RUMO AO HEXA

Contra a Colômbia, Brasil chega às quartas de final como franco-atirador

Em duelo com a Colômbia por vaga nas semifinais, Brasil tenta conseguir, enfim, uma apresentação convincente no Mundial. Time titular deve ter, no máximo, duas mudanças, uma delas forçada pela suspensão de Luiz Gustavo

postado em 04/07/2014 07:27 / atualizado em 04/07/2014 07:44

Braitner Moreira - Enviado especial

Carlos Silva/CB/D A Press

Fortaleza —
Um vidente apocalíptico até poderia prever que a seleção pentacampeã do mundo chegaria às quartas de final da Copa que disputa em casa como franco-atiradora. Mas só o mais perverso diria que a equipe a colocá-la nessa situação seria a Colômbia, time que jamais chegou tão longe na competição. Hoje, às 17h, no Castelão, o Brasil terá 90 minutos — além da prorrogação e dos pênaltis, se necessários — para definir o futuro. Não há dúvida de que a geração conduzida por Neymar entrará para a história. Por uma eliminação precoce ou pelo título mundial, o duelo sul-americano ajudará a definir.

Cada confronto deste torneio serviu para diminuir a confiança da torcida nacional: o mesmo time que há um ano massacrava a Espanha por 3 x 0 na decisão da Copa das Confederações precisou do apito para bater a Croácia, não conseguiu furar a defesa do México e passou sufoco no primeiro tempo contra Camarões. Enfrentou o Chile com uma só mudança. Foi salvo pelas traves do Mineirão e precisou de uma disputa de pênaltis para eliminar o adversário. Consciente de que a sobrevida não pode ser desperdiçada, o técnico Luiz Felipe Scolari despertou.

O comandante treinou seis mudanças entre os titulares nesta semana, além de preparar alternativas táticas ignoradas até pouco tempo atrás. As modificações ainda não devem interferir tanto na escalação do time que enfrenta a Colômbia, mas dão opção para quando a partida apertar. Desde o apito inicial, o técnico vai promover, no máximo, duas alterações. Paulinho assume a vaga do suspenso Luiz Gustavo. Maicon, uma vez mais, ameaça a posição de Daniel Alves. As trocas não devem ir além disso.

Se nem na véspera de um jogo decisivo Scolari parece disposto a mudar a fundo uma equipe que não evolui, pretende ao menos alterar o ânimo do grupo. A aparição da psicóloga Regina Brandão na Granja Comary, na terça-feira, estava prevista desde a semana anterior, mas ganhou mais importância depois de todo o debate sobre os nervos dos atletas: boa parte da discussão após o empate com o Chile tornou-se um divã público, com foco no comportamento dos jogadores.

Desde então, Felipão blindou o grupo. Escalou Neymar e Thiago Silva, líderes da equipe, para conversarem com a imprensa e ainda contou com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, num almoço com o elenco. Ontem, durante a entrevista coletiva antes do treino (veja reportagem abaixo), o técnico ainda interpretou a volta anunciada do “scolarismo”, batendo de frente com os jornalistas para defender os comandados.

Henrique no time?

Na quarta-feira, Felipão testou a equipe com três volantes. Escalar Henrique, Fernandinho e Ramires juntos é uma opção para o segundo tempo do confronto de hoje, caso o Brasil esteja ganhando. O técnico também viu como o time funcionaria sem um centroavante de ofício, mas Fred teve a presença assegurada durante a entrevista de ontem.