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VELA

Em Brasília, velejadores brasileiros criticam provas na Baía de Guanabara

Lars Grael e Reinaldo Conrad estão na capital para o Sul-Americano da Classe Star

postado em 29/07/2016 09:49 / atualizado em 29/07/2016 10:10

 Ed Alves/CB/D.A Press
A poluição da Baía de Guanabara e a escolha do local como sede das competições de vela da Olimpíada do Rio receberam críticas dos velejadores Lars Grael, Reinaldo Conrad e Marcelo Ferreira. O trio está em Brasília para a disputa do Campeonato Sul-Americano da Classe Star.

Reinaldo Conrad, primeiro brasileiro medalhista olímpico na modalidade, chamou de “vergonha nacional” as condições da Baía, que receberá as regatas das 10 classes olímpicas do esporte. Lars Grael afirmou que faltou planejamento na escolha do espaço das provas.

Bronze nas Olimpíadas de 1968, na Cidade do México, e de 1976, em Montreal, Conrad desaprovou o local das regatas e previu que os possíveis transtornos não serão esquecidos facilmente. “Agora, a Baía de Guanabara é uma vergonha nacional e internacional, não tem sentido. A referência vai ficar para o mundo por muitos anos. Daqui a 20, 30 anos, o pessoal estará dizendo ‘olha, na Olimpíada do Rio 2016, na Baía de Guanabara, um plástico grudou no meu barco e eu perdi a regata’. Isso vai acontecer”, afirmou.

Lars Grael, medalhista de bronze em Seul-1988 e em Atlanta-1996, disse que os velejadores tinham consciência de que a despoluição da Baía não seria uma tarefa fácil. “Nós sabíamos que não haveria solução a curto prazo”, frisou. O bicampeão olímpico da classe star Marcelo Ferreira ressaltou que promessas de limpeza do local não são novidade. “Deve ter uns 10 ou 20 anos que eu ouvi falar dessa despoluição”, destacou.

Além da questão ambiental, de acordo com Lars Grael, o local não foi uma boa escolha para as provas. “No Rio — e nós tentamos avisar isso —, a Baía de Guanabara tem uma área restrita, e você tem um vento muito irregular”, explicou.

Os três prosseguem na disputa do Sul-Americano no Lago Paranoá até domingo. Foram inscritos 25 barcos na competição, totalizando 50 atletas. Este é o segundo evento internacional de vela disputado no Lago Paranoá. O primeiro teve como vencedor Reinaldo Conrad. As regatas foram válidas pelo Campeonato do Hemisfério da Classe Snipe, em 1962.