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SELEÇÃO BRASILEIRA

Apesar de rusgas com Neymar e más atuações, Dunga se segura na Seleção graças a Rinaldi

Coordenador contorna pressão da cúpula da CBF para manter amigo no cargo

postado em 31/03/2016 08:40 / atualizado em 31/03/2016 08:51

AFP
Os empates contra Uruguai e Paraguai, que jogaram a seleção brasileira para o sexto lugar nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, abalaram o prestígio do técnico Dunga dentro da CBF. O treinador jamais esteve tão vulnerável como agora. Ainda assim, ele deve ser mantido no comando, embora em situação delicada e com a pressão sobre os dirigentes para que mudem a comissão técnica seja grande.

Uma fonte ligada à CBF confidenciou ao jornal O Estado de S.Paulo que Dunga correu grande risco de ser demitido caso tivesse perdido para o Paraguai. O sentimento na cúpula da entidade é que o treinador não está conseguindo obter tudo que pode da equipe e tem tido algumas posturas equivocadas.

O relacionamento com o atacante Neymar também é algo que tem incomodado e a mudança de comando poderia fazer todos “acordarem”, além de ser uma forma de conseguir recuperar parte do apoio da torcida, perdido até mesmo no Nordeste, onde a seleção sempre gozou de muito prestígio. As vaias ao final do jogo contra o Uruguai, na Arena Pernambuco, no Recife, surpreenderam.

O ponto fundamental para manter Dunga no comando é a amizade com Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções. O ex-goleiro é defensor ferrenho do capitão do tetra e por isso não cogita a possibilidade de dispensá-lo. A visão da comissão técnica é que o Brasil vive um momento de instabilidade em decorrência da boa forma das outras seleções e não por problemas do time.

A demissão de Dunga teria que passar por Gilmar. A única exceção seria se ele também deixasse o cargo, algo que parece, por enquanto, distante. O fato de terem escolhido o hotel Vila Ventura, em Viamão (RS), onde Lúcio é um dos sócios, também criou uma saia justa já que o ex-zagueiro atuou como membro pontual da comissão técnica nos jogos contra Uruguai e Paraguai.

Outro ponto desfavorável para o treinador é o relacionamento com os jogadores. Alguns atletas não aprovam a maneira como a seleção joga e as opções táticas feitas pelo treinador. Entretanto, no grupo ninguém admite que exista qualquer complô para tentar derrubar o treinador, mas sim divergências naturais do trabalho.

Daniel Alves, um dos líderes do grupo, afirmou após o jogo contra o Paraguai que o momento não é de analisar se o jogador está contente ou não com o treinador. “Temos outra filosofia e outro estilo de jogo (no clube) e temos de nos adaptar. Não se trata de estar contente ou infeliz. Se a gente está aqui, tem de abraçar a causa, o treinador e a comissão técnica para evoluir. Se acharmos que nada presta, não sairemos do lugar".

RUSGAS -
O relacionamento entre Dunga e Neymar, por exemplo, já foi mais intenso e, por conta dos últimos acontecimentos, está mais frio. Existe um consenso na CBF de que o atacante não tem se dedicado como poderia à seleção e Dunga, embora precise muito do jogador e tenha a fama de rígido, deveria exercer maior autoridade sobre o garoto.

O fato de ter sido flagrado em uma balada em Florianópolis, horas depois de ter levado um cartão amarelo evitável diante do Uruguai, que o suspendeu do jogo contra o Paraguai, é um exemplo do quanto o atacante parece estar disperso. Vale lembrar, porém, que ele e David Luiz foram dispensados por não terem condição de jogo, mas os dirigentes da CBF esperavam uma atitude diferente do astro do Barcelona.

Quando questionado sobre o assunto, Dunga desconversou e disse que não poderia cobrar de seus atletas a mesma postura que tinha quando era jogador, dando leve alfinetada no craque.

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