de seu secretário-geral, está marcada para 26 de fevereiro, quando será realizada a eleição na sede da Fifa, em Zurique.

Tags: futnacional futinternacional corrupção fifa futebol Ricardo Teixeira CBF