Jogos 2016
  • Oferecimento:

RIO-2016

Time Brasil tem a maior número de atletas militares na história dos Jogos

No Rio, os representantes das Forças Armadas chegarão a 25% do Time Brasil

postado em 26/07/2016 08:51 / atualizado em 26/07/2016 11:26

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

Daniel Zappe/MPIX/CBJ
No ano passado, causaram desconforto os repetidos gestos de continência nos pódios dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A chamada “militarização do esporte” foi televisionada. Agora, na Rio-2016, a presença das Forças Armadas (FAs) será a maior desde a introdução de programa dos militares no esporte olímpico. Uma das intenções, admite o Ministério da Defesa, é aproximar as instituições da sociedade brasileira.

Nos Jogos de Londres, os atletas militares representaram 19,1% — a terceira maior delegação, atrás de República Tcheca (42,86%) e da Alemanha (29,8%). Quatro anos antes, em Pequim, a porcentagem brasileira era de 1,12% (apenas a 12ª). No Rio, os representantes de Aeronáutica, Exército e Marinha chegarão a 25% (dos cerca de 430 atletas) do Time Brasil, nas contas do Ministério da Defesa.

As FAs investem no esporte olímpico desde 2008, quando começaram a projetar os Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio. Em seguida, vieram Londres-2012, Toronto-2015. Atentos à infraestrutura das organizações, os atletas inscrevem-se, anualmente, em editais publicados pelas forças. A maior parte encaixa-se na patente de 3º sargento e recebe, em média, salário de R$ 3.200. Por ano, o Ministério da Defesa gasta R$ 18 milhões com os olímpicos, incluindo remunerações e despesas.

“O programa permite ao ministério e às FAs uma aproximação maior com a sociedade, para que ela veja que pode contar conosco não apenas no segmento da defesa. Estamos ávidos por oportunidades para contribuir também com o crescimento do Brasil como um país civilizado”, admite o almirante Paulo Zuccaro, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa.

 

Dos 23 países participantes de Londres-2012, o Brasil tinha o sétimo maior contingente ativo de militares (330 mil), segundo dados do Global FirePower, site que reúne dados das Forças Armadas de todo o mundo.

Prestígio

Na avaliação de Zuccaro, a aprovação da sociedade é real. Em 2015, a Fundação Getulio Vargas publicou pesquisa, por meio da Escola de Direito de São Paulo, em que as Forças Armadas são apontadas como as instituições em quem o brasileiro mais confia, mais até do que a Igreja Católica. No primeiro trimestre do ano passado, 68% dos entrevistados acreditavam na sobriedade das FAs. “Não é algo facilmente mensurável, mas recordo que as forças gozam de muito prestígio junto à sociedade. Sabemos que essa aproximação realmente aumentou um pouco”, constata o almirante.

Os beneficiários do Programa Atletas de Alto Rendimento — que hoje são 670 — têm como vantagem não só salário, benefícios e instalações para se preparar, acredita Zuccaro. "A vida militar faz muito bem a eles. Há vários valores comuns aos mundos militar e esportivo, como disciplina, hierarquia, correção de atitudes", enumera.

Entre os atletas militares confirmados nos Jogos estão Yane Marques (pentatlo moderno), Iris Tang Sing (tae kwon do), Martine Grael (vela), Felipe Wu (tiro) e Robson Conceição (boxe).