FELIPÃO

"Não vejo como criticar a equipe", diz Felipão, para quem geração não ficará marcada

Em coletiva após o jogo, treinador disse ainda que entregará cargo, mas que decisão é da CBF

postado em 12/07/2014 20:02 / atualizado em 12/07/2014 20:46

Da redação /Correio Braziliense

REUTERS/Ueslei Marcelino

Mesmo após tomar 10 gols em dois jogos e de conduzir o Brasil na vexaminosa campanha rumo ao quarto lugar da Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari se esquivou de perguntas sobre a sua permanência no cargo de técnico da Seleção. Felipão também ignorou o desempenho dos comandados e disse que Brasil fez uma "copa excelente". Sobre a derrota por 3 a 0 para a Holanda, o técnico elogiou comandados, que "tiveram boas oportunidades."

"Eu não vejo como criticar a equipe que perdeu por 3 x 0. Teve desenvoltura, jogou bem. Foram atrás, tiveram boas oportunidades. Não fizeram um jogo ruim", analisou Felipão. Para ele, o "grupo atingiu seus objetivos até chegar à semifinal". Depois, "a equipe não foi bem e nós assumimos isso". "Jogamos razoavelmente o jogo de hoje. Tivemos reação e foi bom. ( Os jogadores) saem com a minha confiança, alegria, a ótica que tem boas qualidades. O caminho está aberto para que exista uma seleção muito melhor até 2018", emendou.

Geração Marcada

Além de analisar positivamente o elenco no jogo de hoje, Felipão viu com bons olhos o desempenho em toda a competição. "Acho que foi uma copa excelente com tudo o que a gente gostaria de ver dentro do Brasil, em relação às equipes e às pessoas que vieram nos visitar". Sobre o elenco, Scolari defendeu que jogadores não devem ficar "marcados" negativamente.

"Essa geração não tem que ficar marcada", defendeu Felipão. "Vai ficar marcada porque venceu a Copa das Confederações e perdeu o mundial. Como uma geração que começou a campanha para 2018 entre os 4 melhores do mundo". Apesar de valorizar o desempenho dos comandados, o técnico se disse triste com a colocação final na Copa.

Adeus

"Quem deve decidir é o presidente", disse sobre a possibilidade de deixar o cargo, e lembrou de pacto pré-Copa. "Nós entregaríamos o cargo à direção no fim da competição porque era o combinado, ganhando ou perdendo", garantiu Scolari. Ainda assim, Felipão disse que cabe ao presidente da CBF, José Maria Marin, que tem "capacidade e qualidade", analisar a situação. "Vou fazer o relatório e entregar o cargo, ganhando ou perdendo, como tínhamos combinado", emendou.

Reciclagem

Questionado se não seria a hora de passar por uma reciclagem, Felipão rebateu com arrogância. "Eu? Há um ano eu ganhei a Copa das Confederações. Eles teriam de vir ao Brasil se reciclar". Para Scolari, a conquista da Copa das Confederações e a quarta posição na Copa do Mundo são provas do bom trabalho à frente da Seleção.

"Nas três Copas que disputei (uma por Portugal), cheguei entre os quatro melhores do mundo", ressaltou o treinador, que comparou a campanha em 2014 com a das duas últimas copas. "O resultado, já falamos, foi o pior da história, eu sei disso. Tenho que ver o lado positivo, porque em 2006 não chegamos entre os quatro, em 2010 também não, e agora chegamos. Eu vejo o lado positivo."