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SELEÇÃO BRASILEIRA

Tite divide méritos com grupo pela recuperação da Seleção e minimiza sequência vitoriosa

Treinador admite desconforto com exaltação da mídia e destaca trabalho coletivo

postado em 14/11/2016 23:20

Pedro Martins / MoWA Press
Tite chegou ao posto de técnico da Seleção Brasileira depois de um clamor nacional. Em pouco tempo, o gaúcho conseguiu recuperar o bom nível do futebol canarinho, as vitórias convincentes, a confiança e a boa relação com a torcida. Por isso, a cada entrevista, o treinador sempre acaba abordado em questões que só o enaltecem ou valorizam seu trabalho. Em suas respostas, porém, Tite sempre tenta dividir os méritos, como fez nesta segunda, em entrevista coletiva em Lima, no Peru, assim que o primeiro jornalista tocou no tema de alguma forma.

“Eu sinto muita dificuldade quando personalizam o trabalho. ‘Seleção do Tite’. Me sinto mal, e não é assim. Tenho plena consciência que é um trabalho de uma equipe”, explicou o técnico, sem se estender. Mas, em outro momento da coletiva, quando houve insistência na tentativa de fazer o técnico de si e do próprio trabalho, Tite explodiu.

“Vocês me deixam desconfortáveis quando personalizam situações. E às vezes o público tem que entender. Por isso fico batendo toda hora nisso. Eu participei, mas a essência é a qualidade dos atletas, é o nível de confiança, o trabalho desenvolvido nos clubes, a estrutura que temos, a torcida que passa carinho”, esbraveou, agora sim prolongando sua resposta afim de dar um “basta”.

“Às vezes a gente personaliza porque as perguntas estão sendo personalizadas. É a Seleção Brasileira que venceu, que teve momentos de erros e acertos. Grande parte que ficou é legado de um trabalho. O Fernandinho é um legado do passado e reconhecido, porque a gente aprende com erros também”, completou o ex-corinthiano.

Nem mesmo quando questionado sobre a declaração de Joachim Löw, técnico alemão e comandante da equipe que fez 7 a 1 no Brasil na Copa de 2014, Tite se empolgou. O treinador alemão comentou o fato do Brasil viver uma nova fase e garantiu que a goleada histórica já foi superada, na sua visão.

“São cinco jogos. É muito pouco para fazer parâmetro. Gostaria de algo mais sólido, mais sustentável. Vou guardar essa pergunta para o fim das Eliminatórias. Cinco é muito pouco, gente. Ela (a equipe brasileira) está em fase de crescimento. Isso eu posso afirmar. Confiante. Não tem soberba, ela sofreu no passado”, observou Tite, que também elencou os diversos pontos que a Seleção precisa e pode evoluir.

“Em termos ofensivos, quanto mais se repetir, melhor. Quanto mais tiver flutuações no meio de campo, o momento para aparecer, criar, o momento desses jogadores trabalharem no meio, jogar sem pensar, dar profundidade quando o Neymar é bem marcado, como vamos marcar Cueva, Guerrero… Há uma série de aspectos. Bola parada. Dá para aperfeiçoar. Tem bastante coisa”, avisou o responsável maior, quer queira quer não, pelo Brasil pegar o Peru, à 00h15 (horário de Brasília) da madrugada desta terça para quarta, como líder das Eliminatórias.

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