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RIO 2016

Olimpíada do Rio de Janeiro terá o maior índice de representatividade feminina da história

Com base na previsão do COI de atletas participantes, diferença percentual entre homens e mulheres será a menor já registrada; 53% e 47% respectivamente

postado em 01/08/2016 11:00 / atualizado em 01/08/2016 11:01

Valterci Santos/COB/Divulgacao - Rafael Ribeiro/CBF - Satiro Sodre/SSPress - FIVB/Divulgacao
No início, era a ausência. No berço da democracia e dos Jogos Olímpicos, não havia espaço para as mulheres. Quatro anos depois, eram somente 22. Demorou mais 24 anos para chegar na casa da centena. O dobro, 48 anos, para o crescimento ultrapassar a barreira de 1.000. Na época, elas eram menos de 15% do total de atletas. Isso há 34 anos, na Olimpíada de Munique. Brasileiras, eram somente cinco. Uma desigualdade abissal, reduzida ano após ano, que chega, no Rio de Janeiro, em sua menor diferença. Ainda existente, no entanto.

A evolução lenta deve-se ao preconceito, à falta de investimento e de incentivo às mulheres atletas. Somente a partir de 1980, por exemplo, as equipes femininas de vôlei começaram a disputar os Jogos. Nos anos 1990, entraram as equipes de basquete e handebol. O futebol feminino só entrou no programa em Atlanta, 1996. E somente na Olimpíada de Londres, há quatro anos, as mulheres competiram em todas as modalidades.

A edição inglesa ficou marcada também pela presença de mulheres em todas as nações presentes no evento. Países como Brunei, Catar e Arábia Saudita, que, devido às restrições religiosas, negaram a participação de mulheres em edições anteriores, cederam às pressões do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ainda que em número reduzido, enviaram representantes para os Jogos.

Houve, entretanto, ainda em Londres, delegações em que elas eram maioria. Segundo dados oficiais do COI, 34 dos 191 países possuíam delegações com mais mulheres do que homens, incluindo potências como China e Estados Unidos. O Brasil não foi um desses e não será neste ano. Apesar do maior número de mulheres, a evolução proporcional estancou no Rio 2016. A quantidade de brasileiras é de 45%. A mais baixa desde Sydney-2000, quando apenas 66 participaram dos Jogos, do total de 225 atletas. Pouco menos de 30%, portanto. Neste ano, serão 209 mulheres do total de 465 atletas.

Mais mulheres
Em termos nacionais, Pernambuco é um dos estados no qual a participação feminina é maior em relação à dos homens. A delegação brasileira será integrada por um total de 15 atletas do estado. Treze são mulheres. Um recorde na história do estado. Entre veteranas e estreantes, elas estarão presentes em oito diferentes modalidades.

Primeira medalhista do estado em modalidades individuais, Yane Marques reconhece as barreiras enfrentadas pelas mulheres, mas comemora a evolução. “Meu esporte só passou a ter representatividade feminina em 2000. O pentatlo moderno antigamente tinha um número muito inferior de mulheres. Hoje temos um número muito próximo ou quase igual aos homens. Mas não tem como a gente querer mudar a história do dia para noite. É uma evolução natural, que não depende da aceitação de ninguém. A gente está ocupando nosso espaço.”

Proporção
47% feminino
O COI ainda não divulgou o balanço final do número de atletas dos Jogos do Rio. A previsão é de que 10.500 atletas participem da Olimpíada. Destes, 5 mil, aproximadamente, serão mulheres, por isso o percentual estimado de 47%.

Pernambuco


As 13 pernambucanas
    Amanda Araújo (rugby)
    Barbara Micheline (futebol)
    Cláudia Telles (rugby)
    Cisiane Dutra (marcha atlética)
    Dani Lins (vôlei)
    Erica Sena (marcha atlética)
    Etiene Medeiros (natação)
    Jaqueline (vôlei)
    Joanna Maranhão (natação)
    Keila Costa (salto)
    Samira Rocha (handebol)
    Teliana Pereira (tênis)
    Yane Marques (pentatlo)

Os 2 pernambucanos
    Felipe Nascimento (pentatlo)
    Wagner Nascimento (atletismo)