CANDANGÃO

Time do Distrito Federal completa um ano sem vitórias em jogos oficiais

Santa Maria sofre com salário atrasado, mas ainda sonha em se safar do rebaixamento

postado em 26/02/2015 09:55 / atualizado em 26/02/2015 10:01

Redação /Correio Braziliense

Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press

Reunidos à beira da linha lateral do campo, 28 jogadores do Santa Maria fazem aquecimento pré-treino na tradicional roda de bobinho. A cada toque na bola, uma risada. Ao fim da brincadeira, os atletas se aplaudem. Quem vê de fora a descontração do elenco, não imagina que a equipe, lanterna do campeonato candango, com um ponto em seis jogos, completa, nesta quinta-feira, um ano sem vencer uma partida oficial.

Basta o técnico Luvio Trevisan apitar o início do treinamento para o semblante relaxado dar lugar à tensão. O comandante orienta dois grupos de 14 jogadores. Ao fim da atividade de duas horas, ele cumprimenta cada atleta na tentativa de elevar a confiança do grupo.

A abstinência de vitórias do Santa Maria é tão longa que a memória do gestor de Futebol do clube, Ari Vieira, falha quando ele tenta recordar a última conquista. “Acho que foi contra o Formosa, no Estádio Augustinho Lima. Vencemos por 3 x 2”, arrisca. A partida referida pelo dirigente, no entanto, ocorreu 14 dias antes do triunfo derradeiro da equipe: em 26 de fevereiro do ano passado. Na ocasião, o time derrotou o Unaí/Paracatu por 1 x 0 no Estádio Bezerrão, pela nona rodada do Candangão.

Nem mesmo o autor do único gol do confronto se recorda de detalhes do lance. “Só lembro que foi no Bezerrão”, conta Allan, um dos oito remanescentes de 2014, que disputou todas as 11 partidas do jejum de vitórias da equipe. Ainda que tenha se esquecido da jogada, o meia invadiu a área do Unaí/Paracatu e chutou forte de perna esquerda. O rival daquele duelo, inclusive, não existe mais. O clube mineiro, à época registrado como Sociedade Esportiva Unaí/Itapuã, alterou a nomenclatura. Hoje, se chama Paracatu Esporte Clube e representa somente a cidade de mesmo nome.

Maturidade

Desde a última vez que o Santa Maria saiu de campo com três pontos, foram 11 jogos disputados. O desempenho nesse período é desanimador: nove derrotas, dois empates e aproveitamento de 6%. A inexperiência dos atletas, que, juntos, somam média de 21 anos, tem contribuído para os maus resultados.

“O jogador novo erra muito, tem dificuldade quando sai atrás no placar”, justifica o técnico Luvio Trevisan. A derrota para o Gama na estreia do Candangão é um dos principais exemplos de instabilidade do Santa Maria. A equipe até saiu à frente no placar, mas permitiu a virada. Nas partidas em que os adversários inauguram o marcador, o time não esboça reação.

As atuações penosas esgotaram a paciência dos torcedores. Alguns, inclusive, entregaram os pontos e hostilizaram os atletas com gritos de “rebaixados” na saída para o túnel do Bezerrão após a derrota diante do Luziânia. “É difícil ver a torcida gritar assim. Mas o professor (Luvio Trevisan) fala para não perdermos o foco por isso”, lamenta o goleiro Luan.

O gestor de Futebol do clube, Ari Vieira, revela que há atraso de 16 dias no pagamento de salário do elenco, porém minimiza as dívidas. Ele aposta na sequência de confrontos para escapar da degola: nos quatro jogos restantes, o Santa Maria encara o Cruzeiro, atual nono colocado; o Paracatu, em sétimo; o Ceilandense, vice-lanterna; e o Brasília, em quinto lugar.

Retrospecto do Santa Maria desde a última vitória, em 26 de fevereiro de 2014

Em 2014
Santa Maria 0 x 2 Brasília
Ceilandense 1 x 0 Santa Maria
Sobradinho 1 x 0 Santa Maria
Santa Maria 0 x 3 Luziânia
Luziânia 0 x 0 Santa Maria

Em 2015
Gama 2 x 1 Santa Maria
Santa Maria 0 x 2 Sobradinho
Santa Maria 1 x 3 Ceilândia
Brasiliense 1 x 0 Santa Maria
Formosa 1 x 1 Santa Maria
Santa Maria 1 x 3 Luziânia